No dia 27 de junho, os maranhenses presenciaram a reabertura dos bares e restaurantes, na capital São Luís, após três meses de portas fechadas, estabelecimentos esses ligados ao setor turístico, que assim como diversos outros setores, também sofreram um forte impacto negativo e tiveram boa parte das suas atividades suspensas devido à pandemia do novo coronavírus. Com a volta de alguns estabelecimentos ligados à área, os profissionais do setor turístico dão inicio a uma retomada gradual das atividades.


Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Foto: Divulgação
O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Armando Ferreira, afirma que o setor de turismo foi um dos primeiros a ser atingido pela pandemia e será um dos últimos a voltar ao seu ritmo de normalidade, mas mesmo assim os ramos da hotelaria e da aviação estão retomando suas atividades de forma progressiva, realizando investimentos ligados ao turismo regional, que possui um volume considerável de atrativos naturais, históricos e culturais que podem ser benéficos, principalmente para as viagens rodoviárias, se criando mais abertura para o turismo interno.
O professor mestre Paulo Montanha, presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Maranhão (SINDETUR), vice-presidente da Federação Nacional de Turismo e superintendente da Maranhão Destination, fez um comentário sobre as diferentes vertentes das atividades turísticas, falando sobre a importância de uma delas durante a pandemia, e falou sobre a importância do setor para o estado.


“Alguns setores do turismo precisam funcionar, como por exemplo, o setor de transportes, que só devem parar em caso de lockdown, mas existe outro tipo de turismo que pode ser evitado por enquanto, que é o turismo de lazer. Nós vemos que a importância do turismo é tão grande para o estado que é, através dele, que poderemos fazer o levantamento da economia na pós-pandemia, já que o turismo é a melhor alternativa para a economia maranhense, basta empenho e compromisso dos gestores públicos”.
Em conversa com a reportagem, o secretário de turismo do estado, Catulé Jr., comentou sobre a situação do turismo no Maranhão no período pré-pandemia e usou alguns números para explicar o setor turístico no estado.
“Sendo responsável por 10% do PIB do Maranhão, o turismo é um setor que movimenta bilhões, gera renda, empregos e qualidade de vida. Costumamos aplicar a regra de que para cada real investido em turismo, o retorno do investimento fica na casa dos cinco reais. Nosso estado estava batendo constantemente recordes de fluxo de passageiros, de turistas no Carnaval e São João, se consolidando cada vez mais como destino desejado nacionalmente e internacionalmente no tocante a forte cultura rítmica e folclórica”.


A Secretaria de Estado do Turismo (Setur) realizou, no dia de 18 de junho, uma videoconferência voltada para a capacitação do trade turístico Pólo Lençóis e Delta do Parnaíba. Com o tema “Retomada Segura do Setor de Hospedagem”, a videoconferência teve como objetivo qualificar os meios de hospedagem em relação às adequações e protocolos para a retomada das atividades do setor. Entre os novos protocolos, estão questões de limpeza dos ambientes, uso de máscara de pano nos ambientes de circulação comum e aferição a temperatura dos colaboradores e hóspedes.
“Durante o isolamento, lançamos editais em apoio ao trade, organizamos campanhas promocionais, protocolos sanitários e ações estão sendo planejadas para serem lançadas logo que estejamos mais seguros quanto ao distanciamento. Os maranhenses precisam conhecer melhor o Maranhão e estaremos investindo e apoiando o turismo doméstico aos encantos da nossa terra”, conta o secretário Catulé Junior.
Reabertura durante a Pandemia


Com o Maranhão apresentando bons índices durante o isolamento social, alguns pontos turísticos do estado passaram a serem liberados para o público com algumas restrições. É o caso do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, que após ter sido fechado no dia 23 de Março, foi reaberto no primeiro dia do mês de Julho, porém o número de visitantes foi reduzido para 55% da sua capacidade de público, e o retorno deve respeitar as medidas estabelecidas pelo governo do Maranhão e pelos governos de Barreirinhas, Santo Amaro e Primeira Cruz.
Já Armando Ferreira da ABIH/MA, deixa claro que desde o mês de maio, 25% dos hotéis estão funcionando conforme as operações e protocolos que adéquam os estabelecimentos ao novo normal, atendendo as exigências da ANVISA e os decretos municipal, estadual e federal, que têm o objetivo de tornar mais seguras e confortáveis as atividades do setor do turismo durante a pandemia, o que fez com que 50% dos trabalhadores ligados às atividades turísticas mantivessem seus empregos e suas rendas. As mesmas medidas foram tomadas para as áreas da aviação e das OTAs (sigla em inglês para Agencia de Viagem Online).
O professor Paulo Montanha fala que em julho deste ano não foi alcançado nem 20% do nível do movimento turístico de um ano atrás, dizendo que a pandemia diminuiu o número de voos, que ainda não foram retomados. De acordo com Boletim Epidemiológico, divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (SES) na sexta-feira, (10/07), o estado do Maranhão teve um aumento no total de casos e de óbitos, já contando com 96.718 casos e 2.392 óbitos na data, justificando a necessidade de cuidados em casos de viagens.
Prevenção e cuidado
A dona de casa Josinete Santos, de 40 anos e natural de Santo Amaro, contraiu o coronavírus no início da Pandemia, mas tomou os cuidados necessários quando foi na sua cidade natal visitar o avô, onde passou quatro dias. Ela falou que utilizou máscara e álcool gel com frequência enquanto esteve no interior, além de ter se mantido distante das outras pessoas sempre que possível, e também deixou claro que ficou satisfeita em perceber que os habitantes da cidade estavam seguindo as normas para combater o vírus.
“Eles estão sendo bem cautelosos em relação às medidas que tem que ser tomadas. Nos comércios e bancos só entram de máscara. Além disso, o uso do álcool em gel e o distanciamento foram bem seguidos pelos moradores de Santo Amaro, foi o que consegui perceber enquanto estive lá”.
No caso da fonoaudióloga Nyolle Amorim, que possui 32 anos e é natural de São Luís, a situação foi um pouco diferente. A profissional da área de saúde ficou cinco dias em uma vila de pescadores no município de Tutóia para participar de uma reunião de Kitesurf e também para fugir um pouco da rotina de trabalho. Ela diz que procurou seguir as normas para não contrair a Covid-19, porém lamentou em perceber que boa parte dos moradores e frequentadores do município e das redondezas não estavam se cuidando para evitar a propagação da doença.
“Viajei com um grupo pequeno de amigos e ao longo do trajeto, sempre procurei ficar perto deles, ficando longe de grandes aglomerações, ao mesmo tempo em que utilizei máscara e álcool gel, já no meu destino cheguei a passar boa parte do tempo sozinha, dividindo meu tempo entre um chalé particular e um camping na praia, mas tanto no meio do caminho quanto na cidade de Tutóia, vi que nem todos estavam usando máscaras, cheguei a parar em um restaurante de grande porte e percebi que muitas pessoas que trabalhavam no estabelecimento não estavam usando máscaras e nem disponibilizavam álcool gel para os clientes”.
Texto: Ítalo Cavalcanti – Estagiário do JP Turismo
No meu ponto de vista o pior já passou porém é imprescindível que a população continue tomando cuidados.