Expert em desenvolvimento empresarial, Leticia Costa, que atualmente concorre a vaga em câmara de comércio norte-americana, falou em entrevista sobre sua carreira e explicou sobre internacionalização de negócios
Histórias como a da maranhense Leticia Monteiro Cardoso Costa, de 33 anos de idade, exemplificam como determinação e visão estratégica podem transformar escolhas individuais em conquistas de impacto coletivo. Este ano, a jovem passou a colaborar em comissão da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Maranhão (OAB-MA), que trata da internacionalização de negócios sediados no estado, e participa de seletivo para integrar comitê do Salt Lake Chamber of Commerce, maior e mais influente câmara de comércio do estado de Utah, nos Estados Unidos.
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A câmara norte-americana congrega profissionais que podem contribuir com o desenvolvimento econômico e criar conexões entre empresas locais e de outros países. Especialista em Direito e Marketing, com foco em negócios internacionais, Leticia Costa está sendo considerada para ocupar assento na entidade devido à bagagem de conhecimento e experiências acumuladas no Brasil e nos EUA.
O JP Turismo conversou com ela para saber mais sobre sua trajetória — que pode ajudar a inspirar outros maranhenses desejosos por alçar voos mais altos — e também para entender melhor sobre o processo de expansão de empresas no âmbito internacional.
JP Turismo: Leticia, você nasceu na capital São Luís, cresceu no interior do estado, mais precisamente nos municípios de Pedreiras e Trizidela do Vale, e hoje mora nos Estados Unidos. Os seus primeiros passos na vida profissional foram dados onde?
LC: Mesmo antes de me formar em Direito no Brasil, conduzi, entre 2013 e 2016, ações que ampliaram a atuação da empresa Costa Neto Construções, construtora renomada de Pedreiras. Com a criação e implementação de novas campanhas de marketing, entramos em novos mercados, participamos de licitações de outros estados e aumentamos nossa cartela de serviços. Como estudante de Direito e depois como recém-graduada, essa foi uma época de muito aprendizado para mim, na qual eu expandi não apenas a construtora, mas também a minha própria mente, passando a olhar mais para as oportunidades fora do país.
JP Turismo: Quando e por qual motivo você decidiu sair do país?
LC: Depois de concluir o curso de Direito, decidi que era hora de investir meu tempo e dedicação a uma área para a qual eu estava me encaminhando profissionalmente: expansão de negócios. Nos anos seguintes, consegui bolsas de estudo por mérito acadêmico nos Estados Unidos na área de Comunicação e Marketing. Morando nos EUA, tive a oportunidade de estagiar e passar por treinamento prático de trabalho no marketing de empresas norte-americanas. Essas experiências, assim como o meu estágio atual como especialista de marketing, me deram uma boa leitura do mercado local e das aplicações do marketing em diversos setores.
JP Turismo: Por que decidiu estudar marketing? Como isso se conecta ou contribui com a internacionalização de empresas?
LC: Eu escolhi o marketing ao vir estudar nos EUA pois ele tem um papel central na expansão empresarial, sendo a ferramenta que fornece a inteligência necessária para entender o mercado. Com ele, descobrimos as nuances do consumidor, as reais oportunidades e a forma correta de posicionar a marca. Sem essa adaptação estratégica, a entrada da empresa em um novo país torna-se extremamente difícil.
JP Turismo: Como internacionalizar uma empresa e quais são as vantagens?
LC: Levar um negócio para fora do país pode parecer algo restrito às grandes corporações, mas pequenas empresas também podem se beneficiar com a internacionalização, principalmente se tiverem um bom planejamento estratégico e entenderem as exigências legais e tributárias envolvidas. A forma mais comum de fazer isso é abrindo uma filial ou uma subsidiária no exterior, a fim de criar presença física ou jurídica em outro país para operar diretamente naquele mercado.
As vantagens de expandir um negócio fora do Brasil são diversas. A principal delas é o acesso a novos mercados e oportunidades de crescimento, o que pode aumentar significativamente a base de clientes. Além disso, a empresa passa a faturar em moedas mais fortes, como dólar ou euro, o que pode trazer mais estabilidade financeira. Há também benefícios em termos de posicionamento e credibilidade no mercado internacional, maior competitividade e, em alguns casos, regimes tributários mais favoráveis, dependendo da estrutura escolhida.
JP Turismo: Quais são os setores com maior demanda?
LC: No cenário internacional, há setores que buscam ativamente parcerias com empresas brasileiras. Tecnologia da informação, softwares e inovação são os principais, seguidos por engenharia, agronegócio, alimentos e bebidas, moda e design, esclarece a especialista em Direito e Marketing com foco em negócios internacionais. Serviços jurídicos, contábeis e de consultoria também ganham espaço, especialmente quando voltados a empresas estrangeiras interessadas em investir na América Latina.
No Brasil, quem mais investe em expansão internacional são as médias e grandes empresas, principalmente as que já têm atuação consolidada no mercado interno e desejam expandir suas operações. No Maranhão, esse movimento ainda é menos comum, mas vem crescendo entre negócios ligados ao agronegócio, à indústria de alimentos, à tecnologia, à construção civil e aos serviços especializados. Essas áreas costumam ter produtos e soluções com potencial competitivo fora do país e conseguem atender demandas globais com facilidade.
JP Turismo: O que é necessário para que uma empresa tenha sucesso na internacionalização?
LC: O mapeamento e /planejamento da expansão de negócios pode elevar empresas a outro patamar. Essa estratégia, no entanto, exige estudo de mercado, planejamento detalhado e conformidade com as devidas legislações para ser exitosa. Quando bem estruturada e devidamente orientada por profissionais experientes nesse processo, essa decisão traz crescimento sustentável e coloca a empresa em um cenário de atuação global.
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