

Com início previsto para o próximo dia 28 de maio, com o ritual de carregamento e levantamento do mastro, será realizado na Cidade Monumento Histórico Nacional e Museu a Céu Aberto mais um Festejo do Divino Espírito Santo de Alcântara, neste ano sob o comando do Imperador. A cada ano o domínio da festa se alterna, sendo que nos anos pares o Império fica sob responsabilidade da Imperatriz, enquanto que nos anos ímpares, como neste ano, o Imperador é quem assume a responsabilidade pelo festejo, que neste ano terá seu término já no mês de junho, no dia 8.


Embora o clímax do evento religioso esteja ligado a uma programação rigorosa que dura doze dias, a festa, na verdade, como se costuma dizer, começa quando termina, pois a leitura do pelouro, a lista com o nome dos festeiros do ano seguinte, é feita ao fim do ciclo da festa anterior, no Domingo de Pentecostes. Na segunda-feira subsequente ao domingo já acontece um cortejo no qual os postos são entregues aos próximos festeiros.


Neste ano, no próximo dia 28 de maio, ocorrerá o carregamento do mastro do Imperador pelas ruas da cidade e levantamento do mesmo na praça da Matriz, com grande participação popular, caracterizando um intenso momento do lado profano do festejo, que prosseguirá na quinta-feira da Ascensão do Senhor, dia 29, com realização de missa solene na igreja de Nossa Senhora do Carmo. Na sexta-feira, dia 30, haverá o carregamento e levantamento do mastro do Mordomo-Régio Fábio Luís Lemos Junior, que terá como Mordomo do Trono Flávio Lucas Santos Pereira. À noite, missa na igreja do Carmo.
No dia seguinte, sábado, ocorrerá visita do Mordomo-Régio ao Império. Dia 1º de junho, domingo da Ascensão do Senhor, também chamado popularmente de domingo do meio, ocorrerá missa solene na igreja do Carmo, seguida de cortejo, marcando a visita do Império aos Mordomos. Em todos esses momentos, merece destaque a participação das caixeiras.
Após o domingo do meio, ao longo da semana, o ritual inclui a esmola do Mordomo Régio e visitas dos mordomos ao Império, a cada noite, com realização de missas solenes, diariamente. Na sexta-feira, 6 de junho, acontecerá a chamada Subida do boi. Vários bois são reunidos no Porto do Jacaré, portal de entrada da cidade. Os animais têm os chifres e os rabos enfeitados com papel ou plásticos coloridos.


Os bois, que a princípio se encontravam amarrados são libertados e sobem a ladeira do Jacaré em desabalada carreira, passando em frente à casa dos festeiros, sendo conduzidos, ao final do trajeto, ao matadouro. A carne dos mesmos é utilizada para alimentar as pessoas durante a festa, e ainda para integrar os pratos que serão oferecidos a pessoas necessitadas no cortejo do dia seguinte (sábado), o que compõe a entrega das jóias do Divino a pessoas carentes. À noite, acontece missa solene e cortejo dos mordomos pelas ruas da cidade, seguindo para o Império.
O festejo prossegue em Alcântara até o dia 8 de junho, domingo de Pentecostes. Às nove da manhã será rezada missa solene, seguida de cortejo do Império e mordomos pelas ruas da cidade, retornando à Casa do Divino. Ao cair da tarde, procissão da Santa C’roa, às 17 horas, com retorno à igreja do Carmo, na qual acontecerá missa solene, seguida da leitura do pelouro, ou seja, a lista dos festeiros do próximo ano. Vida longa e próspera ao Glorioso Festejo do Divino Espírito Santo de Alcântara.
Texto: Paulo Melo Sousa