Viajar para conhecer locais que realmente tenham conexão com seus interesses pessoais e curiosidades, oferecendo vivências únicas. Para atender um público exigente e diversificado, o turismo tem se tornado cada vez mais segmentado. Em 2023, o Afroturismo promete ser a “bola da vez”.


A nova vertente busca o protagonismo ao ressaltar a cultura negra como elemento primordial ao desenvolvimento turístico de uma infinidade de atrativos espalhados pelo Brasil e que muitas vezes não são devidamente valorizados. Por outro lado, este movimento também ressalta a necessidade de ações afirmativas que deixem o turista negro confortável, acolhido e seguro em suas viagens.
Em fevereiro, o site Guia Negro divulgou o resultado do I Prêmio do Afroturismo, para homenagear projetos e profissionais com atuação de destaque. Salvador (BA) foi eleita como o Melhor Destino Nacional, com 42% dos votos, apontada como uma cidade que “respira cultura africana”. Com o programa “Salvador Capital Afro”, a gestão municipal reconheceu o potencial do Afroturismo da primeira capital brasileira e fez um investimento de R$ 16 milhões.
Entre dezenas de cidades e comunidades com importantes referências para o Afrotuismo, também podem ser citadas: São Luís (MA), Recife (PE), Rio de Janeiro, o Quilombo dos Palmares, em Alagoas, e o Sítio Histórico, a Comunidade Mumbuca, no Jalapão, e o Patrimônio Cultural Kalunga, em Goiás, reconhecido como o maior sítio histórico do País.
Congresso
O Afroturismo é um dos destaques da programação do I Congresso Febtur de Jornalistas e Comunicadores de Turismo. O evento será realizado em Salvador, de 1 e 3 de junho, na Casa do Comércio. No primeiro dia, a consultora de viagens, palestrante e professora Tânia Neres dará uma palestra sobre o tema, seguida de mesa de debate com o Comitê de Afroturismo da Prefeitura de Salvador.
O Congresso, que tem como tema “A comunicação plural para um turismo sem fronteiras” levará os participantes ao Pelourinho, um dos atrativos da capital baiana mais conhecidos e visitados, símbolo da herança e resistência afro no Brasil.
“A Bahia, como um todo, é um Estado com forte herança africana e o turismo é profundamente influenciado por toda essa riqueza cultural. Nada mais justo que ter Salvador como palco para uma discussão tão importante como esta, que trás a população negra, suas tradições culturais, gastronômicas e religiosas a uma posição de destaque no turismo”, defende Gorgônio Loureiro, presidente nacional da Federação Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Turismo (Febtur), realizadora do Congresso.
As inscrições para o evento estão abertas, pelo Sympla, para jornalistas e profissionais da Economia Criativa com foco no turismo.
Por Seleucia Fontes