Final de tarde da primavera europeia, desembarquei no aeroporto internacional Francisco Sá Carneiro na Cidade do Porto, Portugal. Vinha de Paris, após uma semana na Cidade Luz. Temperatura amena nos finais de tarde, o sol se pondo dando lugar à luz prata da lua.
Deixei a mala no hotel, e como estava próximo à bela estação São Bento, fui até lá para admirar e fotografar seus afrescos, acompanhado o frenesi dos transeuntes após seus dias de trabalho. Com o entardecer ainda laranja, aproveitei para caminhar um pouco mais, indo até a ponte Dona Maria, sobre o rio Douro, e registrei o belo pôr do sol. Tenho o hábito de fotografar entardeceres da janela de casa, e pelos lugares do mundo por onde ando.
Postei algumas fotografias nas redes sociais, e a querida amiga, Antônia Lima Oliveira, minha mestra na Escola de Agronomia, olhou a postagem e me perguntou “Onde estás?”. “No Porto”, disse-lhe. “Tenho um grande amigo no Porto”, disse-me Antônia. Voltei para o hotel, me reconectei com o mundo pelo Wi-Fi, em seguida me ligou um senhor até então desconhecido. Logo, estava a falar com Francisco Brandão, afável e cativante português-carioca. Ao se apresentar, por telefone, Francisco foi logo me dizendo: “Amo sua terra, sou apaixonado pelo Brasil. Talvez tenha quem goste do Brasil tanto quando eu, jamais mais do que eu”.
Na mesma noite foi ao meu encontro no hotel, conversamos rapidamente, e como já tinha compromisso para aquela noite, convidou-me para jantar no dia seguinte.
À noite, horário combinado, estava ele na porta do hotel, com a esposa Conceição e uma amiga e vizinha, Maria José. Fomos os quatro jantar no restaurante O Gaveto. A conversa se estendeu noite a dentro: comida farta, bom vinho, ótima sobremesa, tudo que Portugal tem de melhor. A partir daquele jantar, amarramos as camisas, não nos separamos mais. Todos os dias nos falamos, via WhatsApp, passando em revista pessoas conhecidas, fatos importantes do dia. Francisco passou parte da infância na Cidade Maravilhosa, e fez do Rio de Janeiro seu segundo lar. Por causa de uma amiga maranhense, residente em Madri, Maria Helena Leitão, Francisco foi apresentado ao Maranhão. Por estas bandas tem um séquito de amigos fiéis e muitos admiradores. Chamou-o de Cônsul do Maranhão no Porto.
Sempre que pode, Francisco toma acento em uma aeronave da TAP, atravessa o Atlântico e desembarca em terras tupiniquins. Diz ele, com olhos brilhando, “que é para renovar as energias”. Cosmopolita, Francisco, homem de conversa fácil e ótima memória, viveu os tempos áureos do efervescente Rio de Janeiro, e também em Madri.
Por sete dias Francisco esteve visitando São Luís do Maranhão. Veio em companhia de sua fiel escudeira e companheira de jornada, Conceição. Médica cardiologista, Conceição, observadora atenta, sempre pontua suas falas com tiradas hilárias.
Em sua vinda à nossa Ilha do Amor, seus amigos, se desdobraram para lhe proporcionar o que nossa encantadora ilha tem de melhor, o calor humano. Em torno da mesa, Francisco contou histórias memoráveis para diferentes grupos de amigos. Atencioso e sedutor, tem a arte de ouvir o interlocutor.
Acostumados aos mais sofisticados salões europeus e do Rio, é por essas plagas que o amigo lusitano é mais bem acolhido. Recebido com atenção e carinho, sempre gentil e generoso com todos, Francisco conquistou a todos nós. Como diz a querida Liu Trinta, “Paco, como Francisco é conhecido, recebe os amigos com tapete vermelho e o melhor de Portugal”.
É prazeroso estar na companhia desse amigo e de sua esposa. De fino trato, sua companhia é garantia de boas energias e muitas risadas.
Estou incentivando-o a colocar no papel suas maravilhosas histórias e assim eternizar suas memórias.
Prometeu para breve o lançamento de seu primeiro livro.
São Luís do Maranhão está em débito com Francisco Brandão. Pelo seu amor a nossa Ilha do Amor e pela divulgação que faz por onde anda, vamos providenciar um título de Cidadão Ludovicense para homenagea-lo. Com a palavra seus inúmeros e importantes amigos.
Na terça-feira, 04 de abril, Francisco e Conceição partiram rumo ao Rio de Janeiro, prometendo voltar em breve. Comecei a contagem regressiva para sua nova visita.
Francisco e Conceição sejam sempre muito bem-vindos. A Ilha do Amor se alegra com suas presenças.
Luiz Tadeu Nunes e Silva – Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e viajante. Autor do livro “Das muletas fiz asas”, o latino americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes.