Um momento de saudosismo: quem nunca colheu um fruto no pé não sabe o que é ser feliz com o mais simples dos atos, o de se alimentar, ainda mais quando se trata de uma frutinha “de tempo”, como a jabuticaba!


Desde quando comer uma fruta é turismo? Nestes tempos contemporâneos onde tudo é embalado, experiência e gastronomia se unem em um único e delicioso ato, o de apresentar os nossos filhos de onde veio o suco, o leite de caixinha, a geleia e muito mais.
Para fortalecer a cadeia produtiva e turística de Taquaruçu, distrito de Palmas (TO), a prefeitura da capital tocantinense, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Emprego (Sedem), realiza há seis anos a Festa da Colheita da Jabuticaba. A programação começou no último final de semana, com a abertura dos pomares aos visitantes, e segue até o próximo domingo, incluindo uma Vila Gastronômica com pratos surpreendentes.
Além de comercializar a fruta “in natura”, o evento ainda conta com um concurso para eleger o melhor prato.
Árvore e fruto


A jabuticabeira (Myrciaria trunciflora) é uma árvore nativa da Mata Atlântica, mas chegou até o cerrado para florescer na primavera. Os frutos são do tipo baga, apresentando casca brilhante e fina, que se rompe facilmente quando se morde a fruta.
A jabuticabeira é uma planta própria para o quintal ou pomar. Tem crescimento lento, demora aproximadamente dez anos para sua primeira frutificação. Mas quando começa não pára mais e sua produtividade cresce a cada ano. Quando adulta ela pode alcançar cerca de 15 metros de altura e apresenta copa em formato piramidal. Sua floração abundante, se torna um grande atrativo para as abelhas.
Muitos são os moradores de Taquaruçu com pés de jabuticaba nos quintais e sítios, surgindo daí a ideia do evento anual.
Este é o caso de Meirevone Coelho, proprietária de um dos pomares. Ela explica que este ano ampliou a oferta com produtos derivados da jabuticaba. “Estamos cada vez mais animados com esse evento, pois antes perdíamos muitas jabuticabas, e agora os clientes vêm até nós e, assim, podemos ter uma renda melhor”, observa.
Já Eliana dos Santos acrescenta que, em seu pomar, proporciona um ‘plus’ aos visitantes, oferecendo toalhas e cestas para quem quiser fazer um piquenique, além de fornecer café da manhã, almoço e lanche, fora os produtos à base da jabuticaba. “Queremos que o visitante não só colha a jabuticaba, mas que tenha um tempo de tranquilidade e aproveite enquanto estiver aqui”, concluiu a anfitriã.
“A festa tem sido um motor de desenvolvimento para pequenos produtores e empreendedores, atraindo um público variado que busca não só a gastronomia, mas também lazer e a beleza natural de Taquaruçu”, destaca a idealizadora da festa, Lucyene Nascimento.
Vila Gastronômica


Além de garantir uma conexão direta com a natureza e a cultura local, por meio da degustação das jabuticabas diretamente das árvores, os visitantes podem saborear uma variedade de produtos à base de jabuticaba, como geleias, licores, vinhos, bolos e outras sobremesas.
Além da gastronomia, a festa busca fortalecer a economia regional ao valorizar os produtores locais. A estrutura permanece montada na Praça Joaquim Maracaípe entre os dias 14 e 17 de novembro.
Rota e concurso
A Rota Gastronômica é um dos pontos altos do evento, pois é um convite para a população apreciar uma culinária repleta de criações exclusivas que exaltam a jabuticaba em todas as suas formas, de sobremesas a pratos salgados e drinks refrescantes.
Os 18 estabelecimentos concorrentes estão servindo suas propostas desde o dia 8. Além do título de melhor prato da edição, os três primeiros lugares receberão troféus comemorativos. Os quesitos avaliados são a apresentação, o sabor, a criatividade e a textura.
Para quem estiver em Palmas neste feriado fica o convite: não deixe de experimentar as delícias da Festa da Colheita da Jabuticaba e aproveite para conhecer as belezas naturais da região, que é repleta de cachoeiras, trilhas e mirantes.
Texto: Seleucia Fontes, especial para o JP Turismo