“Voa Maracanã, pelas mangueiras, pelos buritizais
Cantinho do céu que Rosa Mochel se encantou
Joia rara da nação, juçara da minha cor
Canta Humberto, desperta teu amanhã
Que hoje é o tempo certo de se ouvir Maracanã!” (Luíz Bulcão)
Reprodução do texto (já saído em Sotaque anterior)por Justiça— Está sendo divulgada, nas redes sociais, com o destaque merecido, notícia alvissareira, sob responsabilidade da Secom estadual: “Um dos mais tradicionais pontos culturais do Maranhão, que ganha destaque no mês de outubro, este ano, também estará em evidência nos festejos juninos. Localizado no Maracanã, o Parque da Juçara será sede de diversas apresentações culturais da programação do São João do Maranhão. O Governo do Estado, por meio da Agência Executiva Metropolitana (AGEM), informou que está realizando serviços, em caráter imediato, nas áreas que serão utilizadas durante o São João. O objetivo é oferecer para a população mais conforto e segurança. Nesta etapa da obra para o São João serão realizadas drenagem; reforma de barracas; pavimentação com brita; adaptação de área para estacionamento; reforma de palco; iluminação e sinalização. Esses serviços, que abrangem uma área de 14.276,75m², devem ser concluídos até antes do início da programação de São João no Parque, que está previsto pra dia 16 de junho.”
Rosa Mochel criou A Festa da Juçara, no Maracanã, Colégio Japi-Açu, no Anjo da Guarda, e Centro de Artes Japi-Açu, no Diamante, dentre outras preciosidades comunitárias. Não sei se Humberto, legendário e saudoso cantador do Boi de Maracanã, tirou toada de exaltação a ela, o que não havendo, faria o filho dele (Ribinha Maracanã).
Publicidade saborosa — A ideia da Festa da Juçara surgiu a partir da constatação de extensos juçarais no Maracanã. Sob iniciativa da professora Rosa Mochel, começou em 1970, motivo de muito orgulho para habitantes da região, realizada todos os anos, aos domingos, no mês de outubro. A Festa da Juçara se constitui em um importante referencial para a população maranhense, no que concerne a chance de apreciar a iguaria deliciosa. O evento acontece no Parque da Juçara, Maracanã, zona rural de São Luís, oferecendo shows, parque de diversões, feira de artesanato e dispõe de barracas com a comercialização de comidas típicas e polpa da juçara. Trata-se de uma marca da tradição maranhense de tomar juçara com açúcar e acompanhada com camarão e farinha d´água.. Por que Rosa Mochel deu à luz a manifestação, há 52 anos, na zona rural, onde era proprietária de sítio? Ela era secretária da Educação e Ação Comunitária de São Luís.
Centenário de uma grande maranhense — Sintetizo, aqui, sua vida e obra para os meus parceiros jornalistas e radialistas mais moços passarem adiante, como certo. Rosa Mochel nasceu em Humberto de Campos, em 19.1.1919. Professora normalista, bacharela em Geografia e História, lecionou no ensino médio, e Geografia Econômica, no Curso de Economia da UFMA, e foi engenheira agrônoma, a primeira maranhense a ter essa formação. Secretária da Educação e Ação Comunitária de São Luís, deu a lume o Projeto Euterpe (na mitologia grega, musa da Música), mais força à educação de jovens e crianças. Idealizou o Colégio Japi-Açu (no Anjo da Guarda) e o Centro de Artes Japi-Açu e a Casa de Alice, um horto com grande variedade de plantas, aberto à visitação pública, em seu sítio no Maracanã, para a preservação de espécies ameaçadas pelo desmatamento. Ela foi homenageada, pelo seu centenário, na 13.ª Feira do Livro de São Luís (FeliS), que teve como patrono o romancista Aluísio Azevedo.
O CAJ abandonado pelo ex-prefeito de São Luís – O Centro de Artes Japi-Açu (CAJ) foi criado pelo Decreto nº 1.729, de 9.8.1972, do prefeito Haroldo Tavares, e pela idealização da então secretária da Educação do Município, Rosa Mochel, com o propósito de trabalhar artes nas escolas públicas. Seu objetivo era capacitar a comunidade, oferecendo cursos, oficinas, treinamentos, realização de feiras, rodas de negócios, exposições, implementações de escolas especiais. Situa-se na Travessa do Dirceu, 35, Diamante. Rosa Mochel faleceu, em 1985, com o Japi-Açu, por ela concretizado, desativado pelo prefeito Edvaldo Holanda Júnior.
Um bem-comum numa tapera – Vinculado à Secult (Secretaria Municipal da Cultura), era repleto de chances para o desenvolvimento intelectual e artístico de jovens. Não é sem razão que instrutores, antes, e residentes do Diamante, hoje, clamam ainda por providências das autoridades, pois, jogado às traças, o Japi-Açu só está mais favorecendo a possibilidade de violência e criminalidade. O CAJ já permitiu a milhares de pessoas a descoberta e desenvolvimento de diversos talentos artísticos, por meio dos cursos gratuitos oferecidos pela instituição.
Parque da Juçara Rosa Mochel – Ninguém melhor para homenagear o Parque da Juçara, no Maracanã, que Rosa Mochel, a originadora da Festa da Juçara, antes que surja um presunçoso com exigência à nobreza.
Deus escreve o certo por linhas tortas – Uma pessoa sofre algum revés, o que a obriga a superar-se e atingir objetivos que jamais buscaria sem esse acontecimento. Estou inserido neste contexto, no que concerne também à publicação de, quando menos, três livros meus, dentre vários inéditos: Tudo a ver com o Peixe de São Pedro (A Festa do Pedro Santo, o Padroeiro dos Pescadores, no Bairro da Madre de Deus), pensado em noite de autógrafos com o lançamento do CD Ladainhas e Canções a São Pedro, ao qual não escutei o ansioso sim de um mecenas, como em 2018 solicitei ao futuro prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que achou que o tempo dele era mais precioso que o meu, valendo ouro, e nunca me recebeu para tratar do assunto. As Vozes do Sobrado Maia (Por Dentro dos Apicuns do Ás Nego Lápis ao Genial Jornalista e Escritor Erasmo Dias). A Ilha em Estado Interessante (1.º lugar, no gênero crônicas, do Concurso Literário Cidade de São Luís) a que o então prefeito (dito evangélico) Edivaldo Holanda Júnior, que corre da Inteligência e da Cultura Maranhenses, quanto o Diabo foge da Cruz, não publicou, e sustou o certame, para eu não ganhar mais nenhum! E o seu sucessor, padecendo do mesmo mal, Nem Seu Sousa! “O tempora, o mores”: “Oh, os tempos! Oh, os costumes!”