“Contra a mediocridade insolente e o safadismo de alto coturno, quem não é feroz, é um patife”!, vociferou Monteiro Lobato, com a campanha de O Petróleo é Nosso! É de Lobato a frase que serviu de slogan para a campanha do petróleo que resultou na criação da Petrobrás. “O petróleo é nosso” teria sido a última frase de uma derradeira entrevista concedida à rádio por Lobato, dois dias antes de morrer. O escritor não foi só um ativista da causa do petróleo de solo brasileiro. Nem tanto à terra nem tanto ao mar. Lemos que na mitologia grega, há uma cena em que Dédalo e seu filho Ícaro se veem presos pelo rei Minos em um labirinto, que eles mesmos haviam construído, para que o rei pudesse aprisionar o Minotauro, um monstro com corpo de homem e cabeça de touro. Após o Minotauro ter sido morto por Teseu, eles foram colocados ali. Na tentativa de fugir desse labirinto, Dédalo constrói asas a partir de cera de mel de abelhas e penas de gaivota, para que ele e seu filho pudessem sair dali. Antes de saírem voando, Dédalo diz a Ícaro que não voe muito alto para que o calor do sol não derreta a cera que prende suas asas e, também, que não voe muito baixo, para que a umidade do mar não pese sobre elas e as faça emperrar. O fato é que Ícaro se empolga com o voo, aproxima-se do sol e morre ao cair no Mar Egeu.
Sem essas construções filosóficas e patrióticas, no Jornal de Brasília, a articulista Kátia Flávia foi direto ao ponto do desfile da Escola de Samba Estácio de Sá, que levou para a Av. da Marquês de Sapucaí, no Rio, o enredo tratando de São Luís (o Rei-Santo de França), como foi batizada a Capital Maranhense, e o São João, da festança maior, no mês de junho: “Passistas da Estácio de Sá desfilaram só de biquíni: Não tinha roupa, Elas disseram que foram avisadas em cima da hora que não tinha roupa para entrar na avenida e tiveram que comprar um biquíni vermelho!” Foi mais: “Meu Deus! O carnaval não são só flores para algumas escolas de samba, como a Estácio de Sá. A escola desfilou com as passistas sem roupa, apenas de biquíni e uma cabeça feita no ateliê da escola. Marcela contou detalhes sobre a situação que a escola enfrentou, principalmente as passistas: “A gente foi no ateliê e não tinha roupa”; a escola não pagou para ela e ela não ia fazer. Desabafou mais: “Chorei, não tenho nem mais lágrimas, porque eu saí de São Paulo, viajei oito horas para estar aqui. Meu segundo ano na Estácio. Ano passado.
Jornalista maranhense viu assim — Foi o jornalista Diego Emir que assim opinou em sua Fantasias não chegam e desfile da Estácio de Sá sofre críticas na Marquês de Sapucaí. Considerada uma das favoritas antes do desfile na Marquês de Sapucaí, a Estácio de Sá que cantou – “São João, São Luís, Maranhão! Acende a fogueira do meu coração” – esse ano no Rio de Janeiro, passou um verdadeiro sufoco na noite de sexta-feira (17) e que deve custar o não acesso ao Grupo Especial, uma vez que apenas a campeã é que garante a vaga para o carnaval 2024. As fantasias da ala dos passistas não ficaram prontas, provocando tumulto e revolta entre os integrantes.”
O leão deveria estar manso — No resumo da ópera: Várias passistas desistiram de se apresentar. Algumas desfilaram apenas com biquíni vermelho, que compraram como roupa de apoio. As fantasias estavam sendo comercializadas ao preço de R$1500. A Estácio de Sá chegou a divulgar em sua página no facebook que as alas 8 e 15 estavam com problemas na entrega das fantasias. Mesmo com estes problemas, a campeã do Grupo Especial em 1992, a Estácio de Sá entrou na Avenida Marquês de Sapucaí com um discurso forte do presidente Leziário Nascimento: “O leão ferido torna-se mais assustador”. Pelo que ocasionou, ao que nos parece, o leão (símbolo da agremiação) deveria estar manso.
Temas maranhenses nas escolas do Rio — Começaram com Acadêmicos do Salgueiro, em 1974, quando Joãosinho Trinta, em ascensão artística, idealizou O Rei de França Na Ilha da Assombração (um belíssimo hino de autoria de Zé Di e Malandro), mas colocando “O touro negro coroado é Dom Sebastião”, que caberia bem no samba-de-enredo apropriado. Em 1996, Os Tambores da Mangueira na Terra da Encantaria. Joãosinho Trinta, na Grande Rio, em 2002, com Os Papagaios Amarelos Nas Terras Encantadas do Maranhão, inseriu a Guerra da Balaiada (de 1838/41) na Fundação de São Luís (1612). Em 2001, com A Saga de Agotime, Maria Mineira Naê, a comissão da Beija-Flor de Nilópolis não deu sequer as caras na Casa das Minas, após a mufunfa recebida de bandeja, contrariando quem aguardava a gentileza da presença: As vodunsis do Querebentã de Zomadônu, o terreiro de matriz africana mais antigo do Maranhão, criado por Nã Agontimé, a rainha de Daomé que veio escrava para o Brasil, no séc. 19. Em 2010, Acadêmicos do Tucuruvi (de São Paulo), com São Luís do Maranhão, Universo de Encantos e Magia. Em 2012, com São Luís, o Poema Encantado do Maranhão, sobre os 400 Anos de São Luís, a Beija-Flor produziu um Frankenstein milionário para 12 parceiros, com retalhos de suas composições. Ali, a proposta dos compositores maranhenses Quirino do Cavaco, Carlos Cuíca e Neto Peperi, concorrendo em Nilópolis, bateria nos 12, se não houvesse apadrinhamento. Em 2018, foi a vez de Acadêmicos do Tatuapé (SP), Maranhão, com Os Tambores Vão Ecoar na Terra da Encantaria.
Resultado poderia ser muito melhor — Com o objetivo de servir para impulsionar mais o Turismo do Maranhão, o governador do Estado, Carlos Brandão, foi um dos maiores entusiastas deste relevante Projeto com a Estácio de Sá, considerada a primeira escola de samba do Brasil. Todos nós estávamos torcendo a valer, para agremiação ser campeã do Grupo de Acesso, e partir para o Grupo Especial, com um inesquecível desfile. Entretanto, com esse momento lastimoso, em que deixaram São Luís e o São João de biquíni, sem força de expressão, não aflorando a competência da direção da escola de samba, sem nos causar uma boa impressão, não esperamos um melhor resultado para ela com os nossos benquistos motivos da Cultura e da Religiosidade do Maranhão!
Texto: Herbert de Jesus Santos
Foi ridículo. Vieram somente pegar o dinheiro do Estado. A escola estava um nojo, feia, triste. Nem de longe lembrou a beleza do São João maranhense. Inventaram até reggae. Não fizeram pesquisa alguma. Estavam mais preocupados em homenagear a insossa da Taynara OG. Merecia cair pro Grupo Prata. Que não voltem nunca mais. HORRÍVEL!