Em seu poema Imagem, Bandeira Tribuzi cantou “Vista do mar, a cidade, suas ladeiras, parece humilde presépio levantado por mãos puras: nimbada de claridade, ponteia velhos telhados com as torres das igrejas e altas copas de palmeiras. Seus dois rios, como braços cingem-lhe a doce figura. Sobre a paz de sua imagem flui a música do tempo, cresce o musgo dos telhados e a umidade das paredes escorre pelos sobradoso amargo sal dos invernos. Tudo é doce e até parece que vemos só o animado contorno de iluminura e não a realidade: vista do mar, a cidade parece humilde presépio levantado por mãos puras e em sua simplicidade esconde glórias passadas, sonha grandezas futuras.”


Entre tradições e novidades, entre o antigo e o atual, entre passado e o presente, uma história urbana é resgatada a cada reencontro com uma data comemorada como a fundação de algo. São Luís, nesse contexto, não é exceção à regra, e, comemora neste dia 8 de setembro, 409 anos, injetando na memória relatos de uma cidade cuja gênese socialmente conflituosa teve início em 1612, e que, embora com seus desafios, não deixa de encantar por suas riquezas culturais.
Antiga Upaon-Açu, como foi denominada carinhosamente pelos tupinambás, São Luís foi palco de muitos conflitos desde sua fundação, realizada pelos franceses, sendo colonizada, neste processo de ocupação, pelos portugueses. Uma presença francesa que, territorialmente, começou bem antes, em 1555, no Rio de Janeiro, com a chegada de profissionais, como artesãos, tecelões, alfaiates, sapateiros, serralheiros e astrônomos. O Maranhão, naquela época, foi frequentado por pessoas como Abbeville e d’Evreux, a fim de consolidar a França Equinocial.
Em praças, becos e ruas, é possível, sim, recordar momentos bons vivenciados pela Ilha do Maranhão, ainda mais quando fenômenos naturais contribuem para este resgate na memória cultural de São Luís. Na brisa da Avenida Litorânea, os 409 anos da nossa cidade se transformam em um evento aproveitado diariamente ou semanalmente, em uma reunião familiar, ou entre amigos. Uma agradável sensação desfrutada em nosso litoral, que é pouco elogiado.
Saindo da orla marítima e fazendo um tour pelo Centro Histórico, a sensação de conforto estético também não se altera, sobretudo ao vislumbrar os casarões e casarios, que, embora pouco preservados pelas autoridades, permanecem reluzindo o esplendor de uma história propícia, repleta de esperança e expectativa. Neste passeio, relembra-se o Beco da Pacotilha, o Cemitério do Gavião, o Beco Catarina Mina, a Igreja do Desterro, a Fonte das Pedras, a Praça João Lisboa, Praça Pedro II, a Rampa Campos Melo, entre outros atrativos que a cidade nos oferece.
O encanto pode ser vivenciado ao som de uma serenata, com encenações no caminho, dramatizadas por artistas maranhenses, que conhecem o valor cultural desta ilha, situada no Golfão Maranhense e formada pelos estuários dos rios Anil e Bacanga.
Entre tantos problemas enfrentados, por descaso político, São Luís possui uma tradição secular ainda difundida por pessoas que realmente se preocupam com a história da “Upaon-Açu” e respeitam os 409 anos de fundação, valorizando os potenciais turísticos e econômicos.


Parabéns, São Luís, pelos seus 409 anos de existência, conforme descrição histórica e cuidadosamente estudada por profissionais capacitados para tal tarefa. Estes são os votos do JP Turismo.