Na assistência à missa vespertina de domingo passado, na Igreja de São Pantaleão, chamou-me a atenção uma cerimônia litúrgica bem entusiasmada, com belos e novos cânticos. Adicionei a boa-nova na conta do pároco, orador eficiente e um discurso clarividente. No meu raciocínio, até quando ele resolveu que precisamos acrescentar reunidas após reunidos, no fecho do seu razoável sermão, assim, cabulosamente: “Vocês, reunidos e reunidas, aqui, todos são dizimistas”?!
Foi ali que tomei ciência de que o Papa Francisco havia acolhido, no dia 2 de junho, o pedido de renúncia apresentado por Dom José Belisário da Silva ao governo pastoral da arquidiocese de São Luís (MA), por motivo de idade, em consonância o cânon 401 do Código de Direito Canônico. Fora escolhido pelo Pontífice como sucessor de Dom Belisário o até então bispo de Crato (CE), Dom Gilberto Pastana de Oliveira. Por conta disso, a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) saudou o novo arcebispo e enviou agradecimentos ao novo bispo emérito.
O Método de Alfabetização Paulo Freire —Incontinenti, fui tocado pela graciosa reminiscência de que do Ceará vieram técnicos, em 1968, que nos municiaram da Revolução que foi o Curso de Alfabetização Paulo Freire, quando ativistas do Clube de Jovens, como da Madre de Deus e os dos Jovens Católicos de São Pantaleão, desasnavam em duas semanas turmas noturnas de jovens, velhos e adultos. Até hoje, sinto-me honrado e honroso por haver participado daqueles movimentos nossos temerários, mesmo temendo a força repressiva, a qualquer momento invadindo as nossas classes, na Madre de Deus, no Beco do Maruim e na Tabatinga. Não era para menos, a nossa apreensão e a audaciosa campanha: Precisamente, no dia 13 de dezembro de 1968, foi editado o AI-5 (Ato Institucional), com que os milicos, fazendo jus ao regime de exceção e obscurantismo, perseguiam, torturavam, sem que a sociedade pudesse reagir sequer no dito popular de tossir e mugir.
O nosso novo arcebispo — Paraense de Boim, Dom Gilberto nasceu em 29 de julho de 1956. Estudou Filosofia na Universidade Federal do Pará e no Instituto de Pastoral Regional (IPAR), onde também cursou Teologia. Sua ordenação sacerdotal ocorreu em 27 de julho de 1985, na paróquia Cristo Libertador de Santarém (PA). Dom Gilberto Pastana Oliveira é mestre em Teologia Espiritual pela Faculdade Teresianum, em Roma. Nomeado bispo de Imperatriz (MA) pelo Papa Bento XVI, em 3 de agosto de 2005, foi ordenado no dia 28 de outubro daquele ano, na Catedral Nossa Senhora da Conceição, em Santarém (PA). Escolheu como lema episcopal “Venha o teu reino (Mt 6, 10a)”. A posse foi no dia 13 de novembro. Durante seu ministério em Imperatriz, Dom Gilberto serviu ao Regional Nordeste 5 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como referencial para Liturgia, para as CEBs e os leigos, de 2005 a 2016. E entre 2010 e 2015, foi presidente do Regional. Em 18 de maio de 2016, o Papa Francisco o nomeou bispo coadjutor da diocese de Crato. Sua apresentação aconteceu na Sé Catedral Nossa Senhora da Penha, em Crato, no dia 17 de julho de 2016. Dom Gilberto exerceu o ofício de bispo coadjutor até sua nomeação como bispo diocesano, em 28 de dezembro de 2016.. Desde 2016, dom Gilberto é bispo referencial para a Liturgia e para as CEBs no Regional Nordeste 1 da CNBB.
Felicitações recebidas da CNBB — “Estimado irmão, Dom Gilberto Pestana Oliveira, A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) envia felicitações pela sua nomeação como novo arcebispo da Arquidiocese de São Luís do Maranhão e deseja um frutuoso ministério.De volta ao Estado no qual iniciou seu ministério episcopal, no contexto da Amazônia Legal, que o senhor possa dar continuidade à missão de anunciar e construir o Reino de Deus na realidade maranhense, à luz dos sonhos do Papa Francisco para a Região.
““Tudo o que a Igreja oferece deve encarnar-se de maneira original em cada lugar do mundo, para que a Esposa de Cristo adquira rostos multiformes que manifestem melhor a riqueza inesgotável da graça. Deve encarnar-se a pregação, deve encarnar-se a espiritualidade, devem encarnar-se as estruturas da Igreja”, disse Francisco no início de sua exortação apostólica Querida Amazônia.
“Nossa Senhora da Vitória, Padroeira da Capital maranhense, possa te acompanhar nesta nova missão.
Em Cristo,
Dom Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB
(Continuaremos, com o assunto, na próxima edição)