A Morada das Artes é uma casa para a construção artística maranhense. Inaugurado em 2001, no Centro Histórico de São Luís, o local é um espaço dedicado à residência e ao trabalho de artistas plásticos consagrado no estado. O ambiente possui um dos mais luminosos acervos da arte plástica do Maranhão.


O espaço é dividido entre oito artistas que convivem cotidianamente em um ambiente de harmonia, criatividade e liberdade, onde os mesmos desenvolvem suas habilidades, oportunizando a comercialização de suas obras. Todos possuem um apartamento próprio e um ateliê onde são produzidos seus trabalhos. Segundo Eduardo Sereno, artista e síndico da Morada, o propósito do espaço desde o princípio consiste em divulgar e fomentar as artes maranhenses pelo mundo.
“A experiência de morar num espaço como esse, é fantástico, o ambiente nos proporciona a vivência e o compartilhamento de ideias com outros artistas, aprendo, ensino, prático minha arte e o resultado é o reconhecimento do meu trabalho”, comentou com a reportagem, Sereno, que tem 49 anos e desenha desde criança, estimulado pelos pais e guardando até hoje todos os seus desenhos.


Atualmente o artista se dedica as esculturas, produzindo bustos de personalidades e figuras representativas do cenário cultural e poético, passeando ainda pela religiosidade dos santuários existentes, assim como o forte apelo das igrejas centenárias. Entre suas peças mais marcantes está o busto da médica, professora e ativista política Maria Aragão.
Em primeira mão, Sereno nos conta que agora eles estão começando a estudar para a produção da escultura do Papa Francisco. Será uma peça de 5 metros de altura, pesando em torno de uma tonelada, que irá ser fixada, no Papodromo, no Aterro do Bacanga, local onde o Papa João Paulo II celebrou uma missa durante sua visita a São Luís, em outubro de 1991. No local uma capela está sendo erguida, exatamente para homenagear João de Deus.


Os artistas do recanto vivem pela arte, mas respeitam seus limites, precisam dos seus momentos de inspiração e tranquilidade. Enquanto uns dormem, outros praticam. Sereno divide o dia para uma parte mais operacional com seus auxiliares, entre as funções estão os trabalhos com esculturas. Ele acrescenta que o artista nunca deve parar na sua busca incessante pelo conhecimento.
No ambiente existe um espaço de exposição onde é possível observar o talento de cada artista e a beleza das obras expostas. A visitação na galeria é aberta ao público, mas com a chegada pandemia, o funcionamento é semiaberto, abrindo apenas duas portas e entrando três visitantes por vez. Quadros, desenhos, esculturas, pinturas em telas e outros tipos de artes plásticas podem ser vistos em um lugar inspirador. Lá é possível trocar ideias, aperfeiçoar técnicas e discutir assuntos referentes à produção artística de todo o estado Maranhão.
A arte amplia certas áreas do conhecimento, como a convicção visual e auditiva, a expressão corporal, a inspiração, o pensamento convergente e a reflexão. Isso acontece no momento em que aprimoramos essas práticas artísticas. Dessa forma, no casarão cheio de cavaletes também funciona uma Escola de Artes que tem como objetivos o aprendizado de pinturas e desenhos, onde os próprios moradores desenvolvem cursos para quem deseja aprender ou apurar seus talentos artísticos. Entre os projetos futuros, está em diálogo a criação de uma Escola de Escultura.
Quando o ser humano entende e colabora de forma ativa para a criação cultural, ele passa a se sentir representado, e assim é capaz de se adequar as suas raízes, o que gera um impacto direto na conservação. Quanto mais a história da Morada das Artes é conhecida e valorizada, mais capazes os maranhenses estarão de preservar essas memórias e de construir novos horizontes.
Texto: Isabella Mendes – Estagiária JP Turismo
Obras do artista Eduardo Sereno






Gostei muito das informações! Estão de parabéns! 👏🏽💕
Boa tarde Shofia. É gratificante receber os parabéns pela matéria aqui referida, visto ter sido produzida por um de nossos estagiários, onde percebemos a entrega e dedicação da aluna de jornalismo Isabella Mendes no desenvolvimento desse texto. Obrigado pelo comentário.