Bem que o meu professor de História Geral, no Liceu matutino, Floriano de Jesus, falou, num ponto da 2.ª Guerra Mundial, na França ocupada pela Alemanha nazista, que, em anos mais adiantados, se ouviria em demasia que “O inferno são os outros!”, isso enquanto era conduzido da sala de aula, num jipe contumaz, para o 24.º BC, no João Paulo, na crença dos milicos de que ele era comunista, no enrijecimento do regime de exceção e de obscuramtimso, e ele, esboçando em sua defesa, que tinha só a ver com o seu alunado, na insuflação de apreciar a ciência que é A Mestra da Vida, em consonância com Cícero (Marco Túlio), político escritor, orador e filósofo romano. Com um sorriso suave e contido, numa das suas lições de História da Literatura, foi o extenso professor e escritor Fernando Moreira que deu mais luz àquele O inferno são os outros!, na Faculdade de Comunicação Social da UFMA, numa turma que venceria nas Letras, Jornalismo e Publicidade, dentre: Regis Marques (jornalista e poeta), Alex Brasil (jornalista, poeta, prosador e publicitário, da Academia Maranhense de Letras), José Carlos Serra (publicitário), Ribamar Correia (ali, mais Zé Filho), jornalista, que ascenderia a secretário da Comunicação do Estado e diretor de Redação do poderoso O Estado do Maranhão. E eu!
Eu já emplacando um 10 num trabalho intitulado Poesia, a Música das Palavras, em que me vali, e para a minha equipe, da enciclopédia Tesouro da Juventude, na Biblioteca Erasmo Dias, no Sioge, com Fernando Moreira (fora da grade de História da Literatura, em que ele era alteroso), o assunto alvoroçou o interessse da classe toda, ainda no ILA (Instituto de Letras e Artes), na Praça Gonçalves Dias, antes de inaugurarmos o Campus do Bacanga: A relação amorosa de Jean-Paul Sartre com Simone de Beauvoir, não menos filósofa e escritora muito à frente do seu tempo. Escutamos que Jean-Paul Sartre (1905-1980), considerado o Pai do Existencialismo, celebrizava-se como um dos maiores filósofos do Século 20. Ao longo de sua obra, trata de temas inerentes à existência humana, como liberdade, possibilidades e angústia: “O homem está condenado a ser livre e isso o torna o único responsável por suas ações.”
“A França perde a sua consciência!” — Fernando Moreira permaneceu alteza e professoral: Durante a 2ª Grande Guerra, Sartre serviu ao exército francês, foi capturado e enviado a um campo de concentração na Alemanha, no qual ficou preso por um ano. Posteriormente, além da dedicação à literatura ficcional, à filosofia e ao teatro, tornou-se muito ativo politicamente. Em decorrência disto, fundou um influente jornal de opinião chamado Les Temps Modernes. Sartre apoiou a militância estudantil francesa, nos protestos de Maio de 1968, e colaborou com diversos jornais de esquerda e órgãos da imprensa libertária. Recusou o Prêmio Nobel de Literatura (da Academia Sueca), em 1964, pois não desejava ter seu nome confundido com o da instituição. Sobre seu falecimento, um jornal parisiense mediu sua extensão: “A França perde sua consciência”! Morreu em15.4.1980, no Hospital Broussais (em Paris). Seu funeral foi prestigiado por mais de 50 mil pessoas, qual li num telex, para a preparação de uma matéria, na Redação de O Imparcial, na Rua Afonso Pena, jornal em que comecei a carreira profissional.
A coerência e dignidade do jornalista Chico Viana — Em 16 de abril de 2007, depois de oito anos ininterruptos, o programa São Luís Debate não foi ao ar e o apresentador, jornalista e médico Chico Viana, foi afastado. Em uma comunidade da rede social Orkut, Chico Viana responsabilizou o então deputado Aderson Lago (primo do governador Jackson Lago) e chefe da Casa Civil por pressionar a família Falcão para que o São Luís Debate fosse tirado do ar, depois da repercussão no programa da notícia dada por blogueiros de que o governador nomeara, no dia 12 do mesmo mês, os parentes de Aderson Lago para cargos de salários acima de 6 mil reais, na Assembleia Legislativa, onde já tinha um filho empregado. O apresentador cobrou coerência do governador que, na oposição, era contra práticas da família Sarney (como nepotismo), confessando que, enquanto Roseana foi governadora, nunca lhe houve tamanha perseguição. A repercussão da saída do ar foi negativa, e o programa só voltou meses depois, sob seu comando.
Tapete vermelho para o seu confrade jornalista aqui — No auge do São Luís Debate, em 2008, fui entrevistado por Chico Viana sobre os Concursos Literários e Planos Editoriais, e levei exemplares dos meus títulos mais recentes que tiveram dele a aquisição. Antes, recebi um gesto de que estendia para mim, na entrada do estúdio, um tapete vermelho, em alusão aos meus trabalhos incessantes pela Cultura e Inteligência do nosso Estado.
Os homens mais humanos criam bibliotecas! — Num alto papo, teria que surgir uma pergunta incisiva de um filme: Por que as revoluções não são feitas pelos homens mais humanos? Resposta decisiva: Porque os homens mais humanos não fazem revoluções, fazem bibliotecas!
“O inferno são os outros!” — Por conta dos livros cobrados, quanto um meu campeão no Concurso Literário Cidade de São Luís, em 2015, sofri a vingança do então prefeito Edivaldo Holanda Júnior, que sustou a publicação da obra e rasgou a lei que regia o certame, para eu não ganhar mais nenhum. Viria a intolerância com ameaça velada dos aliados dele: O ali secretário de Trânsito e Transportes, Canindé Barros (derrubado do cargo, pouco depois), mentor de uma ex-companheira minha, insinuou que eu estava pegando em fio elétrico; Chico Carvalho não formalizou minha candidatura de novo (para vereador, a primeira para deputado estadual, pelo PSL); e o vereador Astro de Ogum estaria unha-e-carne com eles. Na próxima edição, confrade jornalista Chico Viana, uma amostragem de que, mesmo eles não conhecendo bulhufas de Jean-Paul Sartre, “O inferno são os outros!”