Após Império Serrano, Flor do Samba, Turma do Quinto e Favela, a diretoria da Turma da Mangueira anunciou seu tema do enredo e lançamento do concurso para a escolha da melhor proposta de samba com um coquetel na noite da sexta-feira passada: Morada Sagrada dos Reis da Encantaria no Maranhão. O evento foi realizado, às 20h, em sua sede localizada na Estrada da Vitória, n°3844/3848, no Calçadão Cultural do João Paulo.
Segundo o presidente da escola, o carnavalesco Itamilson Lima, na ocasião, foi entregue o regulamento do concurso de escolha de samba-enredo, cujo o evento deverá ser confirmado logo pela direção da tradicional agremiação. Diz a sinopse do enredo: “A primeira expedição povoadora comandada por Aires da Cunha, composta por 10 navios, que trazia 900 colonizadores, afundou quando avistou as terras maranhenses devido a um grande temporal. Desde daí inúmeras estórias mitológicas e de seres encantados passaram a fazer parte do imaginário maranhense. Diferente do ocorre na maior parte do país, a religião de matriz africana no Maranhão é bastante complexa, visto que é fruto da mistura de entidades das nações: Jeje, Nagô e Cambida com seres mitológicos locais advindos tanto da cultura indígena, quanto da influência gentílica extraídas das correntes migratórias que povoaram o Maranhão.
Dom Luís, Rei de França, Dom Sebastião Dom José Floriano, Dom João Soeira são várias as famílias de reis e fidalgos que viveram em alguma época em algum lugar do mundo que fazem parte do encantador mundo místico do Maranhão, presente nas casas de cultos afro, denominados gentis. Segundo os mais antigos, foi D. João Soeira , Imperador do Maranhão, que intermediou a presença dos caboclos nos cultos até então exclusiva de senhores e senhoras das nações jeje e/ou nagô . A mudança era fruto da forte influência destes (caboclos) em cada uma das filhas da Casa de Nagô. Por isso, a viagem da Mangueira em peregrinação pelos templos sagrado do Maranhão, rezando e pedindo a proteção dos guardiões da nossa encantaria, será no Navio de D. João Soeira, fio condutor do enredo.”
Texto: Joel Jacinto