“Ninguém se perde no caminho da volta, pois voltar é uma forma de renascer!”— como no livro A Bagaceira, do autor paraibano José Américo de Almeida, os escritores J. Ewerton Neto, da Academia Maranhense de Letras-AML, e Herbert de Jesus Santos (da Associação Maranhense dos Escritores Independentes-AMEI) receberam do secretário da Cultura do Município, Marco Duailibe, na tarde de segunda-feira gorda do carnaval, que o Concurso Literário e Artístico Cidade de São Luís ressurgirá neste ano. Paralelamente, anunciou a 14ª Feira do Livro de São Luís (FeliS), para o mês de outubro, provavelmente, considerada um dos marcos do calendário cultural da Cidade, e que, por isso, não poderá sofrer solução de continuidade.
Os dois intelectuais maranhenses, que somam muitos prêmios literários, desde os áureos tempos do Sioge, da Secma (Secretaria de Estado da Cultura), e da extinta FUNC, e da Secult, ultimamente, manifestaram um ar de alívio em comparação à gestão antecessora, que parecia fugir da Cultura Maranhense como o diabo foge da Cruz. Muito simples e cioso das suas atribuições, Marco Duailibe, músico e publicitário, foi a coerência em pessoa ao revelar que não tinha qualquer informação no computador sobre o Cidade de São Luís, porém que envidaria todos os esforços para o ressurgimento do certame literário, que é consabido o mais antigo do Brasil, vindo de lei municipal de 1955. “Certamente, para o sucesso esperado, teremos todo o apoio do prefeito Eduardo Braide, um sempre admirador da Cultura Popular e Literária do Maranhão, bem como para Feira do Livro de São Luís (FeliS).
Ganhadores em primeiro lugar, respectivamente, nos gêneros crônicas e contos, na 36ª edição do Concurso Literário Cidade de São Luís, em 2015, Herbert de Jesus Santos e J. Ewerton Neto encerraram o encontro com Marco Duailibe sob a certeza de não haverá mais peregrinação, junto ao órgão, em prol de uma das maiores vocações dos maranhenses, ou seja, a Literatura, sempre elogiada pela intelectualidade brasileira. Lembraram que, no último concurso, formaram a comissão julgadora um membro local e outro nacional, com os trabalhos identificados por pseudônimos. O presidente da comissão, Rafael Quevedo, doutor em Literatura da UFMA, falou sobre a qualidade dos trabalhos e disse que o alto nível das obras foi motivo de destaque entres os jurados. A solenidade de premiação aconteceu dia 9 de outubro de 2015, numa sexta-feira, às 18h, dentro da programação da 9ª Feira do Livro de São Luís, no espaço Casa do Escritor Alberico Carneiro (Casa do Maranhão), na Praia Grande. “Só não foi melhor, pois pagaram só três salários mínimos, quando sempre foram dez, por lei, e nunca publicaram os livros dos campeões, consoante a determinação da lei!”— revelou Herbert de Jesus Santos, que ganhou em primeiro lugar com A Ilha em Estado Interessante (de crônicas), a sua 19ª obra, dentre as inéditas.
A Lei do Concurso Literário e Artístico — O Concurso Literário e Artístico Cidade de São Luís foi criado pela lei de n.º 560, de autoria do vereador Casemiro Carvalho, em 3.9. 1955, e sancionada pelo então prefeito José de Ribamar Waquim. Nauro Machado foi vencedor em 1958, com seu livro de estreia Campo sem Base. Outros nomes brilham em sua galeria, como: José Maria Nascimento, Dyl Pires, Bioque Mesito, JM Cunha Santos, Lucas Baldez, etc…
Texto: Herbert de Jesus Santos