Quando foi anunciado, inserido no secretariado do prefeito Eduardo Braide, o nome de João Bentivi para a pasta da Cultura, voltei há uns anos, justamente, na antevéspera do carnaval, onde, ao telefone, os organizadores do concurso de blocos e escolas de samba da Secult tiveram que providenciar outro jurado ao quesito melodia, com a desistência de não contar com o famoso ás musical, que alegou seu impedimento por ser evangélico, ouvido por mim, com todas as letras, por estar, na hora, repórter em tempo integral, em busca de notícias para redigir matéria especial ao JP Turismo. Eu também fui impedido de participar da comissão julgadora, numa vez, porque dei cinco, a nota mínima (daria zero, se houvesse!), para um bloco famoso que charlou, em sua composição, que São Luís tinha “cio em seu sorriso”, e eu, sabedor de que cio sempre foi, exclusivamente, apetite sexual de certos animais irracionais, mandei para o espaço o cio dos compositores que raciocinaram, sem saber bulhufas, formosear mais a Cidade dos Poetas, com uma letra, excessivamente, rebuscada e inacessível para nós, poetas calejados, que nunca achamos apetite sexual no sorriso de São Luís.


O harmonioso regente do Coral do Sioge — Eu já ouvira elogiarem Bentivi, ele residindo na região do João Paulo, como Joãojão do Trombone, e sua celebridade o precedera quando o conheci, pessoalmente, no Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado (Sioge), na direção de Jomar Moraes, ensaísta e editor de mão-cheia e membro da Academia Maranhense de Letras(AML); eu, desde 1975, ajudando, na Revisão Literária, na maior produção de obras dos autores maranhenses em qualquer tempo; e ele logo cantou de Bentivi na regência do Coral dos Servidores do Sioge, uma revolução cultural no serviço público estadual. Porque eu tinha mais o que fazer e, ele também, nunca iniciamos uma conversação que resultasse em sua religiosidade que, desde antes, era protestante professada. Recordo um rapaz, que era do setor de digitação, que solicitou desligamento, ante a impossibilidade de trabalhar aos sábados, pela seita da sua crença (era sabatista), e o Sioge, todo santo dia, se precisasse fosse, não tinha empecilho para dar conta do recado. A certa altura, não pechinchei aplausos daqui a Bentivi por que, então na vereança de São Luís (com graduações em Medicina, Jornalismo, Direito, etc.), foi um leão com umas almas alterosas para neutralizar a extinção do Sioge, em 1997, quando eu não clamei sozinho, qual São João, no deserto. Havia mais poderosos de palavra que, pusilânimes, não altearam a voz!
Uma assessoria engenhosa — No caso de haver impedimento, para a sua alteada competência não sofrer solução de continuidade, que ele haja uma assessoria habilidosa, para as resoluções preciosas, em todos os dias de carnaval e santos de festas, que não são poucos, Divino, na Casa das Minas e na Casa de Nagô, a Via-Sacra do Anjo da Guarda, etc. Até assim fará melhor gestão do que a do seu antecessor, com uma inaptidão para arregaçar as mangas, e à imagem e semelhança do seu criador, daria amém às resoluções nocivas para tudo que se enxergasse em São Luís como Cultura.
São João, o mais diversificado e bonito do Brasil — Com apoio da Secult, que, ansiosamente, esperamos que aconteça, há muito tempo, destino lucrativo também será no São João, o maior, mais diversificado e brilhante do País, porém sem uma mídia pesada para aumentar o fluxo de visitantes, na exibição de cinco sotaques de bumba-bois (matraca ou da Ilha, zabumba ou de Guimarães, da Baixada, orquestra e costa-de-mão ou de Cururupu), cordões do boiadeiro, de tambor-de-crioula, grupos de cacuriá, de dança do coco, de dança portuguesa, de quadrilhas e de forró pé de serra, afora os chamados para-folclóricos, shows de cantores e compositores de canções ligadas ao bumba-boi; e uma culinária de dar água na boca de todo o universo. Prof. Bentivi, apesar de todos estes nossos encantos, em junho, Campina Grande (PB), apenas com quadrilha e forró, reivindica o São João mais prestigiado pelo Brasil, na TV Globo, e ganha muitos milhões de reais! Durma com um ruído desse!
Podemos fazer a maior Festa de São Pedro do País — Com o maior espaço junino, o Largo de São Pedro, na Madre de Deus, começaria no dia dos outros arraiais, e no 29 de junho, dia do santo, com a louvação dos bois de todos os sotaques, no amanhecer, e com uma procissão marítima, que, com a grandeza da Baía de São Marcos, tem tudo para comparar-se à romaria fluvial do Círio de Nazaré, em Belém(PA), e estimular a vinda de mais hóspedes. Nasci ali, filho, neto e sobrinho de alguns dos criadores da Festa do Pedro Santo, e sei como fazê-la uma das maiores do Brasil.
Carnaval com passarela fixa e o Cidade de São Luís — Na minha concepção de repórter calejado, com a construção da passarela fixa, na adjacência do Anel Viário, há décadas sonhada pelos foliões, o carnaval de São Luís terá um turismo vantajoso, para aplaudir os concursos dos luxuosos blocos tradicionais (que só ocorrem aqui), charangas, tribos de índios, e escolas de samba, e admirar o Corso Reviver e Tijupá e similares, os conjuntos de tambor de crioula, e de fofões, exclusivamente maranhenses, etc. Chegaremos lá com o prefeito que aprecia a nossa Cultura Popular e Literária, pois o seu antecessor extinguiu muitos bens culturais, além do grandioso Concurso Literário Cidade de São Luís!
Livro da Festa de São Pedro e A Ilha em Estado Interessante — Certamente, o prof. Bentivi, a quem desejo uma gestão exitosa, na Secult, resolverá a parada do livro da Festa do Pedro Santo, na Madre de Deus, e o A Ilha em Estado Interessante (de crônicas), que, por perseguição explícita do ex-prefeito, não foi publicado, campeão do Concurso Literário Cidade de São Luís, em 2015, tendo na comissão julgadora um doutor em Literatura da UFMA e uma jornalista e professora da Universidade de São Paulo (USP)!