Recapitulando, em síntese, os papos retos com o Dr. José Sarney, desde o mês retrasado: Assim que o presidente do nosso Clube de Jovens, Raimundo João Silva Araújo, deu por aberta a sessão, pedi a palavra e situei acerca da ameaça iminente sobre o Rio Bacanga, a Praia da Madre de Deus, a Rampa Manoel Nina e a Tabatinga. A partir daí, passamos a trabalhar com o desfecho dessa hipótese, ficando de sobreaviso, a fim de tomarmos as providências solidárias ao nosso alcance.
O nosso Aluísio Azevedo, uma das referências da prosa nacional, patrono de cadeiras na Academia Maranhense de Letras, em sua terra natal, e na Academia Brasileira de Letras, no Rio, no romance O Mulato (1881), destrinchou o Sítio Anjo da Guarda, na beira do Rio Bacanga, até com uma brisa que deixava o clima mais suave, e que pertencera à Ana Jânsen, poderosa dona de imóveis e escravos, tornando-se um lugar visagento no imaginário popular. Voltando a tomar as rédeas do tratado, arremato que só não nos foi permitido sequer conjecturar, em maio de 1968, que o plano supracitado seria desencadeado quando houvesse o incêndio do lugar Goiabal, ali não muito longe e a poucos meses dali.
Abrandando a dor do Incêndio do Goiabal – O Clube de Jovens da Madre de Deus não faltou para mitigar o sofrimento das vítimas do incêndio do Goiabal, a 14 de outubro de 1968 — numa segunda-feira —, enfileirando-se, desde o primeiro momento, aos populares, igreja católica, órgãos de segurança, saúde e serviço social, num grande mutirão de socorro. Levando um pouco de alento àqueles comunitários, da noite para o dia, arrecadou mantimentos, roupas e calçados, sua parcela de contribuição para a União de Moradores do Bairro da Madre de Deus.
Era o nosso Clube legendário e audaz – Em pelo menos quatro anos de atividades ininterruptas, a entidade benemérita e audaciosa tão-somente perdeu mesmo a peleja de que, sabedora de que o aparecimento da Barragem do Bacanga era irreversível, não foi atendida, em contato com as autoridades competentes do governo estadual, a fim de que fossem reservados na margem esquerda do rio, após a represa, perto do Tamancão, lotes para assentamento das famílias dos pescadores, que ficariam perto da sua labuta diária. A nobreza do nosso gesto, contudo, foi em vão, lá!
Da Cetrap à formação do Anjo da Guarda – Com a rejeição ao pedido, levado pessoalmente aos diretores da Cetrap (Comissão Executiva de Transferência de Populações), vinculada à Fundação do Bem-Estar do Maranhão-Febem, na Rua Cândido Ribeiro, s/n.º, o Clube de Jovens da Madre de Deus, para não perder a viagem, pugnou por indenização mais condigna aos removidos do bairro, aí, igualmente, aos da Tabatinga, e aos da Salina do Lira e dos arredores, que seguiriam, assim, nos primeiros meses de 1970, aos do Goiabal incendiado e da Salina do Goiabal, que iniciaram a formação do Anjo da Guarda entre 1968 e 1969.
Não do DNOS e nada do Palácio dos Leões – Não fomos exitosos com o engenheiro João Dominici— numa direção do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOS) e que poderia dar um término mais favorável à solicitação. Projetamos ir ao Palácio dos Leões, quando raciocinei em ir fardado do Liceu, e nunca recebemos resposta à nossa solicitação de avistarmos com o governador.
Uma flecha contumaz no meu calcanhar de Aquiles – Dr. Sarney, quando governador, em abril de 1970, a construção da Barragem do Bacanga, na Praia da Madre de Deus, destruiu a casa em que nasci, fazendo-me acompanhar os meus ao barraco de palha que, na Cetrap, foi sorteado para a Minha Mãe, na Rua Canadá, quadra 16, nº37, no apelidado Estrangeiro, enquanto dividia essa aflição com a expectativa da realização do Vestibular à UFMA. Em 1997, no governo Roseana, eu no Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado (Sioge), foram extintas a autarquia e a minha chance de obter uma aposentadoria mais condizente com a minha formação e ostentação de competência, na direção do Diário Oficial, ou como diretor industrial, até mesmo na presidência, já com o beneplácito da Academia Maranhense de Letras (AML), da que, ali, gozava de simpatia e recebia elogios pelo meu desempenho na Revisão Literária e de coeditor. Candidatei-me por vezes a cadeiras vagas na AML, mas todas teriam que ser incensadas por Vossência, Dr. Sarney, com o cronista social Pergentino Holanda, do seu poderoso jornal O Estado do Maranhão, arvorando-se de suprassumo da manutenção da ordem subentendida ou implícita. Aí não teria vez um filho de um pescador e de uma operária de fábrica de tecelagem, malgrado o heroísmo cotidiano e a decência da minha genealogia e os meus títulos em livros em prosa e poesia, premiações literárias e jornalísticas.
Um currículo a toda prova – Ninguém se preparou mais do que eu para estar dentre os melhores, quanto jornalista, quanto escritor e fazer honra ao mérito na condição de funcionário público estadual: Como egresso da 1.ª Turma da Escola de Governo do Maranhão com Curso de Pós-Graduação em Gestão Pública pela Universidade de Minas Gerais.
Impressão do D.O. e o Concurso Literário – Participo do Grupo Sioge Eternamente (mais de 200 servidores, dentre aposentados e na ativa da extinta autarquia estadual): O que idealizamos não é para atrapalhar a impulsão exitosa do Museu de Arqueologia, para o qual desejamos o sucesso almejado por Sua Magnificência, o Reitor Natalino Salgado. Conhecemos a área: Daria até para o renascimento da Biblioteca Erasmo Dias. Praza aos céus seja o nosso entusiasmo receptivo! Se se ressuscitasse o Concurso Literário da Secma seria o reaquecimento, com a Cidade se concentrando no resultado, de uma das nossas maiores vocações: A Literatura! O Diário Oficial poderia ser confeccionado ali, com espaço para impressão e encadernação. Tem tudo para dar certo! Viva o Maranhão!