Já tive a chance de dizer aqui que na assistência à missa vespertina de domingo retrasado, na Igreja de São Pantaleão, chamou-me a atenção uma cerimônia litúrgica bem entusiasmada, com belos e novos cânticos. Adicionei a boa-nova na conta do pároco, orador eficiente e um discurso clarividente, que era a batuta do coral às auxiliares da coleta das ofertas. No meu raciocínio, até quando ele resolveu que precisamos acrescentar reunidas após reunidos, no fecho do seu razoável sermão, assim, cabulosamente: “Vocês, reunidos e reunidas, aqui, todos são dizimistas”?! Antes, houvera um festival de Todos e Todas, inserido no contexto do sermão, no ato litúrgico, enfim, com excesso de léxico, onde pegaria bem a escassez exata!
Foi ali que tomei ciência de que o Papa Francisco havia acolhido, no dia 2 de junho, o pedido de renúncia apresentado por Dom José Belisário da Silva ao governo pastoral da arquidiocese de São Luís (MA), por motivo de idade, em consonância com o cânon 401 do Código de Direito Canônico. Fora escolhido pelo Pontífice como sucessor de Dom Belisário o até então bispo de Crato (CE), Dom Gilberto Pastana de Oliveira. Por conta disso, a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) saudou o novo arcebispo e enviou agradecimentos ao novo bispo emérito.
No outro domingo, tivemos a honra de receber o próprio arcebispo de São Luís, quase no auge do festejo, que, não vindo só para a visitação, oficiou a celebração da eucaristia em honra do santo padroeiro dos médicos e das parteiras, e, para minha surpresa, não decepção, Sua Excelência Reverendíssima não pregou em nenhuma instância Reunidos e Reunidas, tampouco Todos e Todas; só irmãos e irmãs, sem muita insistência. Fiquei com a pulga atrás da orelha de que, em toda a extensão territorial deste País com grandeza continental, só na Terra de Gonçalves Dias, de Nauro Machado, José Chagas, Bandeira Tribuzi, Josué Montello, Erasmo Dias e outros gigantes da Inteligência Brasileira se rebaixava o vernáculo, numa repetência.
Permaneço de alcateia, aqui e ali, para ver quem pode colocar a carapuça na cabeça por cochilos crassos que depõem contra nossos foros de falarmos o melhor Português do Brasil, inclusive. Cá, com meus botões: Por essas e por outras, o professor paulista Pasquale Cipro Neto, tido o maioral do idioma, rebaixou-nos, na Revista Veja, e poucos cutucaram a onça com um feixe de varas, pela Internet: Um jovem maranhense, ás da língua pátria, na fonte insaciável do saber, assim como a batuta do poeta Fernando Braga, ambos no exílio, e eu insulado, não menos universal, pois, com todas as letras, mandei Pasquale para a Casa do Caralho que, na realidade, existe em Portugal, e blasonar português no Xirizal do Oscar Frota, agora só “Por trás da Casa Freitas”!, no histórico Portinho.
Meus mestres de Português no Liceu — Professores da elevação de Alexandre Botão e Zé Luís, no Científico do Liceu, nem sequer pestanejavam para a aplicação de que em Todos está abarcadoTodas, sem necessidade de tocarmos em sua existência. A grandiosa Lourdes Barroqueiro, na Faculdade de Comunicação (Jornalismo) da UFMA, não deixava a lição venturosa de Todos por menos. Só faltavam dizer: “É claro que engloba. Trata-se de um princípio gramatical do português, que não herdou do latim o gênero neutro; cabe ao masculino evidenciar-se nesse papel, abarcando também o feminino!”
Trata-se de inclusão diuturna — Já está na ponta da língua e céu da boca da mocidade internauta mais atenciosa: “Todos um termo globalizante, inclusivo. Quando se diz “bom dia a todos”, a audiência feminina já está incluída. Portanto, se dissermos “bom dia, a todos e todas”, isso equivale a dizer “bom dia a todos e todas e a todas”, pois, no pronome indefinido “todos”, a audiência feminina já está incluída. Ao contrário, “todas” é um pronome indefinido excludente, isto é, que suprime a audiência masculina. Se eu digo “bom dia a todas”, a audiência masculina não está incluída.”
A camaradagem dos padres nos altares — Matando a cobra e mostrando o pau, nunca blasfemando aos pés da Santa Cruz, sem enxugar gelo e puxar saco dos ratos e ratas palacianos, sugerimos que os sacerdotes maranhenses sejam a camaradagem verbal em pessoa e levem em consideração os apontamentos deste ser fã da Língua Portuguesa e da Literatura Maranhense! Tão-somente Todos já resolve a parada da linguagem coloquial! Reunidos e reunidas é exagero de termo supérfluo, neste caso específico, na Gramática Normativa e em seus quejandos! Certo, meus eclesiásticos preferidos?!
Feminicídio está errado! — “O feminicídio é caracterizado quando a mulher é assassinada justamente pelo fato de ser mulher. Por ser um crime de ódio e considerado o ápice da violência contra mulher, a melhor forma de prevenir as tragédias é denunciando ou participando de movimentos de combate ao feminicídio. Por isso, é que a deputada Valéria Macedo (PDT) apresentou um Projeto de Lei nº 217/2017, já aprovado pela Assembleia Legislativa, visando fortalecer ainda mais a política de combate à violência contra a mulher, diante do grave cenário no Maranhão. Já sancionada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), a Lei de nº 10.700/2017 dispõe sobre o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, a ser comemorado anualmente no dia 13 de novembro!”
O poeta só contesta, pois o certo é Femicídio — Não existe Feminicídio, porquanto o correto, ao pé da letra do léxico e da semântica, é Femicídio! Feminicídio, na melhor versão, dá em assassinato de feminino e do português! Daí por que a minha solicitação para Todos os padres lecionarem para Todas as pessoas, nas missas, o porquê de Feminicídio está redondamente errado!
(Continuaremos com o assunto na próxima edição!)