De um lado, como saiu no jornal, uma fonte palaciana que acompanha, diariamente, as movimentações governamentais direcionadas para o combate à crise sanitária: “Administrativamente, nada aqui está sendo tratado em relação à decretação de lockdown”! Do outro, a Defensoria Pública do Estado, que entrou com uma ação na Justiça, solicitando a decretação da medida em São Luís e nos demais municípios maranhenses. E no meio, o jornalista, produtor cultural, carnavalesco, inventor da Pastoral e da Jardineira do Grogue, Antônio Nélson Faria, que publicou um manifesto intitulado Até Quando o Carnaval Voltar, iniciando com a marchinha Até Quarta-Feira, do compositor capixaba e carioca de coração, Marcos Moran, que é completa assim: “Este não ano vai ser igual àquele que passou: Eu não brinquei, você também não brincou. Aquela fantasia que eu comprei ficou guardada e a sua também ficou pendurada. Mas este ano está combinado nós vamos brincar separados! Se acaso o meu bloco encontrar o seu, não tem problema, ninguém morreu! São três dias de folia e brincadeira: Você pra lá e eu pra cá, até quarta-feira(…)!”
O general da banda (do Baixo Leblon, que marcou época nos anos 80, na Avenida Beira-Mar, perto da Ponte do São Francisco), Antônio Nélson, que nem precisava dizer-se um grande folião, ponderou que, como em 2021, não acontecerá no Maranhão a maior festa popular do país, é melhor guardar a fantasia e conservar a alegria represada para o ano que vem. Considerou a prudência: “O motivo para a suspensão do festejo momesco é justo e pode salvar muitas vidas. Eu, apesar de grande folião, vou esperar o próximo carnaval chegar, se Deus quiser, vivo, muito vivo e com energia redobrada para usar. Como se fala no bar, bola pra frente e pé na tábua!”
É isso mesmo que todos os brasileiros, começando por nós, maranhenses, deveremos fazer já nesta sexta-feira gorda de carnaval: Ficar em casa, e só sair em casos muitos necessários e especiais, e com todas as recomendações para evitar a propagação da Covid-l9, como usar máscara, quando não for possível manter o distanciamento físico.
Que bom será, com todas as medidas protetivas sabidas, que os cidadãos também protejam as pessoas ao seu redor, tomando as precauções apropriadas. E com saúde integral e disposição redobrada para reconstruir o Brasil, onde ele foi mais atingido, com o surto letal que vem deixando muitos lares infelicitados, com a perda dos seus entes queridos, já há quase um ano. Neste ponto, que as vacinas liberadas para o Maranhão deem para fazer a cobertura de toda a população.
Mesmo assim, será justo desejarmos a todos um feliz carnaval, e para cantamos, a plenos pulmões, em 2022: “Esse ano não vai ser igual àquele que passou: Eu não brinquei/você também não brincou(…)!” E o melhor mesmo na constatação de que as prevenções apropriadas foram uma recompensa divina pela vida com um final feliz, como na marchinha antológica de Marcos Moran: “Não tem problema, ninguém morreu!”