Essas são algumas das dez tipologias que serão adquiridas de artesãos selecionados pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur-MA), que ao todo irá investir R$ 20 mil na compra de peças artesanais.
Um dos artesãos contemplados pelo Programa “Nosso Artesanato” é o mestre Douglas Castro, de 46 anos, que se destaca pela beleza de seus trabalhos com bordados de aplicação ou de Bumba-meu-boi.
Para o Programa, o mestre Douglas irá produzir e comercializar 80 peças de boizinhos de 15 centímetros confeccionados a partir do buriti e decorado com tecido franzido solto, popularmente chamado de saia rodada.
Para o artesão, a ajuda por meio do Programa “Nosso Artesanato” ao segmento é um motivo de felicidade em meio à crise ocasionada pelo coronavírus na economia e na saúde do estado e se disse honrado por ter sido selecionado.
“O secretário Catulé Júnior sempre esteve prestando todo apoio e atenção ao segmento do artesanato. Nesse momento difícil de crise que estamos passando não está sendo diferente. Estou muito feliz e agradecido pela lembrança pelo meu trabalho. As peças estão sendo produzidas com todo cuidado e capricho”, revelou.


Trajetória
Natural do município de Apicum-Açu, o mestre Douglas trabalha produzindo e comercializando suas peças artesanais há 28 anos no Centro de Comercialização de Produtos Artesanais do Maranhão (CEPRAMA) e, ao longo desse tempo, ganhou destaque e reconhecimento por trabalhar bastante a representação da cultura popular maranhense em seus trabalhos, como os bordados em couro de bumba-boi, peças de peitoral e peitilho em indumentárias de festas juninas feitos com miçangas e canutilhos.
Além dos bordados, o artesão confecciona embarcações em miniaturas feitas com o buriti e boizinhos souvenir. A beleza e exuberância de suas peças fez dele o vencedor do prêmio do turismo 2019 na categoria artesanato.
A habilidade e arte em bordar, técnica transmitida e herdada pelo pai, quando mestre Douglas ainda era criança, é hoje é única fonte de renda para o sustento de sua família. Por meio do ofício, ele e a esposa, que também é artesã, conseguem custear as despesas de casa e sustentar suas três filhas, que também seguem os passos dos pais ajudando na confecção das peças. “Mesmo tendo a sua rotina de estudos organizada, minhas filhas me ajudam bastante. Claro que o meu foco é a educação e o estudos delas, além de terem a liberdade para seguir a carreira que elas almejam. Mas é gratificante vê-las empenhadas a desenvolver uma atividade que é uma tradição familiar”, revelou orgulhoso o artesão.
Outro artesão selecionado pelo Programa “Nosso Artesanato” é Nill Muniz, natural do município de Icatu, que há mais de 15 anos usa todo talento para produzir peças de cerâmica de personagens que retratam a cultura popular maranhense, como os boizinhos, coreiras, cazumbá e caboclos de fitas e de penas.
Para o artesão, o projeto de ajuda aos artesãos veio em ótima hora, pois a iniciativa irá amenizar os danos e as dificuldades que muitos artesãos estão enfrentando durante a crise sanitária. “Agradeço muito ao governo do estado por ter lembrando do nosso segmento, pois é muito difícil a gente viver de arte. Com essa crise as dificuldades aumentaram ainda mais. Fica a gratidão ao governo e a Setur pela ajuda que estão dando”, destacou o artesão que, nas horas vagas, também é surfista e fotógrafo.


governo do estado, sendo 40 boizinhos e 40 cazumbás em miniatura, totalizando 80 peças
A beleza dos traços
Criado na região do Munim, Nill Muniz se interessou muito cedo por arte. Desde criança, ajuda sua avó a limpar as obras de artes como, quadros, jóias e esculturas, que ela ganhava de presente de amigos do segmento político.
A rotina diária de limpeza das peças e a beleza dos traços e detalhes contidos nelas, fez com que despertasse no artesão o interesse por arte. Mas, sua paixão pela arte em esculpir peças só surgiu aos 20 anos, após ver um artesão esculpindo em madeira. “Quando vi o artesão esculpindo me atraiu de uma forma inexplicável. Então comecei a perguntar para ele algumas curiosidades que eu tinha a respeito daquele trabalho”, relatou.
Para sua sorte, pouco depois, surgiu um curso sobre Arte Sacra em Morros, onde se inscreveu e cursou por um período de seis meses e, desde então, iniciou sua vocação pela arte, optando por viver exclusivamente dela quando decidiu largar seu negócio no ramo do comércio e se mudar para São Luís no início dos anos 2000.
Levado pela paixão por festas da cultura popular maranhense como carnaval e São João, Muniz fotografava os personagens das festanças culturais e as esculpia em cerâmica os personagens fotografados. “Eu acompanhava muito essas festas e ficando admirando os personagens: bois, cazumbás, fofão, tambor de crioula, caboco de fita e de penas. Isso despertou minha vontade de retratar esses personagens em escultura”, explicou o artesão.
As belezas das peças do artesão, esculpidas por meio da técnica com argila, ganhou destaque e chamou a atenção de algumas agências de publicidade, lojas de corações e empresas maranhenses. Entre os trabalhos desenvolvidos estão a produção de algumas peças para o Serviço Social do Comércio (SESC-MA) e loja Cantinho Doce.


Série Artesão do Ceprama
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