O livro O Vai Querer dos Blocos Tradicionais está para ser lançado na capital maranhense, com muitas histórias para contar da manifestação carnavalesca que ocorre somente em São Luís, com sua batida inconfundível sobre sambas-tema, com motivos da cultura maranhense, e suas belas e brilhantes fantasias. Foi o que, em outras palavras, assinalou, ontem, o autor da obra, jornalista, escritor, carnavalesco, mestre e doutorando de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Euclides Moreira Neto, anunciando: “Estamos mandando imprimir para lançar em maio próximo, na livraria AMEI, comemorando o Dia Municipal do Bloco Tradicional. Vale lembrar que esse dia é comemorada no 8 de maio. Esperamos que até lá os shoppings já estejam abertos para promovermos o referido lançamento. Informamos ainda que não contamos com nenhum apoio institucional para promover este referido lançamento.”


Foliões e animadores culturais ligados aos blocos tradicionais, aliás, contam com que o título sirva para subsidiar mais o interesse do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), para a sua inclusão no Livro Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial do órgão. O jornalista, produtor cultural e superintendente de Comunicação e Eventos da UFMA, Fernando Oliveira, foi direto ao ponto: “O conselho consultivo do IPHAN, que avaliou o dossiê, arquivou o pedido e não considerou a brincadeira importante a ponto de merecer a inclusão no Livro Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial”. Ele continuou, com muita clarividência: “Toda essa saga está reunida aqui para provocar uma reflexão acerca do tema. E, tomara, sirva para motivar outros idealistas e apaixonados pelo carnaval, como é o caso do autor desta obra, a resgatar o dossiê e pedir outra chance aos conselheiros. Quem sabe, em outra oportunidade, alguém consiga convencer que o bloco tradicional maranhense tem, sim, elementos suficientes para se tornar Patrimônio Cultural Brasileiro.”
Um dos idealistas e apaixonados pelo carnaval evocado por Fernando Oliveira, logo se manifestou a respeito: o jornalis


ta, escritor, compositor, pesquisador e carnavalesco e folclorista Herbert de Jesus Santos, que não deixou o impasse por menos: “Este título, que faz honra ao mérito a uma manifestação do folguedo de uma relação muito querida, entre nós, tem muitos recursos para diminuir a ignorância existente no IPHAN a respeito, confirmando os blocos tradicionais com muita relevância identitária para o povo maranhense, brincadeira exclusiva nossa, no Brasil, que não poderia resultar em frustração aos seus milhares de brincantes e admiradores, se o órgão pertinente conhecesse melhor do que nós tratamos”! Herbert continuou, afiado e dando a César o que é de César: “Com este novo livro de Euclides, não poderão mais ali alegar falta de conhecimentos suficientes. Com as devidas ressalvas, ele fez uma viagem brilhante, até com os nomes dos instrumentos e glossário compatível, uma homenagem emocionante à saudosa animadora cultural Maria Michol Pinho de Carvalho, a quem os BTMs ficaram devendo a maior consideração e reconhecimento, consoante manda o figurino dos apaixonados e magníficos blocos carnavalescos!”
“Vai querer?! Vai querer?!” — Em outra parte, Herbert, que vem sendo há algum tempo revisor e prefaciador dos livros de Euclides, enfatizou: “Faltaram detalhes, para O Vai Querer dos Blocos Tradicionais fechar com tudo dentro, inclusive o quase impossível de quando vem a saudação, que se perdeu nas brumas do tempo, entre blocos e escolas de samba (desde que eram turmas): Pergunta: —
Vai Querer?! —Vai Querer?! Resposta: — Vai! Pergunta: — Para os contra o Carnaval Maranhense de Passarela, em São Luís?! Resposta: — Nada! Pergunta: — Para o novo livro de Euclides Moreira Neto? Resposta: — Tudo!”
“Tá todo mundo aí ?!” — Herbert de Jesus Santos aproveitou a convocação popularizada para a entrada dos blocos tradicionais, na passarela dos samba, pelos puxadores de todas as brincadeiras, como modo de dar mais entusiasmo e animação aos concorrentes, na disputa pelo troféu de campeão. Ele assinalou como pode dar certo a reivindicação relevante para a Cultura Popular do Maranhão: “Após passar essa terrível pandemia do Novo Coronavírus, seria de bom tamanho que os dirigentes, percussionistas, outros músicos, passistas e torcedores das brincadeiras fizessem uma passeata festiva, pelo Centro de São Luís, chamando a atenção das autoridades, batendo os seus instrumentos e cantando seus sambas, com faixas e cartazes, com solicitação do reconhecimento dos blocos tradicionais junto ao IPHAN”! Herbert de Jesus Santos não esqueceu uma das maiores lutas, de quase 40 anos, de todas as agremiações carnavalescas de São Luís: a passarela do samba fixa, considerada o ponto de melhoria, em tudo por tudo, para blocos, escolas de samba e turismo, no período: “Aí, se começaria com o grito de guerra cultural, para as nossas entidades carnavalescas lutarem bem por um troféu de campeão, que será de todos nós: Tá todo mundo aí?!”



