



Aviso aos navegantes, que me observaram menos que a folhinha marca, que mais do que o jornalista e escritor premiados, quem responde mais pelo poeta aqui, em discussões verbais em que dá um boi, para entrar, e uma manada, para não sair, é o revisor literário e pesquisador de campo, não de ar-condicionado, e assim eu não seria capaz de ver península, por mares nunca dantes navegados, onde sempre há cabo. Foi assim na cartilha geográfica do Professor Sá Vale, em nosso primário na Escola-Modelo Benedito Leite, nas aulas das mestras de Geografia Maria de Jesus Carvalho e Maria Freitas, no Liceu, e, por duas vezes, em vestibulares da UFMA, que fiz exitoso para Direito e Comunicação Social, em elaborações capciosas, e nem aí inseriram península, em quesitos opcionais ou discursivos. Temos no raciocínio que Istmo: É uma estreita passagem de terra que liga duas outras maiores. Ex.: América Central Continental; península: Parte de terra quase totalmente cercada por mar, sendo ligada com o continente por um istmo; e cabo: É uma faixa de terra que atravessa mar adentro. Para aqueles reduzidos que não se tocaram com um arrazoado, forçando insistência em pendência litigiosa greco-romana, repriso àqueles para fazerem um juízo mais condizente ao início de um Sotaque passado: Nem maré de sizígia, ameaçando o espigão costeiro da Ponta-d´Areia, nem João d´Una, da Praia da Guia à do Olho-d´Água e do Araçaji, atemorizando pescadores noturnos, sequer D. Sebastião, em seu cavalo branco ajaezado de pedras preciosas, no seu palácio submarino, na entrada do Boqueirão, ou na Praia dos Lençóis, em consonância com a crença popular, na forma de touro negro coroado, na encantaria maranhense, após ser derrotado, em Alcácer-Quibir (Marrocos, norte da África), numa cruzada cristã lusa contra os mouros.
O banzeiro proceloso, agorinha, no tocante ao balneário histórico, foi que , após parte da considerada classe alta da Cidade, moradora da “península” da Ponta d’Areia, em São Luís, reunir-se e debater ideias para segregar a praia em frente aos seus luxuosos condomínios, outras pessoas procuraram a prefeitura, que enviou para a imprensa um comunicado, acabando com a polêmica. “Sobre a região, a Prefeitura de São Luís, por meio da Blitz Urbana e Vigilância Sanitária Municipal, em conjunto com o Ministério Público Estadual e órgãos do Governo do Maranhão (Vigilância Sanitária Estadual e Corpo de Bombeiros), tem realizado fiscalização na área, que é pública e, portanto, comum a todos. As referidas fiscalizações ocorrem com o objetivo de coibir ocupações irregulares e, ainda, orientar os empreendedores e frequentadores quanto à importância do cumprimento das normas sanitárias da OMS, a fim de evitar contaminação comunitária pelo novo coronavírus”.
No inferno zodiacal da Wikipédia — O nosso apreciado balneário padeceu também com a Wikipédia, ou “a enciclopédia livre”, aqui, “ipsis litteris”. Vamos ao sacrifício: “A praia tem cerca de 2,5 Km de extensão entre o ponto arenoso Tia Maria e a Baía de São Marcos”. Se segurem que vem um maremoto: “É banhada pela Baía de São Marcos e o Oceano Atlântico no interior do Golfão Maranhense no Oceano Atlântico”. Não sofreram um torcicolo, pelo contorcionismo de raciocinar se era mesmo verdade o lido, como se São Marcos fora do Atlântico?
Quando a criatura nasceu antes do criador — Agarrem-se, pois desgraça pouca é bobagem: “O nome Ponta d’Areia foi dado por causa de sua localização e formato, pois fica próxima à foz do Rio Anil, que forma uma ponta onde começa a praia. Seu nome também deriva do bairro que a circunda e que é Ponta d´Areia”. Aqui, conseguiram fazer o criador nascer depois da criatura: o residencial de arranha-céus, novo, por incrível que pareça, deu origem ao topônimo trissecular. Ajudem-me, pelo amor de Deus! Essa cruz é muito pesada para só este Jesus aqui carregar!
Principais penínsulas do planeta — Muitos países são achados em penínsulas, como Portugal e Espanha, que compuseram a Península Ibérica, ou a Coreia do Sul, que está em uma parte de uma península. Vejamos algumas das principais penínsulas do Mundo: Península Arábica: É a maior do mundo (2,6 milhões de km2 ); Península Escandinava (Suécia e Noruega); Península da Jutlândia (Dinamarca); Península do Peloponeso (Grécia); Península Itálica (Itália, San Marino e Vaticano). Penínsulas do Extremo Oriente: da Malásia, da Coreia e a Indiana. Nos Estados Unidos, os estados da Flórida e do Alasca são penínsulas. Perceberam a dimensão delas? Talvez por isso, a desinteligências [ precoces, não foi localizada, no mapa-múndi, a da Ponta-d´Areia!
O tamanho da Catedral de São Luís – Historiadores maranhenses, como Mário Meireles, lecionam que Catedral de São Luís do Maranhão (Catedral de Nossa Senhora da Vitória) é a sede da arquidiocese do mesmo nome. Localiza-se na Praça Pedro II, no Centro. É um importante monumento do núcleo antigo da cidade, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. A diocese de São Luís do Maranhão foi criada em 1677. Em 1622, os padres jesuítas Luís Figueira e Benedito Amodei iniciaram a construção do Colégio e da Igreja de Nossa Senhora da Luz, em um local no qual fora erguida uma ermida por capuchinhos franceses na época da França Equinocial. Em 1690, teve início uma nova construção, projetada pelo jesuíta João Felipe Bettendorf, levantada com mão-de-obra indígena e inaugurada em 1699. Com a expulsão dos jesuítas em 1759, os bens da Companhia passaram à coroa. Em 1761, numa reforma urbanística ordenada pelo governador Joaquim de Melo e Póvoas, a antiga Sé foi demolida para arejar o largo em frente ao Palácio dos Governadores. Os edifícios jesuítas, que estavam desocupados, ganharam novos usos: o colégio passou a ser o palácio dos bispos e a igreja da Companhia tornou-se a catedral da cidade.
Não pode a Sé entrar na Santaninha — Havia na conversação popularizada de São Luís que uma realização impossível era comentada com “Isso é querer meter a Sé na Santaninha”! Esta é a extinta Capela de Santa da Sagrada Família, popularmente conhecida como Igreja de Santaninha. Podemos fazer esta comparação, agora, com a bagaceira de oficializarem a Ponta-d´Areia que nem península, uma aberração geográfica e falta de outros conhecimentos dos quais já nos orgulhamos muito. Vamos investigar mais para termos mais luz neste fim do túnel. Se possível, mergulharmos até no espaço frequentado pelos farofeiros da classe mais humilde, que trouxeram tanta irritação para os novos-ricos moradores da Península da Ponta-d ´Areia. São Luís, é por essas e por outras, que eu te amo muito!
Sou Geógrafa e pós graduada em Geomorfologia Ambiental e sempre procurei buscar a justa posição do equilíbrio ecológico bastante devastado pela ação antrópica da especulação imobiliária na Ilha do amor….