O Rio Grande do Norte (RN) é uma grata surpresa para quem visita o estado pela primeira vez. Do mar ao Sertão, saímos em expedição para conhecer as praias paradisíacas, como Ponta de Mel, São Cristovam e Upanema, no município de Areia Branca. Depois seguimos para Apodi, no Sertão do RN e Currais Novos, no Seridó. Em seguida, fomos atraídos para os mares de Natal, a capital do estado e municípios próximos.


O objetivo era descobrir o que esse lugar conhecido como o “cotovelo do Brasil” tem a oferecer para o turista. Foi a pergunta que ecoou entre os mais de 100 jornalistas do Brasil e do Uruguai que participaram do I Encontro da Federação Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Turismo (Febtur), em Natal, entre 1 e 3 de agosto.
O Encontro da Febtur faz parte da estratégia para impulsionar a indústria turística do Brasil, a partir da comunicação, em parceria com instituições do terceiro setor e governamentais, como governos federal, estaduais e municipais, Fecomércio, empresas, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis e Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação, dentre outros.
Antes de nos juntarmos aos jornalistas e comunicadores em Natal, viajamos pelo Sertão do Rio Grande do Norte, que aflora para o turismo e cria novas rotas com envolvimento das comunidades locais. São lugares únicos. Passamos três dias viajando pela região Oeste do Estado, entre cavernas pré-históricas, mar de sal e sítios arqueológicos.
Lendas e ciências na Casa pré-histórica de Pedra no Sertão


Majestosa e imponente, no meio da Caatinga, bioma 100% brasileiro, fica a Casa de Pedra. Nela foram encontradas evidências de ocupação humana pré-histórica. É uma estrutura de pedra formada por rochas calcárias, esculpidas ao longo dos séculos pela natureza. O lugar atrai geólogos e espeleólogos e a visitação pedagógica de crianças e jovens, além dos aventureiros.
Para entrar na casa, levamos junto a curiosidade científica e a imaginação popular.
Seu Titico, guia local, há quase 30 anos, nos mostrou o salão principal, o quatro, a cozinha e o quintal. Em especial tem a cama e a banheira de uma princesa encantada. Entre as aspas da explicação científica do lugar, seu Titico mostra o lado místico e lendário. “Muitos já viram a princesa encantada que é dona da casa. Ela despertará com a chegada do seu príncipe”, diz o guia local.
Entre lendas e a ciência, o lugar revela muito da nossa história. Segundo estudos aqui realizados, esta parte do Sertão nordestino já foi fundo de mar. Com a evolução do planeta, o mar recuou.
Também passamos pelo Geoparque de Currais Novos, no Seridó, uma combinação de proteção e uso sustentável do patrimônio geológico com o desenvolvimento econômico das comunidades locais, por meio do geoturismo.
Ficamos no centro do Cânion dos Apertados, uma formação rochosa impressionante, resultado de processos geológicos que ocorreram ao longo de milhões de anos. O Cânion é lugar de um rio intermitente, que seca no verão e enche no inverno, característica dessa região do Brasil.
Do Sertão para os mares de Natal e arredores


Juntos com os jornalistas e comunicadores de turismo, fomos conhecer o que tem na ponta do “cotovelo do Brasil, em Natal e nos arredores. Passamos pela Praia de Ponta Negra com bares, restaurantes e lojas e o Morro do Careca, duna de areia com 120 metros de altura, um enfeita de Natal.
Conhecemos Pipa, um lugar de belas praias e a Baía dos Golfinhos, onde é possível apreciar os golfinhos bem de perto. Passamos pelo majestoso Cajueiro de Pirangi, que foi oficialmente reconhecido pelo Guinness Book, como o maior cajueiro identificado no mundo, cobrindo uma área de cerca de 8.500 m².
Mas, a diversidade de atrações do Rio Grande do Norte, não cabe nestas páginas. Então, vamos parar para admirar e degustar duas delas.


A primeira é a Praia de Genipabu, uma paisagem de tirar o fôlego só de olhar ou com um pouco de adrenalina no passeio de buggy. A praia é cortada e amparada por dunas gigantes. O grupo de jornalistas e comunicadores de turismo aceitou o desafio de cruzar as dunas, em queda livre com sensação de montanha russa. Uma experiência única. Depois do coração disparar no sobe e desde do passeio de buggy, paramos para desacelerar na paisagem que encanta. Saímos apaixonados.


A segunda parada de causar paixão à primeira vista foi em Maracajaú, vila de pescadores conhecida como “Caribe Brasileiro”. Conhecemos Parrachos, recifes de corais a cerca de 7 km da costa. Durante a maré baixa, eles criam piscinas naturais transparentes, um ambiente perfeito para o mergulho e a observação da vida marinha.
Tem a opção de mergulho com Cilindros em profundidade entre 3 e 6 metros ou com um snorkel e uma máscara, onde os visitantes podem flutuar sobre os recifes e observar de perto os peixes coloridos, corais, e outros organismos marinhos em águas transparentes.
Chama atenção os procedimentos de segurança que os profissionais praticam nos Parrachos. Tudo muito cuidadoso, mas, sem tirar a liberdade na visitação. Nota 10.
Na viagem de 10 dias pelo Rio Grande do Norte, temos muito mais a contar. Ficou a sensação de que conhecemos o “Cotovelo” mais bonito do Brasil e brotou àquela vontade enorme de voltar.
Texto: Mariluz Coelho, especial para o JP Turismo
Edição: Gutemberg Bogéa