Foi, literalmente, no Túnel do Tempo, como funcionou com esse nome um bar e clube de dança, na Av. Vitorino Freire, na Madre de Deus, que o bloco tradicional Os Brasinhas comemorou, na tarde/noite de domingo retrasado, o seu aniversário de 45 anos de vida (feitos na quinta-feira, 23 de fevereiro) em prol do fortalecimento da Cultura Popular Maranhense, na parte que toca ao carnaval. Assim se deu quando jovens foliões do renomado Bairro do Desterro colocaram no bate-papo a necessidade de criar um bloco tradicional na comunidade. Eles eram: Jonildo Bossa, Tadeu e José Leite, que decidiram começar o bloco de ritmo, contando com ajuda do deputado estadual (morador do Desterro) Djalma Campos, que comprou do extinto bloco Os Tarados 10 contratempos e os doou àqueles garotos que estavam iniciando mais uma brincadeira importante de São Luís. O nome da nova agremiação surgiu (conforme fala entre veteranos da vizinhança onde se deu o ocorrido) de uma ponta acesa de cigarro (uma brasinha) atirada ao chão, perto do trio de moços fundadores, por um calejado brincante do famoso Bloco Os Boêmios do Ritmo, que seria sem demora desativado. Tadeu, por lembrar bem e mais esta coincidência, aglutinou o termo ao seu nome, e passou a ser chamado Tadeu Brasinha. Foi a conta: Assim nasceu o Bloco Os Brasinhas, em 23.2.1977.


Desde o meio da tarde, a presidente da agremiação, Silvana de Jesus Fontenele, desdobrava-se na recepção aos figurantes e convidados, tempo então em que não faltaram o oferecimento de cervejas, e tira-gostos (salgadinhos), e a atenção de uma boa conversa em cada mesa, até quando houve o corte do bolo e a entrega de um pedaço dele a todos os presentes. O grupo da espaçosa e afinada cantora Nayara Serejo, a Gigante do Arrocha, animou com muita competência o evento.


Participaram do ambiente comemorativo, o deputado estadual Roberto Costa, o também benemérito André Campos (do Bairro do Desterro, berço de Os Brasinhas), o animador do samba e funcionário da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), José João, o cantor e compositor Roberto Ricci e o jornalista, poeta, prosador e folclorista Herbert de Jesus Santos. Dentre os brincantes, também foram notáveis Plácido Neto (com 35 anos de estrada n´Os Brasinhas), sua esposa Kátia Mendes, e o irmão desta, Luís Cláudio Mendes, que acompanharam no coro ou no batuque a Roberto Ricci, quando este desfilou sambas antológicos, inclusive de Os Brasinhas, e foi bastante aplaudido na declaração de que apreciava todos os blocos tradicionais, porém aquele batia mais forte no seu coração.


Arrastão no Sábado de Aleluia — Por sugestão do antigo brincante e animador de Os Brasinhas, Gutemberg Bogéa, junto à diretoria, em vista de chuva torrencial, na tarde/noite de domingo passado, ficou para o Sábado de Aleluia o arrastão pelas ruas centrais de São Luís, resgatando uma performance da brincadeira.
Texto: Herbert de Jesus