Como se antenado, tintim por tintim, no mestre russo Leon Tolstói de “Se queres ser universal, cultiva a tua aldeia!”, o professor e escritor maranhense José Almeida destila o seu amor pelo seu torrão natal, botando o preto no branco, agora com o título Cenas da Vila, em sua segunda edição. Acertando o relógio com o tempo da sua cidade, Icatu, vertido da língua dos originais, Águas Boas, fortalece uma literatura de suma importância para o acervo cultural telúrico, e assim como em Yasnaya Polyana (em russo: “Clareira limpa”), nome da residência onde veio à luz, sempre com a vista voltada para Moscou e o Mundo, Tolstói escreveu os clássicos Guerra e Paz e Ana Karenina, e bradou para a posteridade “Pinta tua aldeia e serás eterno!”, José Almeida persevera qual se Icatu fora Yasnaya Polyana; e com vários matizes realça os seus quadros com boas pinceladas de “Conta decerto, quem viu de perto”, ou do que ouviu dizer por fontes fidedignas, e distribuiu suas cenas em: A Voz de Icatu, O Sinal Fúnebre, Em Icatu, a Vida Passa Serena, Semana Santa, Ladainha de Civica, Luto de Antigamente, Manias de um Falso Curandeiro, Capitão Pinico, A Procissão Fantasma, O Último Português, Padres Icatuenses — não Celibatários, A Valentia de Maria Macaca, Históricos da Câmara de Icatu, O Verdadeiro Descobridor de Guaxenduba, Mobilidade de Ontem e Hoje, A Nossa Praça, Bumba-Meu-Boi de Matraca ou de Murrada, Tambor de Mina, Tambor de Crioula, Jornada de São Gonçalo, Festa do Divino, Santos Reis, O Poço Mágico, Lenda da Serpente, Lenda de Guaxenduba, O Tesouro do Riacho, etc.


Salta aos olhos, a gravidade que emplaca em certos episódios, para em outros deixar o leitor desatando de sorrir, e aí um autor focado na ambientação; e coloca em evidência o lugar Baiacuí, aliás, onde já me hospedei na casa de D. Lourença (Ló), pretendendo esticar a viagem (não realizada) até o povoado Salgado, berço do Filipão (Meu Pai, Felipe Nery dos Santos), de onde veio para a Madre de Deus, em São Luís, e, pescador, ajudou a criar A Festa de São Pedro, com colegas de profissão, e a Minha Avó paterna (Marcela, a primeira zeladora da capela), foi matraqueiro do Boi Secular, e diretor da Escola de Samba Turma do Quinto, três pérolas do bairro cultural ludovicense. Projeto que permanece em minha benquerença.


O ilustre conterrâneo não guarda almoço para janta, nem sequer nas ressalvas: “Afirmo, entretanto, que, ao escrever este livro, não tive a intenção de magoar, manchar ou denegrir imagens de pessoas citadas. Contudo, sinto-me honrado em poder resgatar nesta singela obra parte da história e da cultura icatuense.”


Falando o português claro, bola para frente, meu caro confrade da Academia Icatuense de Letras, Ciências e Artes (Ailca) — da qual tenho a honra ao mérito de ser sócio correspondente—, lecionando, todo tempo, em sua urbe, tal e qual o mestre russo imortal: “Quem canta sua aldeia, canta o universo!”


História da Paróquia de Icatu — Como parte das comemorações do Festejo de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município, no dia 8 de dezembro passado, foi lançado na véspera (dia 7, numa segunda-feira), às 17h30min, na Igreja Matriz da Imaculada Conceição, na Rua Cel. Brício de Araújo, o livro História da Paróquia de Icatu, de José Almeida, com prefácio do pároco James Dean Serrão Silva, e com toda renda da vendagem revertida para os trabalhos da casa paroquial. Presidente da Academia Icatuense de Letras, Ciências e Artes (Ailca), para prestigiarem a sessão de autógrafos da obra, ele convidou todos os seus conterrâneos, como seus confrades da Ailca e os sócios-correspondentes, quanto este repórter e redator do JP Turismo, jornalista, poeta, prosador, pesquisador de Cultura e folclorista, aliás, o revisor ortográfico do título.


História Concisa da Balaiada — Fui o apresentador deste título com A Sublevação das Três Raças, ou O Voo Ativista dos Bem-te-vis que o Brasil precisa conhecer melhor e mais, assim, em síntese: Guerra, Revolta, Rebelião, ou, simplesmente, A Balaiada, foi a mais importante das insurgências sociais, no período regencial, quando representações do negro, branco e índio e mestiços sertanejos compuseram, em suas classes mais humildes, aquela que poderia ser exitosa, se houvesse uma liderança coesa, e armamentos e outros apetrechos que havia nas tropas imperiais do Cel. Luís Alves de Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias. Para mais sabença, a partir de Icatu, José Almeida afiou mais a nossa memória, com História Concisa da Balaiada, que houvera feito, no início do século passado, o mestre e historiador José Ribeiro do Amaral, um dos fundadores e primeiro presidente da Academia Maranhense de Letras (AML), com Apontamentos Para a História da Revolução da Balaiada na Província do Maranhão, e o Padre Astolfo Serra, com A Balaiada (1946), dentre poucos(…).


Texto: Herbert de Jesus Santos
Edição: Gutemberg Bogéa
Também sou escritor e sou casado com uma icatuense, a partir da qual, passei a ter um carinho especial pelas Águas Boas. Vez por outra vou mergulhar naquelas águas, mais precisamente na fonte Pá Jabá, no povoado Moinho, onde minha esposa nasceu da mestra Dos Anjos com um barqueiro chamado Pará. Abraços Solidários e Pazamorefe’!
Paz, amor e fé. Que possamos também ter a oportunidade de levar aos nossos leitores seus trabalhos literários, portando deixamos aqui nosso e-mail para que nos envie material e nos faça um contato de aproximação. abraços José da Silva Vieira. Em tempo: Quem responde aqui é Gutemberg Marques Bogéa, Editor do JP Turismo. Meu primogênito é Gustavo Vieira Bogéa, sua mãe é Eliane da Silva Vieira. Rsrsrsrs. Abraços
Parabéns ao Confrade José Almeida, belíssimo texto transporta o leitor à localidade, nessa viagem se deliciando com panorâmica riquíssima em detalhes.
O JP Turismo agradece o seu comentário. Abraços