Foi uma festa comovente e brilhante, a realizada pela EduCare, no Calhau, com um arraial junino, na tardezinha do 27 de junho passado, com a atuação da criançada estudantil e que contou, entre muitos pais e responsáveis, como o casal Noêmia e José Pedro dos Santos (indigenista aposentado da Funai, com um netinho na escola, e meu conhecido do Curso Sesp/Funai, em 1970, em Codó/MA, sua cidade natal), Amanda Cardoso Santos (assistente social e mãe de Agahta, do maternal da escola), Amarílis Cardoso Santos (Relações Públicas e Professora do Curso de Comunicação Social da UFMA) e este repórter, pai das duas anunciadas e avô coruja de Aghata. Houve até encenação breve do episódio de Pai Francisco e Mãe Catirina, desejosa de comer a língua do boi mais cevado da fazenda do patrão dos dois, que resultou na constituição da grandeza do Bumba-meu-boi no Maranhão.


Repórter em tempo integral, emocionado e agraciado com a bela vista de crianças se apresentando nos bumba-bois de todos os sotaques, no recinto, perguntei para três pilares do educandário o porquê de tanto entusiasmo por trazer a principal manifestação do nosso folguedo junino para melhor contato com os pequeninos do alunado, e fiquei regozijado com que recebi de volta, com a professora Virlene Miranda, diretora do colégio: “Estudar a cultura na EduCare, enriquece o desenvolvimento pessoal e social das crianças, preparando-as para se tornarem cidadãos conscientes e respeitosos em uma sociedade multicultural. Além da valorização do patrimônio cultural, transmite tradições e conhecimentos de geração em geração”! Com a professora de teatro, Suzanne Guimarães: “Desta forma, as crianças compreendem sua própria identidade cultural, incluindo suas origens, tradições familiares e valores culturais. Na EduCare, entendemos a importância dos valores culturais, inserindo as família”! Com a professora do Maternal 3, Fernanda Mayara Meireles (da minha neta Aghata): “E tornando as crianças protagonistas e conhecedores de diferentes manifestações culturais, e assim contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva e harmoniosa!”


Recado para o meu compadre Zé Olhinho —- Mestre Zé Olhinho, ou José de Jesus Figueiredo, estou aqui agradecendo, pessoalmente, o tirocínio do amigo em abrir as fileiras do glorioso Batalhão de Santa Fé para as mulheres do bairro, em que se origina o brinquedo, ou mesmo de outras classes sociais, para brincarem de cazumbá, sem dúvida alguma com belas participações nos arraiais juninos. Gostei de ver, companheiro de longas datas (na arte e crença de louvar São João, o Padroeiro dos Bumba-Bois e dos Boieiros do Maranhão, como nós dois e com que pudemos nos tratar de compadres), os cazumbás da ala feminina do Boi de Santa Fé, na tarde/noite de 27 de junho, na EduCare. Companheiro, a minha netinha Aghata, de três anos, que estuda na creche-escola supracitada, é vidrada num cazumbá, na fantasia do Barriquinha, e estou cuidando para ela também apreciar o secular Boi de Matraca da Madre de Deus!


A propósito, estou alinhavando as costuras da conversação a fim de reativarmos a ABMI, que lutou muito bem pelos interesses dos bois de todos os sotaques, quando obtivemos do Governo do Estado o Parque Folclórico da Vila Palmeira, para gerenciarmos em regime de comodato, e fizemos uma revolução cultural com cada brincadeira ganhando uma barraca para movimentar o ano inteiro em seu benefício.
Desde já, contamos com a sua aceitação para ressurgirmos a nova ABMI! Sinceramente, espero que outras escolas, particulares e do ensino público, em todo o Estado, promovam exibições dos bumba-bois em suas dependências, pois a Cultura Popular Maranhense só terá a ganhar muito!
Texto: Herbert de Jesus Santos