Nesta sexta (19) e sábado (19) a dança contemporânea vai encantar o público em São Luís com o Festival Dança em Trânsito, que faz conexões entre a dança e as artes cênicas em espetáculos do Brasil e do exterior.


Esse é o quarto ano do evento no Maranhão e pela primeira vez cinco cidades do estado foram contempladas para receber a programação. Nesta semana, foram realizadas apresentações em Imperatriz, Açailândia, Pindaré-Mirim, Itapecuru-Mirim e agora é a vez de São Luís.
“É uma grande honra pra gente estar no Maranhão, esse cenário de intensa cultura. Estivemos em cidades incríveis que nos receberam de forma muito amorosa e fizemos um trabalho super potente lá e agora estamos chegando em São Luís. Fica aqui o nosso convite para que todo mundo venha prestigiar a dança contemporânea a partir desse intercâmbio de companhias do Brasil e do exterior.”, disse Luciana Ponso, produtora e curadora do Festival Dança em Trânsito.
Ao longo de dois dias serão apresentados sete espetáculos de artistas e companhias do Rio de Janeiro, Brasília e da Eslovênia. Cada um mostrando um estilo de fazer dança contemporânea, incorporando referências de outras linguagens como a música e o teatro, como fará a dupla Žigan Krajnčan e Nace Novak, da Eslovênia. Em cena com espetáculo Fusion Reactor Duo eles exploram como um dançarino e um cantor podem coexistir em harmonia no palco.
A ancestralidade e a representatividade da cultura afro diaspórica também se fazem presentes na obra Descaminhos, espetáculo do coletivo de artistas negros Afrobunker, do Rio de Janeiro.
“Somos plurais dentro de uma trajetória complexa, com muitas turbulências e apagamentos. Porém em algum momento nos conectamos na mesma necessidade de mover. Por isso, toda atividade coletiva feita de movimento é o resultado de “Descaminhos”, afirmam os artistas do coletivo Afrobunker.
A programação conta ainda com os espetáculos Fantasmas, do Grupo Tápias (RJ), que terá tradução em Libras para garantir acessibilidade comunicacional; Não Nomeado, do bailarino e coreógrafo Vitor Hamamoto, de Brasília; e Solos, solo, com o bailarino Márcio Jahú (RJ), em que ele propõe um mergulho na transformação das redescobertas.
Esse ano, a curadoria selecionou também o espetáculo Corpas Trans é? da artista multilinguagens Kley Hudson, do Rio de Janeiro. Um espetáculo autobiográfico que traz movimentos que contam histórias antigas e futuros ainda não vividos de uma pessoa transexual, com a coragem de quem desafia normas e estereótipos. O espetáculo tem classificação etária de 18 anos.
E encerrando a programação, os artistas da Eslovênia, Žigan Krajnčan e Nace Novak, voltam à cena com a coreografia Fusion With Myself, para refletir sobre o “nada” entrelaçando o canto, a dança e a performance.
O Dança em Trânsito é um festival internacional de dança contemporânea apresentado pelo Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, e com patrocínio master do Instituto Cultural Vale e patrocínio da Volkswagen Caminhões e Ônibus e Engie Brasil Energia. O evento tem por objetivo valorizar, promover e democratizar esta expressão artística, seja pelo intenso intercâmbio entre artistas e companhias do Brasil e do exterior, como também pela itinerância, percorrendo desde as grandes cidades até pequenas localidades no interior do Brasil, em teatros ou espaços públicos.
Texto: Danielle Moreira