O Conecta Música 2020, ação do Festival BR 135, selecionou neste ano seis projetos musicais maranhenses e cada contemplado está levando um pacote de oportunidades: a gravação de um single, sessão de fotos e registro audiovisual. As gravações estão sendo feitas no estúdio Black Room, o registro em vídeo, no MAVAM (Museu Audio Visual do Maranhão) e o ensaio fotográfico tem direção de Layla Razzo.


O lançamento está marcado para o dia 18, pelas redes sociais do festival, além de Spotify e Youtube. Está previsto também um encontro presencial no espaço Chão SLZ, na Praia Grande, para a exibição do material audiovisual gravado com os artistas nas duas últimas semanas.
Em atenção às medidas de prevenção e enfrentamento impostas pela pandemia do novo coronavirus, o Festival BR135 precisou se ajustar. Por isso, neste ano o festival tem um formato diferente dos anos anteriores. “A forma possível foi por meio do Conecta Música, dentro do nosso propósito de dar visibilidade à produção local. Estamos dando oportunidade a alguns artistas de gravar pela primeira vez”, afirma a cantora e compositora Luciana Simões.
“Estamos tomando todos os cuidados para prevenção à covid-19: os selecionados estão tendo contato apenas com os profissionais do estúdio e cumprindo todos os protocolos de saúde e segurança”, afirma Alê Muniz.
O Conecta Música 2020 é uma realização do BR135, projeto da dupla Criolina, formada pelos músicos Alê Muniz e Luciana Simões, viabilizado pela Lei Aldir Blanc no Maranhão.
Confira um pouco das atrações:
AFRôs – Com doze anos a banda utiliza sonoridades percussivas da cultura afrodiaspórica e ameríndia, em diálogo com riffs de guitarra, violão e grooves do contrabaixo. Seus show são marcados pela presença de mulheres na linha de frente, pelas intervenções cênicas e por uma composição autoral que traz como registro a relação com a ancestralidade, o imaginário mítico e popular da cultura brasileira, a potência do feminino e as manifestações culturais do Maranhão. No repertório, referências rítmicas e imagéticas de manifestações do Bumba-meu-boi, Maculelê, Cacuriá, Tambor de Mina, Tambor de Crioula, Salsa, Coco, Maracatu e Afoxé.


Regiane Araújo – A artistas iniciou seu contato com a música aos sete anos através de grupos musicais infantis da igreja, aos 19 passou a escrever suas primeiras canções e aquilo que se limitava apenas a ambientes informais e religiosos, assim conquistou outros espaços em eventos culturais na universidade, aberturas de shows em teatros, além de começar a trabalhar profissionalmente como cantora nas noites de São Luís. Em 2014 lançou duas canções autorais chamadas Tuas Lagrimas e Tudo Muda. Entre suas influências o Jazz Folk, MPB, novo MPB, Pop e Reggae.
Hugo Gugs – Rapper e produtor maranhense inspirado pelo rap clássico da década de 90, produz dentro das novas vertentes como o Trap, Drill e Grime, trazendo em seu trabalho o peso das suas vivências e a força da sua ancestralidade. Gugs já fez shows com grandes nomes do rap nacional como Racionais MC’s, MV Bill, Dexter, Djonga, Filipe Ret, Karol Konka, Síntese, Orochi etc. Com oito clipes já lançados e premiações de melhor cantor pelo site Volts, o artista lança este ano o álbum “O Beco”.


The Caldo de Cana – Um encontro entre ritmos regionais e beats eletrônicos marcam a trajetória do The Caldo de Cana, duo musical criado em 2017 pelos músicos maranhenses Benedicto Lima e Felipe Costa Cruz – também conhecidos como “Bené” e “Felipe Mestre”. Inspirados por sonoridades regionais, a dupla está perto de lançar seu primeiro álbum de estúdio, Carcará de duas cabeças. Antes, porém, lançou os singles Você me usou” e Aliciando, gravado na CASA LOCA, com produção de Adnon Soares, já disponíveis nas principais plataformas musicais.


Pantera Bla4ck – Pantera teve o primeiro contato com batalha de hip hop foi em 2015, como expectadora na Batalha Deodoro. Pantera se intrigava com a falta de conteúdo nas rodas e no ano seguinte deixou de ser platéia e aprendeu a se expressar. A ausência das mulheres naquela época era notória, uma das poucas referências foi Preta Lu, integrante do grupo Clã Nordestino que a incentivou muito. Pantera era a única mulher participante e com seu estilo autêntico foi ganhando espaço e se destacando nas batalhas da cidade e sempre dando voz para as questões sociais.


Butantan – O artista maranhense, cujo hit autoral B.O.Y, de 2017, já acumula quase 1 milhão de streams em todas as plataformas digitais, vencendo o prêmio especial do Júri no Festival Maranhão na Tela com o vídeo da música. Foi pré-indicado a categoria Experimente do Prêmio Multishow e venceu o prêmio de Melhor Música do Ano no Prêmio Eu Faço a Diferenca. Butantan foi eleita em 2018 a DRAG DO ANO por votação popular (Prêmio Eu Faço a Diferença) e atua desde 2015 como performer, tendo conquistado o público com irreverência, ousadia e uma mistura de ritmos, que vai do hip hop ao tecnobrega.Em 2017, tornou-se integrante do coletivo Ilha Clan e começou a escrever e gravar músicas. No ano seguinte já apresentava seu trabalho solo e marcava presença nos movimentos de cultura negra da ilha. Participou de show com a cantora Núbia e no ano seguinte recebeu convite para participar do grupo Criola Beat. Sentiu-se à vontade em expressar sua voz e gravou a música que abre a Mixtape Vol.02, além de participar de vários shows com o grupo.
Conecta Música 2020
Lançamento dia 18 de dezembro, Chão SLZ, a partir das 18h, na Rua do Giz, Praia Grande, em frente à Praça Valdelino Cécio, também em todas as plataformas digitais
Texto: Celso Borges