São Luís, 21.5.2021.
Ex.mo Sr. Flávio Dino.
- Governador do Estado do Maranhão.
A título de contribuir com o que temos de mais relevante na seara cultural, que é a nossa Inteligência manifestada por nossa aptidão literária, elogiada há muito tempo pela intelectualidade nacional, sediada na Academia Brasileira de Letras (ABL) e na União Brasileira de Escritores, ambas no Rio de Janeiro,valho-me desta Carta Aberta para solicitar que V. Ex.ª reveja a possibilidade de reativar o Concurso Literário da Secretaria da Cultura do Estado do Maranhão (Secma), sem sofrer solução de continuidade. Este, com todas as letras, teve seu último grande momento com o Plano Editorial Secma 2007 – Prêmio Gonçalves Dias de Literatura, no Governo Jackson Lago, e titular da Secma, o artista militante Joãozinho Ribeiro. Contemplou 25 obras em nove categorias e os vencedores receberam cada um dez salários mínimos, além da publicação pela Secma.. Romance: 1.º O Plano (José Marcelo Silveira); 2.º O Infinito em Minhas Mãos (J. Ewerton Neto); 3.º Canção de Agosto (Márcio Coutinho); Crônicas: 1.º Rua da Golada e Sua Identidade (Samuel Sá Barreto); 2.ºA Seguir, Bacabal em Cenas de um Capítulo Passado (José Lopes Filho); Poesia: 1.º Primeira Lição da Física (Ricardo André Ferreira Martins); 2.º Poemas do Tempo Comum (Fernando Braga); 3.º Escritura do Silêncio (Chagas Val); Contos: 1.º Um Cachorro, um Vinho, uma Herança (Geraldo Iensen); 2.º Vista Para o Central Park (Lenita Estrela de Sá); 3.º A Manguda de Flores (José de Arimatéa Coelho); novela: Labirintos (Ubiratan Teixeira); 2.º Sertanejo Blues (Bruno da Silva Azevedo); 3.º Céu de Ilusões Sobre Crimes e Artes (Vinícius Bogéa); teatro: 1.º O Assassinato de Charllene (Igor Fernando de Jesus Nascimento); literatura infanto-juvenil: 1.º O Camaleão que Queria ser Gente (Gilmar Pereira da Silva; 2º As Aventuras do Dinho (Wilson Marques); 3.º A Águia e a Coruja (Felipe Magno Silva Pires); Ensaio: 1.º Sousândrade: Cosmovisão e Modernidade (Josoaldo Lima Rego); 2.º A Temática Feminina na Produção Escultória de Celso Antônio de Menezes (Francisca Eliane Lima); 3.º Ensaios Maranhenses (Jomar Moraes).
Não participei nem fui da comissão julgadora, e tive a maior honra em estar na divulgação dos vitoriosos, uns, ilustres desconhecidos, outros, já celebridades, na constituição da herança que recebemos de Atenas Brasileira, criação do estudioso paraense José Veríssimo, fã dos nossos jornalistas e literatos, antes de ser um dos um dos alicerces da ABL, que realçou uma plêiade de maranhenses entre patronos e fundadores.
Na crença de que este petitório alcance o bem-comum manifestado por almas que não possuem sequer esta coluna para manifestar-se, pelo regresso triunfal do certame da Secma, ficará sacramentada sua concordância com nuances de Sabedoria e Justiça, personificadas pela deusa grega Palas Athena (Minerva). Que não seja a mesmice de haver rejeição na lata, por ser da minha concepção esta alçada, eu, sistematicamente, perseguido por sua todo-poderosa magnitude, que irradiou aos seus asseclas esta aversão aos meus sucessos, no serviço público estadual e nos concursos literários, nestes decepando as asas de minhas vitórias contumazes A voz que autorizou ao então ex-prefeito acabar o Concurso Literário Cidade de São Luís, não passando do 36.º., pois eu me consagrava em primeiro lugar, o único que nos restava, rasgando, em 2015, a lei municipal de 1955 que o regia e não publicando meu livro de crônicas A Ilha em Estado Interessante, com aprovação de jurados doutores em Literatura da UFMA e da USP (Universidade de São Paulo). Há uma possibilidade daquele ser ressurgido pelo prefeito Eduardo Braide, e, como na cantiga de Chico Buarque, “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia!(…)”
Com os imortais da AML— Assim que eu soube que seu venerando pai, Sálvio Dino, achava-se em São Luís, vindo da região tocantina, procurei-o após um reunião noturna na Casa de Antônio Lobo, e o deixei ciente da minha situação, já havendo V.Ex.ª falado, áspera e açodamente, para mim, depois de uma coletiva no Palácio dos Leões, que não me aposentadoria pelo melhor cargo, sem nem ver ou ouvir os requisitos que me moveram a requerer uma jubilação funcional mais condigna do que a que estavam me anunciando, na Segepe. Ali, além de Sálvio Dino (advogado, escritor, historiador e meu confrade jornalista), concordaram com a minha pretensão os imortais prof.ª Ceres da Costa Fernandes, Natalino Salgado, J.Ewerton Neto e Carlos Gaspar, estes dois que tiveram obras apreciadas por minha Revisão, no SIOGE, quando aconteceu um “boom” editorial na gestão do escritor e imortal Jomar Moraes, em 1975, ficando a autarquia estadual admirada no País qual o ponto mais efervescente da Inteligência e Cultura do Maranhão. Se V.Ex.ª não atendeu sequer ao pedido do pai, eu só poderia receber mais perseguição, sem levar em conta que eu tinha familiares que dependiam de mim!
Preparação para estar entre os ases e no melhor cargo no Estado— Não solicitei nenhum contrassensso, por ter Pós-Graduação em Gestão Pública da 1.ª Turma da Escola de Governo do Maranhão, após exame de seleção acirrada, no Auditório do Sioge em 1994, com dezenas de candidatos do serviço público estadual, e testes de Português e Conhecimentos Gerais, e um ano de aulas intensivas ministradas por doutores da Universidade de Minas Gerais. Desde meu ingresso no SIOGE, no dia 10.12.1975, insuflado por nossos escritores exponenciais, revisados por mim, preparei-me para ser autor de obras e alcancei notoriedade, com diversas premiações em primeiro lugar nos concursos literários, 12 publicações, oito no ineditismo e o dobro em andamento, sem condições de lhes dar à luz, por ausência de Mecenas e de Concursos Literários, onde tivemos, anualmente, até os 1990: O do SIOGE, o da Secma, da Fundação Sousândrade (UFMA) e o de São Luís (da prefeitura). A Cidade se voltava toda para a participação no meio de ano e e ansiosa pelos resultados e publicação dos campeões em dezembro.
A Espada de Athena: Arma para fazer valer a Justiça — Excelentíssimo Governador Flávio Dino, “Não concordo com o que dizes, mas defenderei até a morte o direito de o dizeres”, frase do idealista iluminista francês Voltaire, é a favor da democracia, como sabemos. Parece que seus sequazes, querendo ver o Diabo, não um passo exitoso meu, gazearam essa aula, sem saber o que significa a Espada de Athena, e que Máximo Gorki nos ensinou que “Não se mata uma alma ressuscitada!”