O inovar sempre foi característica dos brincantes da Bicicleta do Samba e depois de 10 anos de folia, a brincadeira inova mais uma vez com uma curiosa gincana e faz a festa da Bicicletinha em um novo point, desta feita no Restaurante Sabor Especial, na Avenida Beira-Mar, onde funcionou o Antigo Casino Maranhense.


Aberta ao público, a festa da agremiação carnavalesca que ganhou a simpatia dos foliões maranhenses e turistas, que visitam a capital no pré-carnaval, será cheia de surpresas e convidados, como o Grupo Sindicato do Samba, uma das maiores referências do samba maranhense.
Gincana Carnavalesca


A mais nova ideia da Bicicleta do Samba visa fortalecer os laços históricos de uma cidade centenária com sua população, através de um resgate cultural de bairros, ruas, logradouros, clubes e pontos turísticos que remetem a um passado de glória.
A intenção é resgatar a autoestima de seus moradores, levando alegria e descontração aos lugares escolhidos na intenção de socializar e fazer fluir o sentimento de amor que temos por nossa história.
De acordo com o que diz o seu organizador, Gutemberg Bogéa, a Bicicletinha promove o fomento da folia no Centro da cidade, fortalecendo o verdadeiro sentido do carnaval, através da sua irreverência nas indumentárias de seus foliões e na musicalidade que nos proporciona um verdadeiro passeio por um passado de composições que marcaram época, tudo isso sem deixar de mostrar no trabalho o que de mais atual existe na música brasileira, principalmente em se tratando de marchas, sambas e frevos.
“Essa temporada busca reconquistar a autoestima do folião, sendo a redescoberta e o resgatar do sentimento de amor através da busca de um passado que é reverenciado como Patrimônio da Humanidade e que precisa ser preservado para o bem das futuras gerações”, comentou Bogéa, um inveterado folião ludovicence.
Sindicato do Samba faz participação especial na Gincana Carnavalesca


Detentor de uma musicalidade ímpar, o Sindicato do Samba tem como principal característica o repertório, composto por músicas autorais, da cultura popular maranhense, e de outros grandes ícones da música popular brasileira.
Fundado há 22 anos, em novembro de 1997, o SDS vem batalhando arduamente pelo seu espaço no cenário musical maranhense, sempre defendendo a bandeira da música popular feita no Maranhão.
O Sindicato do Samba tem sua formação atual composta por Nego Jó (Voz e percussão), Gleidson Rodrigues (Voz e Banjo), Jailson Pereira (Voz e Repique), Neto SDS (Pandeiro), JhonJhon e Diogo Batera (Percussão), Nill (Violão) e Raphael Jackson (Cavaco).
Grandes músicos e profissionais fizeram parte dessa longa caminhada, tais como, Gordo Elinaldo, Valdinar, Carioca, Virna Lize, Paulinho Sabujá, Raul, Fernando, Patrício, Bimbinha, Edilson Gusmão, Rogério Leitão, Denilson, Kauê, Carlindo Filho, Roberto Barata, Dino Reis, Hugo Machado, Maicon Silva e outros.
Nesses 21 anos de trajetória, o Sindicato do Samba produziu trabalhos autorais, entre os quais, foram lançados 4 (quatro) CDs e 1 (um) DVD. O primeiro CD intitulado “Bumbum de Fora” em 1998. O segundo que leva o título de “Sem Preconceito” foi gravado ao vivo no Coração do Mar e lançado em 2006. O CD intitulado “Quero Ver Sambar” foi gravado ao vivo na Madre Deus e lançado em 2011. O CD Blocão do SDS foi lançado em 2012. O DVD intitulado “Clareou Terreiro” foi lançado no final de 2013 e possui um repertório composto por músicas próprias e de artistas maranhenses como Luís Bulcão, Jailson Pereira, Tião Carvalho, João do Vale, Godão, entre outros.
O diferencial do carnaval


O carnaval maranhense possui um diferencial fundamental em relação ao praticado no restante do país, caracterizado pela diversidade. No período momesco, a criatividade, aliada à irreverência, pontuam as brincadeiras. Embora o carnaval se manifeste de várias formas em todo o estado, é em São Luís que ele ainda aparece mais vivo, com opções para todos os gostos. Nesse contexto, ao longo dos anos apareceu no estado as naturais brincadeiras de carnavais de outros locais, e o axé baiano trouxe consigo novas formatações. No entanto, a raiz do carnaval aqui praticado ainda é muito forte e sobrevive heroicamente a essas intromissões estéticas, adaptando-se aos novos tempos ou estabelecendo uma resistência cultural que é, no mínimo, elogiável.


No passado recente, o carnaval em clubes era famoso. Destacavam-se o Jaguarema, o Lítero, o Casino e a AABB, dentre outros. Com a diminuição da importância do carnaval dos clubes, após a extinção das festas nesses lugares, o carnaval de rua, que sempre existiu em São Luís, em locais tradicionais tais como a Madre Deus, ganhou força e se espalhou pela cidade. São bem nossas algumas brincadeiras e personagens, tais como fofões, cordão de ursos, cruz-diabo, charangas, blocos alternativos, Baralho, Tribos de Índios, Casinha da Roça, Tambor-de-Crioula, bandas, blocos tradicionais, blocos de sujos. A tradição dos antigos carnavais se mistura às mais recentes invencionices carnavalescas, tais como o Jegue Folia, o Bicho Terra, a Máquina de Descascar Alho, a Bicicleta do Samba, Confraria do Copo, Turma do Vandico, Bandida, Os Cuecas, dentre outras que surgem a cada ano. O carnaval em São Luís se descortina logo após o Réveillon, e a cada final de semana a Ilha ferve no ritmo da folia.
Folia esquenta com a Bicicleta


Se a festa de carnaval traduz a alegria do brasileiro na hora de cair na folia. Esse espírito caiu bem no pré-carnaval que os foliões da Bicicleta do Samba tem feito na cidade. A Bicicletinha tem concentrado um grande número de carnavalescos aos sábados, em locais diferentes, fazendo uma festa que viaja por todas as épocas do samba brasileiro, onde composições de renomados sambistas são relembradas na memória dos apreciadores de uma boa música.
Na festa composições de Agepê, Dorival Caymmi, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Adoniran Barbosa, João Bosco, Chico Buarque, João Gilberto, Jair Rodrigues, Luiz Ayrão, Pixinguinha, João Nogueira, Benito de Paula e tantas outras são interpretadas por um time de bambas.
A brincadeira resgata antigas marchas carnavalescas que fizeram sucesso nas vozes de: Noel Rosa, Lamartine Babo, Alberto Ribeiro, Ary Barroso, João de Barro, Braguinha, Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Carmem Miranda, e tantas musas e compositores da época.
A música maranhense também pinta no repertório da rapaziada do grupo que se reúne só na temporada carnavalesca para viver com intensidade as festividades carnavalescas. Dentro do repertório maranhense, músicos como Cristóvão Alô Brasil, Antônio Vieira, Lopes Bogéa, Cesar Teixeira, Joãozinho Ribeiro, Josias Sobrinho, Sérgio Habibe, Zé Pivó, Chico da Ladeira, e maranhenses da nova geração encabeçam uma sequência sempre lembradas pelos músicos e pelos simpatizantes foliões.


A Bicicleta do Samba é assim, uma brincadeira comprometida com a elegância, harmonia e arte de rua, sempre em algum cenário maravilhoso da arquitetura ludovicense, num conjunto de lembranças que vão desde a amizade dos encontros pessoais que acontecem no lugar, a nostalgia que lugar proporciona a quem sempre viveu uma São Luís brilhante.
O Bloco da Bicicletinha concentra neste, sábado, dia 25 de janeiro, a partir das 16h, no estacionamento do antigo Casino Maranhense , no Restaurante Sabor Especial, na Avenida Beira Mar. E tem percurso com a Jardineira da Alegria pelas ruas do Centro, a partir das 21h.
Texto: Gutemberg Bogéa