As riquezas e diversidades de tipologias do artesanato das regiões de Cururupu, São Luís, Barreirinhas e Santa Inês tiveram em evidência na capital mineira até ontem, dia 06 de dezembro, durante a 31° Feira Nacional do Artesanato Rotas do Brasil, que aconteceu durante esta semana, no Centro de Convenções Expominas, em Belo Horizonte. Com o apoio do Sebrae Maranhão, quatro artesãos do estado participaram da Feira.


A participação do grupo no evento fez parte da missão do Sebrae em incentivar o fortalecimento da cadeia produtiva do artesanato do estado, junto a grupos produtivos apoiados ao longo do tempo por ações da instituição nas regionais de São Luís, Lençóis Munim, Santa Inês e Pinheiro. Os artesãos maranhenses que tiveram na 31° Feira Nacional do Artesanato trabalham com tipologias de fibras naturais, miniaturas, cestaria, bordado, tecelagem, entre outros
“Está presente a um evento desse porte, com as diferentes tipologias do artesanato maranhense, proporciona a perspectiva de geração de novos negócios, fortalecimento da cadeia produtiva e a integração nacional, além da vivência de boas práticas, o que é de extrema importância para os artesãos”, pontuou o coordenador estadual de Turismo e Cultura do Sebrae MA, Luís Walter Muniz, que acompanhou o grupo dos artesãos na Feira.


Deidson Lemos, da cidade de Cururupu é um dos artesãos maranhenses participantes na Feira. Ele representou o grupo artesanal Casa de Artesanato Floresta dos Guarás. O grupo foi criado em 2019 com o apoio do Sebrae e trabalha com peças de cestaria feitas com as fibras vegetais de guarimã e tucum, utilizadas em vasos, balaios, descansos de panelas, dentre outras peças. Mas o que Deidson levou de diferencial para a Feira e que é a sua especialidade enquanto artesão foram as miniaturas dos personagens do Bumba Meu Boi, sotaques Boi de Pandeiro e Zabumba, característicos da região de Cururupu.
“Essa arte tem como referencial a obra do mestre artesão Antônio Bruno Pinto Nogueira, popularmente conhecido como Nhozinho, que tão bem retratou nossa cultura popular. Tenho muita honra de hoje ser alguém que trabalha com esse tipo de artesanato já tão valorizado até mesmo fora o Brasil”, contou o Deidson
Sobre a participação na Feira, o artesão considerou uma oportunidade de extrema importância. “levar nosso artesanato para um evento como este foi algo gratificante, pois levar nossa cultura para outros estados tem sido muita gratificante, ainda mais compartilhando desse momento junto a outros artesãos do Brasil inteiro, comercializando nossos produtos e levando a nossa cultura para outros estados do país, para que o Maranhão seja visto. É uma oportunidade impar e que só tenho a agradecer o apoio do Sebrae”, afirmou.
Já Lucivane Portugal, de Barreirinhas, levou para a Feira bolsas, porta moedas, caminho de mesa e chapéus, que tem como matéria prima a fibra do buriti, utilizando a técnica do crochê. A artesã também atendida pelo Sebrae, faz parte da Cooperativa dos Artesãos dos Lençóis Maranhenses – Artecoop, formada por mulheres de treze comunidades da região. Desde 2000 o Sebrae tem trabalhado com o grupo produtivo, realizando capacitações, o que motivou a formação de grupos de artesãs. As artesãs começaram, então, a participar de feiras, chegando a ganhar inclusive o Prêmio Top 100 do Sebrae de Artesanato, em 2004.
“Desde quando começamos temos o apoio do Sebrae e participar desta Feira em Belo Horizonte foi mais uma oportunidade de aprender, trocar experiências e também divulgar nosso artesanato para o Brasil e para o mundo”, afirmou a artesã.
De São Luís, a artesã Marlene Sá representou o projeto cultural Esquina da Arte, que valoriza a arte em todas as suas vertentes. Para a Feira, a artesão levou bijuterias, ilustrações em cadernos e adesivos, azulejos, louças e fuxicos, que tem como matéria prima tecidos, sementes, papel e cerâmica. “Ser convidada pelo Sebrae para representar artesãos de nosso estado é uma satisfação muito grande, pois pudemos interagir com tantos outros profissionais e também fazer com que nosso artesanato fosse conhecido”, comentou Marlene.


Sandro José, de Santa Inês é professor e artesão, trabalhando com artesanato desde o ano de 1990, quando começou a fazer peças com sementes, produzindo cordões, brincos e pulseiras. Em seguida se especializou em outras tipologias, tais como o biscut, reciclagem de papel, pirografia, modelagem com coco babaçu e tucum, e outros trabalhos. “Hoje meus trabalhos são mais voltados para peças com madeira como quadros, chaveiros, cofres, porta canetas e porta chaves”, relatou.
Sobre a participação na Feira, Sandro enfatiza a importância da experiência. “Estivemos representando a Associação dos Artesãos do Vale do Pindaré, divulgando nosso trabalho trocando experiências e realizando rodada de negócios e isso foi muito importante para nosso trabalho e isso tudo com o apoio do Sebrae que tem nos dado a oportunidade de experimentar esse tipo de vivência”, considera.


A Feira e o CRAB
A feira é promovida pelo Sebrae Nacional e o Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor – Centro CAPE – que é uma organização sem fins lucrativos que visa dar suporte ao micro e pequeno empreendedor. A realização do evento faz parte das ações do Sebrae em prol do fortalecimento do setor, sendo ainda uma das estratégias de fortalecimento mercadológico do Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro – CRAB, localizado na Praça Tiradentes, no estado do Rio de Janeiro, que é uma plataforma de mercado voltada para o reposicionamento e qualificação do artesanato brasileiro, com ações diversas de relacionamento com o público, inclusive de forma digital, por meio do CRAB Web, que conecta artesãos de todas as regiões do Brasil, ampliando o contato com canais de comercialização do artesanato.
Texto: Rosaline Dourado