O fenômeno Arlete Nogueira da Cruz, poeta, romancista, ensaísta, filósofa, ainda não eclodiu à sua altura, à altura do merecido. Digo “fenômeno” não no sentido essencial à Filosofia (da qual Arlete, mestra em Walter Benjamin, já teve cátedra na Universidade Federal do Maranhão), mas naquele sentido mais comum à visibilidade e divulgação midiática. Isso, porém, ainda vai acontecer, mesmo que essa bela tecelã quase que do silêncio, essa extraordinária pessoa, mulher devotada à literatura, do alto de seus 85 anos, em sua extrema modéstia seja avessa a badalações e midiatices. Acontecerá porque, no fundo, sabemos que ela merece os mais exaltados reconhecimentos, e, sendo ela mesma um lume para este tempo, faz jus ao lugar que lhe diz respeito: o topo.
“Pouso no meu quintal, chamando-o de meu
pelas pendências guardadas nas lembranças
e injunções de um instante, avesso e conturbado,
que reclamam e justificam essa apropriação”
[…]
(Rosas perfumadas e puras que tenho nas mãos
são das mãos de minha mãe
que acaba de entregá-las a mim.
As goiabas macias e doces que mastigo
são as bênção de meu pai
que me chegam neste encontro solitário de viagens)
ARLETE NOGUEIRA DA CRUZ, O QUINTAL, 2014.
Arlete é uma das poucas mulheres que teve um engajamento sólido, constante e permanente na poesia do Maranhão dos últimos 50 anos, senão mais! Isso seria o bastante para a importância do que construiu, encarnada em livros como a Litania da Velha, uma “obra-prima da literatura brasileira” (conforme Jorge Tufic e a nossa própria constatação), que teve primeira edição em 1996 – e não 1976, como ainda consta na Wikipedia –, a segunda em 1997, e uma edição comemorativa princeps, organizada por seu marido,
Nauro Machado e seu filho, Frederico Machado, em 2002, também relançada em 2008 com edição reduzida); O quintal (2014) e Colheita (2017), livro que reúne produção poética desde Canção das horas úmidas, de 1973, além de alguns poemas inéditos de sua mãe, que também era poeta.
Na verdade, porém, a literatura de Arlete se faz igualmente, ou até mais fortemente, na prosa, estreando ainda muito jovem com o romance A Parede, em 1961, com a admiração de Josué Montello, e reconhecimento pela Academia Brasileira de Letras, ainda inédito, em concurso, no ano de 1960. Seu caminho na prosa se fará ainda com Cartas da paixão (1969) e a novela Compasso binário (1972),
esses três livros foram reunidos em Trabalho Manual (1998); Contos inocentes (2000; 2001) e O rio (2012), sempre com a leveza característica da sua psicologia sutil e detalhista escritura, como se estivesse a fazer tecidos rendados com as palavras. Contosinocentes, por exemplo, é um daqueles livros que nos fazem lembrar não apenas a doçura e a luminosidade de uma Marina Colasanti (lembrando de que se trata de Arlete, que prefere a tênue realidade cotidiana aos mundos fabulosos) mas também a magistratura escritural de um Antoine de Saint-Exupéry, na medida em que seu público-leitor não se define por estação etária, porque essa prosa está aberta à entrada e ao entendimento de qualquer um, dos leitores de qualquer idade e escolaridade.
Quanto aos seus ensaios, o que encontramos neles é uma conversa. Aquela mesma que nos faz ficar encantados quando essa mulher simples, mas profundamente conhecedora da realidade cultural, social e literária do Maranhão, e dos meandros/bastidores da literatura brasileira, começa a narrar, explorar, analisar os fatos dos cenários de que conhecedora como conhecemos a experiência e o vivido. Os ensaios de Arlete têm aquele mesmo fundo de enredo e vivacidade de sua prosa. Assim encontramos um panorama do que foi a ascensão da modernidade literária maranhense em Nomes e Nuvens (2003), e trabalhos, análises mais pontuais, em Sal e Sol (2003), no qual a autora avança para abordagem visão de momentos e nomes mais recentes da literatura maranhense.
Em sua vida pessoal, como grande articuladora, um dos maiores trabalhos de Arlete Nogueira da Cruz está naquela tessitura silenciosa que une os pontos soltos de um tempo, que agrega uma geração, e contribui de maneira definidora, para que ela se erga e deixe seu marco no mundo, numa cultura. É o empenho de concentrar esforços para que as letras de forma geral, o saber, a transformação aconteça não apenas a sua própria, no seu próprio âmbito, mas no âmbito de uma sociedade.
Arlete pôde exercer esse papel fundamental não apenas porque esteve à frente do Departamento de Cultura do Maranhão, naqueles momentos-chaves de início e meados dos anos 1970, ou porque se tornou esposa daquele que, sendo, se tornaria um dos principais poetas maranhenses e brasileiros desses anos, Nauro Machado, mas porque sempre foi uma promotora e incentivadora pessoal daqueles que estiveram com ela, como o poeta José Chagas, José Maria Nascimento e tantos outros que surgiram na Ilha.
E através dela também vinha a lume a próxima geração, pois é ela quem convoca, apoia e publica a famosa antologia do chamado Movimento Antroponáutica, formado pelos nossos hoje tão conhecidos Luís Augusto Cassas, Chagas Val, Raimundo Fontenele, Viriato Gaspar e Valdelino Cécio, que compunham a Antologia Poética do Movimento Antroponáutica (1972), a dedicada à pessoa de Arlete, inclusive.
Não há dúvida, porém, que hoje podemos reconhecer toda uma abnegação, para além da dedicação dessa pessoa de aparência frágil, mas de alma tão obstinada, em dar a conhecer ao mundo a excepcional potência e valor poético daquele que foi seu marido, amigo e companheiro porto da uma vida, o imenso Nauro Machado. E não estamos falando aqui apenas dos anos de casamento, mas Arlete já era uma leitora de Nauro desde o Campo sem Base, do poeta, de 1958! Com a partida dele do plano físico, em 2015, Nauro deixou vários livrosinéditos, cuja publicação tem sido objeto do cuidado incansável e diuturno dessa esposa. Em 2019, ela organizou uma obra monumental, com artigos, fortuna crítica e ensaios sobre o poeta, digitando, organizando pessoalmente todos os documentos esparsos, num trabalho de fôlego admirável, o Impressões sobre Nauro Machado (2019; 2020). Ficamos realmente impressionados com tanta força.
Neste momento em que a escritora, poeta, ensaísta Arlete Nogueira da Cruz completa seus 85 anos, com tanta força e produção em vista, toda e qualquer homenagem se torna pequena ante o seucontido mas absoluto valor. Seu farol não está restrito àquela escrivaninha de labor do seu quarto, ele esplende para muitas rotas, para a minha geração, e será sempre lume para as gerações futuras.
Texto: Antonio Aìlton
A persona de Arlete Nogueira
Assim o Domínio Público tentava, através de um eufemismo e, ao mesmo tempo, de um sofisma, consolar o coração de uma esposa: “Por trás de um grande homem sempre existe uma grande mulher”. Era uma frase machista para consolar. Hoje, recorrendo à mesma Persona, podemos registrar, ao falar sobre uma distinta senhora: “Ao lado de um grande poeta coexiste uma grande escritora”. Sem dúvida já sabem que me refiro à prosadora e poeta Arlete Nogueira da Cruz Machado, esposa e viúva do saudoso Nauro Machado, poeta e prosador.
É claro que cada um dos cônjuges se distingue por sua maneira peculiar de ser escritor, ambos com dicções diferentes e personalíssimas.
Dentre tantos dados de sua biografia, escolho dois gestos, cuja grandeza está em recusar-se ao apelo de pôr-se em evidência. Primeiro: Enquanto Nauro Machado viveu sua passagem física, ela, que poderia, não usou o nome de seu companheiro de jornada matrimonial, como sinete de seus escritos. Arlete foi sempre uma pessoa discreta, tanto que, somente após a morte do Poeta, num ato de extrema delicadeza, passou a pôr em sua identidade literária o autógrafo completo, a que o casamento lhe dera direito e que o companheiro não lhe negara, mas ao que ela de motu proprio abdicou, ao optar pela discrição. Segundo: O não haver, com a morte física de Nauro Machado, descontinuado a publicação de seus livros, inclusive já fez editar algumas peças póstumas do poeta com quem casou, conviveu e se fez digna de compreender e compartilhar a genialidade. Arlete fez editar uma mega obra que reúne a fortuna crítica de uma das maiores expressões e vozes do poema e da poesia do Maranhão e do Brasil, nos últimos 70 anos: Impressões Sobre Nauro Machado, uma obra-marco, um legado histórico à cultura e à crítica literária maranhense e brasileira.
No entanto, hoje me inclino para homenagear Arlete Nogueira da Cruz Machado, pelo 7 de maio de 2021, data em que ela, a pessoa, completou abençoados 85 anos, dos quais dedicou 6 décadas para hospedar a escritora que ela criou, como seu auter ego, que cultiva para assinar a sua obra literária, como romancista, contista, ensaísta, epistológrafa e poeta. Essa Persona homônima faz jus àquela que detém uma carteira de identidade e uma impressão digital poética, tanto na prosa, quanto nos poemas, que marcam, definitivamente sua passagem por este admirável planeta Terra. Nauro Machado sabia disso e era orgulhoso, em reciprocidade, respeito e reverência mútua.
Arlete Nogueira da Cruz Machado, marca o seu tempo e a posteridade com o ouro da mimesis e oximoros. Das obras de Arlete, nos fala Sebastien Joachim, Doutor em Letras, canadense, e professor de Teoria Literária, da Universidade Federal de Pernambuco, desde 1979, ao assinar artigo sobre ela, publicado no JP Guesa Errante, Anuário 5, 2007, sob o título A Verdade do Ser em Arlete Nogueira da Cruz, em que enfatiza a riqueza da epifania e do insight. Dela também disse, no mesmo Suplemento Literário e Anuário, a escritora e professora de Teoria Literária da USP/SP, a saudosa Nelly Novaes Coelho, no artigo Resgate da” Presença” Perdida:
“Litania da Velha – poesia em tom maior – ultrapassa os limites geográficos e histórico da matéria de seu canto e dá voz à universalidade da tragédia humana. É nessa direção – do individual ao universal – que vem se aprofundando a criação literária de Arlete Nogueira da Cruz, nestes trinta e cinco anos de atenta dedicação à literatura e à Cultura, desde o romance A Parede, nos idos de 1961”. A edição teve como título de capa, que assino em texto: Arlete Nogueira da Cruz: 70 anos de vida/45 de literatura. A mesma edição Guesa, sobre a escritora Arlete também hospeda um texto da Mestra em Teoria Literária e Psicanalista, professora Maria Sílvia Antunes Furtado, sob o título “Litania da Velha e Decadentismo: abrindo as portas do tempo”.
Por 2003, orgulho-me da saudação que fiz à excepcional poeta Arlete Nogueira da Cruz, no JP Guesa Errante, por Litania da Velha, para mim uma obra-prima, com o ensaio A Odisseia: de Homero a Arlete Nogueira (ou de como Ulíssis, perdendo-se da rota da Ilha de Ítaca, desembarca disfarçado de mendiga no Porto do Itaqui).
Saúdo uma pessoa exemplar, cuja Persona Poética é marcada por uma dicção rara no contexto da Literatura Brasileira.
Os longos versos de Litania da Velha têm passaporte com visto para travessia de fronteiras e diálogos com a posteridade, porque Arlete Nogueira da Cruz Machado sabe transformar o comum em excepcional ou o ordinário em extraordinário, conforme disse um filósofo.
Alberico Carneiro
85 vezes Arlete
“Arlete é uma lady. Uma dama”. Com essas palavras, a minha esposa, paulista e psicóloga, definiu umas das mulheres mais nobres que já conheci em minha vida: Arlete Nogueira da Cruz Machado. E, com efeito, a leitura de minha esposa não poderia estar mais correta a respeito do caráter dessa verdadeira dama da cultura maranhense. Romancista, contista, ensaísta e poeta, a figura da viúva do grande poeta Nauro Machado e mãe do primeiro grande cineasta maranhense, Frederico Machado, para além disso, é uma das mais proeminentes escritoras do Maranhão e do Brasil, além de ter sido, ao longo da vida, uma das mais prestigiosas e fecundas agitadoras culturais que o nosso estado já teve. E considero, muito pessoalmente, um dos mais altos privilégios existenciais tê-la conhecido e privado de sua amizade e reconhecimento, a ponto de termos estabelecido um vínculo de afeto e mútua admiração que cultivo com enorme orgulho.
A bem da verdade, creio que me aproximei da Arlete muito antes mesmo de me aproximar do Nauro. Quando ainda acadêmico de Letras na UFMA, fascinei-me com a leitura de seu livro A Parede (1961), um habilidoso récit
maranhense, de estilo contido e enxuto, sobre o qual tive o prazer de escrever um artigo de final de disciplina (Literatura Maranhense, ministrada pela Profa. Dra. Rita Santos), nos idos da década de 90 do século passado. O trabalho, que fiz à luz da interpretação psicanalítica, chamou atenção de Rita e, dessa forma, levou-o ao conhecimento de Arlete. Eu, ainda um estudante tímido e cioso da qualidade do que escrevia, recusei uma publicação do texto oferecida pela própria Arlete, considerando que meu trabalho não merecia tanta atenção. No entanto, ao longo dos anos, daí em diante, o meu inevitável envolvimento pessoal com a obra de Nauro nos aproximou aos poucos, com laços de confiança e amizade cada vez mais prósperos e fortes.
Com efeito, o convívio pôde me aproximar da contemplação da dignidade de Arlete Nogueira da Cruz, que, além de ter sido uma grande professora na Universidade Federal do Maranhão, ocupava na constelação de escritoras maranhenses uma posição digna da herança da pioneira do romance no Brasil, Maria Firmina dos Reis, outra maranhense do interior que se firmou na constelação de nossa história literária. Contudo, a contribuição de Arlete é de outra monta, uma vez que traduz em sua ficção um universo de experiências sensoriais e existenciais
altamente líricas, presentes em obras como Cartas de paixão (1969), Compasso binário (1972) e Contos inocentes (2000), embora tenha me impressionado particularmente a sua enorme contribuição à consolidação da moderna cultura maranhense, particularmente a literária, registrada nas páginas de seu livro de artigos e crônicas, Sal e sol (2006). Sem dúvida, sem a presença de Arlete nos últimos 60 anos de cultura maranhense, muito do que hoje consiste a contribuição do Maranhão ao país talvez não existisse. Arlete ajudou a consolidar a carreira de muitos artistas no Maranhão, criou espaços culturais, incentivou publicações, antologias, estimulou a criação de grupos, trouxe uma concepção de gestão da arte que até então não existia em nosso estado. A despeito da precariedade e escassez de recursos, o amor de Arlete pela cultura e pelos artistas ajudou a consolidar, em definitivo, o cenário cultural no qual escritores como eu, durante a juventude, cresceram e aprenderam, permitindo que pudéssemos nos inspirar em livros como A hora do Guarnicê (1975) ou Movimento antroponáutica (1972), além dos planos editoriais, das vernissages de artes plásticas, bem como da manutenção e criação de museus, espaços culturais, tudo que deu a São Luís dos anos 80 e 90 a atmosfera cultural em torno da qual o cultivo da cultura e da arte tornou-se sinete distintivo de várias gerações de jovens artistas.
Sou também filho de todas essas iniciativas, e também os amigos e pares que fui colhendo ao longo dos anos, amizades nobres e inesquecíveis (cuja história talvez não existissem sem esse ambiente que é próprio de São
Luís), entre as quais a da família da própria Arlete, com a qual privo há décadas do apoio, estímulo e generosidade que são típicas de pessoas raras e brilhantes como ela, de uma humanidade rara e completa.
Além disso, sempre me fascinou o vigor, a enorme vitalidade, saúde e dinamismo de Arlete. Nunca cessou sua intensa atividade cultural e intelectual, demonstrando um espírito incansável e inquebrantável, incapaz de ser
abalado mesmo diante das maiores adversidades e obstáculos, superando os limites até de sua saúde de ferro para conseguir deixar um legado acima de qualquer suspeita, resultado direto de seus esforços como mulher, mãe, esposa, professora, poeta, romancista, incentivadora, apoiadora, agitadora cultural e, por último, um verdadeiro símbolo da dignidade da mulher maranhense, que é capaz de ser a um só tempo o arrimo, o pilar de sustentação de toda uma época e de centenas de pessoas, tudo isso sem abrandar a gestão altamente humana de sua vida pessoal e familiar. Agora, aos 85 anos de existência, Arlete continua infatigável, publicando livros, organizando os inéditos de Nauro e os seus, totalmente lúcida, saudável e focada, ao mesmo tempo em que ainda incentiva os jovens talentosos nos quais reconhece o futuro.
Então, lhes pergunto: como não admirar alguém assim? Como não celebrar o aniversário de uma das pessoas mais proeminentes do estado do Maranhão? As poucas palavras que aqui esquadrinho não têm como dar conta da importância de Arlete para o Maranhão da segunda metade do século XX em diante. Com toda a certeza,
Arlete é hoje a grande dama da literatura maranhense, um modelo exemplar de pessoa a ser seguido, com uma nobreza de caráter que realmente inspira e apazigua qualquer conflito ao seu redor.
São incontáveis os momentos que presenciei em que um verdadeiro séquito de escritores e artistas vinha à sua procura, em busca de conselhos, orientações, apoio, histórias e até mesmo o afeto de uma verdadeira protetora das artes e dos artistas, ao lado da qualidade inquestionável de sua obra, em cujos livros encontramos o testemunho sincero e refinado de toda uma época e o registro delicado da cultura maranhense.
Não à toa são sucessivas as homenagens prestadas por uma imensa quantidade deles, que nela reconhecem
um farol de dignidade, resistência, altivez, consciência artística e crítica, ética e amor pelo Maranhão e pela sua cultura, sobretudo a literária. Ao redor de Arlete, uma constelação heterodoxa de artistas, escritores, sobretudo
poetas, orbitou e brilhou, sempre com alguma intervenção providencial de seu carisma e de seu incentivo, motivo pelo qual sua vida tem sido cumulada de agradecimentos, de amizades, de pessoas que a admiram, leem sua obra, mas sobretudo admiram sua excepcional figura humana, que,
tenho certeza, não tem símiles em nosso meio.
Por essa razão, celebro com imensa alegria o aniversário de Arlete, com a plena certeza que o título com a qual nomeio, não por mim outorgado, é mais do que justo e cabido. Ela, com certeza, é a Grande Dama da Literatura Maranhense, um exemplo modelar de mulher, escritora, mãe, esposa, irmã e amiga, cujo legado artístico e pessoal estabelece, entre todos nós que a conhecem de perto, um parâmetro de dignidade humana
a seguir, a imitar e reverenciar, para o qual vergo todas as minhas conquistas e supostas honras, com a certeza de que, comigo, uma multidão de amigos também o faz, com o mesmo afeto e veneração. São 85 anos que o Maranhão goza de sua extraordinária existência, e torço que, por muito mais anos, ainda gozemos de sua jornada entre nós. O Maranhão tem a honra de contar com Arlete entre os seus mais altos quadros, e todas as homenagens a ela prestadas são mais do que devidas. Dão, aliás, a justa medida do caráter desse estado que tantos talentos gerou, a despeito de nossas misérias. Portanto, festejemos o aniversário de Arlete, com direito a mimos, poemas, risos, abraços, alegria, felicidade e com a certeza de que não é qualquer cidade ou estado que
conta com uma Arlete Nogueira da Cruz entre as suas filhas, e não são quaisquer artistas e escritores que também privam do privilégio de tê-la como uma de seus mais ilustres pares.
Feliz Aniversário, Arlete! Saúde, felicidades, vida longa e próspera. É o que deseja, com todo o afeto, um de seus já incontáveis filhos e amigos de muitos anos.
Ricardo Leão