Só cego de nascença para não enxergar que o Largo da Igreja do Carmo está ficando um brinco, ou seja, uma joia, para todos nós apreciarmos. Está na hora de aplaudirmos quem faz honra ao mérito, com este formato em que está se delineando o espaço histórico e legendário da Capital maranhense. Só não podemos de maneira, sequer, esquecer a relevância do Abrigo para todas as gerações de ludovicenses, porque aquele espaço memorável significa muito aos nossos foros de Civilização e Inteligência, através dos tempos.
Hora, então, é de suspendermos as cismas paroquias e comemorarmos revitalização do Largo do Carmo. Nos últimos meses, temos acompanhando, a cada passo, a preocupação de boa parte da população de São Luís para com o destino do memorável Abrigo do Largo da Igreja do Carmo, com a revitalização que vem sendo efetuada no espaço que se insere ainda a Praça João Lisboa e adjacências. Todos se acham na torcida, para que o ponto histórico permaneça com sua atividade comercial, principalmente, os donos dos boxes, e sua freguesia cativa, em quase 70 anos de atividade ininterrupta.
Temos muito do que nos regozijarmos pela restauração do Abrigo do Largo do Carmo, considerado um marco da nossa história, na segunda metade do século passado, construído na administração do interventor Paulo Ramos e inaugurado, em 1951, no Governo Eugênio Barros. O Abrigo logo passou a ser ponto de encontro de políticos, jornalistas e escritores, e de toda comunidade, que ao fazer compras na Rua Grande, ou após assistir à missa na Igreja do Carmo, servia-se das lanchonetes e da sua garapeira, para uma alimentação rápida e boa, e hoje também é o porto seguro de comerciários, taxistas, jornalistas, gráficos, escritores, professores, funcionários públicos aposentados, ourives, relojoeiros, e transeuntes, no consumo de lanches saborosos e refeição de qualidade e um cafezinho entre amigos que aproveitam o tempo para relembrar os bons tempos de juventude.
Com as obras de revitalização da Praça João Lisboa e Largo do Carmo, os permissionários do Abrigo foram transferidos para a Avenida Magalhães de Almeida, onde permanecem precariamente, aguardando para que retornem ao seu local de origem. O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Luís, Douglas Cunha, que conhece há muitos anos o ambiente, editor de Polícia de O Imparcial, na vizinhança, anotou: “É grande a expectativa dos permissionários, que fazem do Abrigo do Largo do Carmo seu local de trabalho, e se sentem ameaçados de ficar sem renda, o que se configura como sério problema para a subsistência das suas famílias!”
Que o Abrigo do Largo do Carmo possa ter as mesmas condições dadas a outros espaços de utilidade pública nas mais diversas praças reformadas, para ser sempre uma referência na história de seus quase 70 anos e na imaginação daqueles que ainda guardam na lembrança as noites memoráveis e poéticas de São Luís.