Os amantes da sétima arte e usuários da TVN terão um programa imperdível nesse domingo (25.04) à partir das 20h: a 93ª solenidade de premiação do Oscar, com transmissão ao vivo e direto de Los Angeles, através do canal TNT (canal 433).
Na lista de indicados ao Oscar 2021, o gênero documentário se sobressai com filmes fortes que visam denunciar temas como o racismo, a solidão e o abandono aos idosos. Entre os indicados ao Melhor Filme estão Nomadland; Os 7 de Chicago; Bela Vingança; Minari ; Judas e o Messias Negro; Mank; O Som do Silêncio e Meu Pai. Concorrendo ao Oscar de Melhor Ator estão: Chadwick Boseman mesmo já falecido e grande favorito (A Voz Suprema do Blues); Anthony Hopkins (Meu Pai); Riz Ahmed (O Som do Silêncio); Steven Yuen (Minari) e Gary Oldman (Mank).
Na disputa pela estatueta de Melhor Atriz estão no páreo: Carey Mulligan (Bela Vingança); Andra Day (The United States vs. Billie Holiday); Frances McDormand (Nomadland); Vanessa Kirby (Pieces of a Woman) e Viola Davis (A Voz Suprema do Blues).
Devido à atual pandemia, a maioria das produções indicadas ao Oscar 2021 são lançamentos de streamings, a exemplo das produções da Netflix, Globoplay e Amazon Prime. Entre os destaques para quem quiser conferir alguns dos indicados está “O Agente Duplo”, que concorre ao Oscar de melhor documentário e mostra um viúvo octogenário em sua missão secreta de investigar supostos maus tratos a outra idosa que vive em um asilo. Disponível no Globoplay, trata-se de um delicado ensaio sobre a solidão. Mas embora seja difícil não emocionar-se com o protagonista e suas amigas que vivem confinadas, o documentário fica longe de ser melodramático. Em algumas cenas, inclusive, é possível rir (e ao mesmo tempo chorar) da condição humana e do medo do abandono.
Já o documentário “Time” disponível na Amazon Prime Vídeo, é ao mesmo tempo uma história de amor e uma denúncia do racismo no sistema prisional norte-americano. E conta várias décadas da vida de Fox Rich enquanto ela luta pela liberdade do marido, Robert, que cumpre uma pena de 60 anos por um roubo a banco que o casal cometeu nos anos 1990. E “Uma canção para Latasha” que concorre em melhor documentário em curta-metragem, é uma carta de amor político. Latasha Harlins, era uma adolescente negra de 15 anos, que morava em Los Angeles com a avó e passava os dias estudando e fazendo grandes planos. Queria ser advogada mas em março de 1991, seus sonhos e sua vida foram interrompidos por Soon Ja Du, dona de uma loja de conveniência que atirou nela após acusá-la de roubar uma caixa de suco de laranja que custava um dólar e setenta e nove centavos. Trinta anos depois, esse drama é contado com a narração de Shinese, melhor amiga de Latasha, que derrama sua dor nesse relato. O documentário está disponível na Netflix.
Em melhor filme internacional, o destaque é o dinamarquês Druk – mais uma rodada, que também concorre à melhor direção, feita por Thomas Vinterberg. Na trama, quatro professores decidem fazer um experimento psicológico e beber todos os dias, da hora que acordam até as oito da noite, inclusive durante o expediente, para testar os supostos benefícios do álcool em seu desempenho social e profissional. E concorrendo ao Melhor Filme está Nomadland, um retrato humano da devastação deixada pela crise econômica de 2008, focado na figura de uma mulher —interpretada com aspereza e dignidade por Frances McDormand. Após a destruição do povoado minerador onde vivia, passa a morar e viajar pelos Estados Unidos em um trailer, fazendo bicos em cada cidade onde para. Baseado no livro homônimo de não ficção de Jessica Bruder, o longa dirigido por Chloé Zhao também está indicado ao Oscar de melhor direção, roteiro adaptado, edição e fotografia.
Já Mank, a visão de David Fincher sobre a filmagem de Cidadão Kane disponível na Netflix, é o grande favorito do Oscar 2021, com 10 indicações. O filme se centra na figura de Herman J. Mankiewicz, roteirista de Cidadão Kane ao lado de Orson Welles. Ao contrário do gênio Welles, esnobado pela Academia, Mankiewicz (ou Mank, como era conhecido) era bastante estimado em Hollywood e especula-se que foi graças a ele que Cidadão Kane ganhou seu único Oscar.
Texto: Danielle Vieira