Foto 01 – Parque Nacional da Chapada das Mesas é um dos destinos que aguarda a retomada do fluxo de turistas pós-pandemia – Foto: Jhonatha Pereira Santos/Mtur Destinos
A Organização Mundial do Turismo (OMT) divulgou no final de maio um conjunto de diretrizes para ajudar o setor a retomar suas atividades de maneira segura e sustentável. As diretrizes buscam reconquistar a confiança no setor, o qual já houve uma redução no fluxo de turistas de 60% a 80%, por causa da pandemia da COVID-19. Números que afetam toda a cadeia do turismo, inclusive a local.
Nacionalmente, o Ministério do Turismo prepara o setor para um retorno gradual, com uma série de ações para o pós-pandemia, dentre elas a criação do Selo “Turista Protegido”, além de uma campanha de estímulo a viagens domésticas e estruturação do turismo rodoviário, por meio da integração com outros modais de transporte, promovendo assim a realização de roteiros integrados.
Embora todos os esforços das autoridades para retomada das atividades turísticas, os empresários deste setor ainda vivem a angústia das portas não abrirem, dos compromissos financeiros constantes, diminuição do fluxo de caixa e das contas não fecharem, visto que não há entradas de receitas nas empresas. É nesse momento que as linhas de crédito podem ser uma oportunidade para continuar empreendendo.
Como forma de levar conhecimento ao empreendedor que pensa em buscar uma linha de crédito, o Sebrae tem interagido junto à instituições bancárias, como Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Caixa Econômica, para levar informações e tirar dúvidas sobre as linhas de crédito disponíveis ao setor turismo, além de firmar parcerias com por exemplo a já firmada com a Caixa Econômica, por meio do Fundo de Aval para Micro e Pequenas Empresas , o FAMPE.
Neste sentido de interagir junto as instituições financeiras, o Sebrae realizou na última quarta-feira, 03 de junho, o Webinar Linhas de Crédito e Financiamento para Empresas de Turismo, que reuniu de maneira online representantes das três instituições bancárias, que na ocasião apresentam as linhas de crédito que atendem empresas que desenvolvem a atividade turística.
“O Sebrae sempre busca intermediar junto a instituições parceiras o que identifica como necessidade do empreendedor para alavancar seu negócio e o quesito crédito é algo que desperta muito interesse e dúvidas também, principalmente agora nesse período de enfretamento à pandemia do novo coronavírus e retomada das atividades. No setor turístico não é diferente. Por isso decidimos trazer essa temática para nossa programação digital e assim levar mais detalhes de cada linha de crédito disponível para o empresário que entende que é uma alternativa planejada e viável para se manter no mercado”, afirmou a analista técnica do Sebrae no Maranhão, Milena Cabral.
Dentre as linhas de crédito foram apresentadas as que estão disponibilizadas pela Caixa Econômica Federal, a exemplo do Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas (FAMPE), resultado de um convênio firmando com o Sebrae Maranhão, que potencializa o acesso aos pequenos negócios a uma linha de capital de giro.
O Fampe viabiliza a garantia necessária às micro e pequenas empresas e MEI’s interessados nos recursos, de modo que passam a atender às exigências das instituições financeiras no que se refere às garantias para cobertura da tomada de crédito.
Além de entrar com recursos para alavancar o volume de operações de crédito, o grande diferencial do Fampe é que o Sebrae acompanha os donos de pequenos negócios que buscam as instituições financeiras para tomar empréstimos.
“A proposta é trabalhamos com operações de crédito assistidas, ofertando orientações que serão um fator mitigador do risco aos agentes financeiros e tomadores do crédito. No Maranhão, estamos com as nossas equipes voltadas para essa orientação, que vai dar ao empreendedor mais segurança sobre a operação e sobre a aplicação dos recursos. Também estamos à disposição com um conjunto amplo de produtos e serviços do Sebrae, entre cursos online, consultorias, dentre outras soluções para apoiar os pequenos negócios no enfrentamento e retomada pós-pandemia”, afirmou o diretor técnico do Sebrae no Maranhão, Mauro Borralho.
Durante o Webinar, o superintendente executivo da Caixa, Gabriel Pachelli, destacou que essa solicitação pode ser feita diretamente pelo site da Caixa. Pachelli informou ainda sobre outras linhas de crédito, como o Folha de Pagamento, com prazo de pagamento em até 36 meses, taxa de juros de 3.75% ao ano e até dois salários por colaborador e pausa nas prestações.
“A empresa pode contar com a Caixa para se reorganizar. Cada uma tem a sua realidade e nós temos soluções que atendem a diversos públicos, estamos aqui para ajudar, analisar junto à empresa qual a melhor linha de crédito. Em breve, vamos lançar atendimento via WhatsApp para facilitar ainda mais a nossa comunicação com o cliente”, afirmou o gerente.


Quando se trata do Banco do Brasil, o gerente de mercado de pessoa jurídica da instituição, Fernando Queiroz, elencou as linhas voltadas para Pagamento da Folha com crédito direto na conta do colaborador e prorrogação de parcelas já contratadas com o banco. Entretanto, Queiroz esclarece que é feita uma análise de crédito para liberação de novas linhas.
“Por exemplo, solidez da empresa, fluxo de caixa, forma de recebimento e histórico da empresa. São protocolos ainda exigidos pelo banco. É importante falar ainda que o Banco do Brasil está com carência nas linhas de crédito, taxas de juros diferenciadas, renegociação de dívidas, tudo para ajudar as empresas nesse momento de pandemia”, explicou.
Com relação ao Banco do Nordeste, há uma linha específica para o Setor de Turismo, o FNE Proatur com objetivo de financiar a implantação, ampliação, modernização e reformas do setor de Turismo com prazo de até 20 anos para pagamento, até 5 anos de carência e encargos a partir de 0.35% ao mês. Além desta, tem o FNE Emergencial, com taxas de 2.5% ao ano, para aquisição de mercadorias, folha de pagamento e outros.
“Temos um capital de giro para aquisição de mercadorias, de forma de ressarcimento até seis meses, podendo ser restituído, em estoque, insumo para serviços, indústria, gastos gerais do empreendimento, incluindo conta de energia e folha de pagamento dos colaboradores. Se não tiver despesas suficientes para comprovar o valor que está tirando, o empresário poderá comprovar as despesas durante o período de carência. Durante essa pandemia, fomos nos adequando para atender as empresas e de forma de facilitar acessos as nossas linhas de crédito”, esclarece a gerente de negócios da micro e pequena empresa do Banco do Nordeste, Cíntia Silva.