No dia 2 de junho, às 18 horas, no Teatro João do Vale (na Rua da Estrela-Centro Histórico de São Luís), a comédia do bumba-meu-boi do Maranhão, que não é mais exibida, na apresentação dos grupos do folguedo, será encenada pelo Grupo Folclórico e Cultural São José, que tem texto da professora e dramista Maria da Conceição Paixão Silva, que no espaço, com um ótimo elenco, mostrou seu talento de idealizadora, no ano passado, sobre O Nascimento de Jesus e Os Reis Magos. Para maior bom sucesso da promoção, objetivando ter um público considerável, os ingressos já poderão ser adquiridos, em São José de Ribamar, com a entidade teatral, e ficarão à disposição dos interessados, na próxima semana, na bilheteria do Teatro João do Vale.
O Dilema de Pai Francisco, baseado no auto do Bumba-meu-boi, manifestação folclórica brasileira, com maior identidade no Estado do Maranhão, tem centro na agonia do marido (Nego Chico) diante do desejo da sua mulher grávida (Mãe Catirina) de comer a língua do boi mais estimado do fazendeiro do qual o casal era empregado. O contexto do drama surgiu da obra literária, em forma de cordel, escrita pelo poeta Paulo Roberto Paixão Silva, filho da autora. Maria Paixão adaptou o texto para peça teatral, que, com o engajamento de filhos e netos, foi encenada pela primeira vez em 2003, no quintal da sua residência, na Rua João Alves Carneiro, n.º 260, onde instalaram um arraial junino, e que foi presenciada por familiares e amigos, sob o olhar incentivador do patriarca Nycanor Moraes Silva, também poeta compositor. “A partir de então, o drama passou a receber convites para apresentação em escolas e entidades do município de Ribamar!” — ressaltou a mestra e dramista.
Os personagens da peça são relevantes no Bumba-meu-boi: Pai Francisco, Mãe Catirina, fazendeiro ou patrão, vaqueiros, índios e índias, cazumbá, doutor, miolo do boi e o boi. Componentes: Tomaz (Pai Francisco), Mara Daniela (Mãe Catirina), Diego (fazendeiro), Naldo e Nikima (vaqueiros), Cauã (índio), Edilene, Manuele, Juliana, Viviane, Duda, Sofia, Luzia, Lara, Lindy, Mayrlene(índias), Eduardo Malaba (cazumbá), Doquinha (doutor), Rodrigo (miolo do boi), e Maria José (narradora). Comissão técnica: Maria da Conceição Paixão Silva (diretora), Sandro Paixão (diretor de arte), Maria Daniela (figurinista), Paulo Eduardo (confecção do boi), e equipe de apoio: Júlio César, Nycanor Júnior e Núbia Cristina.
Incentivos — Observadores, há um bom tempo, em São Luís, vêm elogiando as performances do Grupo Folclórico e Cultural São José, que ainda possui em seu repertório A Paixão de Cristo, tudo idealizado pela perseverança cultural de Maria Paixão. Dentre os seus maiores incentivadores, o jornalista poeta e prosador Herbert de Jesus Santos, conhecendo de perto a competência do elenco e dos diretores, começou a auxiliar, em 1993, quando houve a encenação de O Nascimento de Jesus, no auditório do Sioge, em que ele era assessor e coeditor de livros. No ano passado, junto ao diretor do Teatro João do Vale, em São Luís, Gilberto Mineiro, ele possibilitou O Nascimento de Jesus e Os Reis Magos. Para ele, repórter, redator e cronista do JP Turismo, o Grupo Folclórico e Cultural São José merece todo apoio do prefeito Júlio Matos e da Câmara Municipal, que poderiam unir forças já e tornar A Tondela, na Rua Grande (Av. Goncalves Dias), de espaço de nenhuma utilidade para um belo e grande Teatro Municipal de São José de Ribamar. Herbert de Jesus Santos otimizou ao JP Turismo: “Sem nenhuma ajuda oficial, há uns anos, o grupo encenou peça natalina, na frente da igreja-matriz, com as fantasias feitas de jornal, que valeram matéria da TV Mirante, antes do quadro telejornalístico Chame o Douglas! Do quintal ao Teatro João do Vale, no Centro Histórico de São Luís, lembrou-me A Via-Sacra do Anjo da Guarda, com o Grupo Grita que já encenou recordando sua ascensão de Da Poeira ao Palco, que estimulei, na Imprensa, desde o primeiro ano, em 1981. Não foi por pouca coisa que, em 2016, fui condecorado com o Titulo de Cidadão Ribamarense, concessão graças à então vereadora Valberlena Moraes, via reconhecimento do seu esposo, hoje, de saudosa memória, ex-vereador Francisco Moraes (Chicão), meu amicíssimo de longas datas. Foi uma justiça por uma coleção de serviços prestados, graciosamente, a São José de Ribamar, na Educação e Cultura, que começou a ter mais vulto na Escola Pirata do Samba, fundada pelo inesquecível Ribamar Jacaré, em 1959, quando, em 1979, fui seu compositor e diretor de carnaval, com a agremiação ribamarense, com o samba-de-enredo Origem da Cidade de São José de Ribamar, de minha autoria, ganhando o campeonato, no concurso dentre as escolas de samba do Grupo B, em São Luís, subindo para o Grupo A!”
Texto: Herbert de Jesus Santos