Após apresentar-se no local, no dia 2 de junho passado, o Grupo Folclórico e Cultural São José voltou ao Teatro João do Vale (na Rua da Estrela, no Centro Histórico de São Luís), no domingo passado, às 16 h, para a nova exibição de O Dilema de Pai Francisco, ou seja, a comédia do bumba-meu-boi do Maranhão, que não é mais exibida pelos grupos do folguedo. Em uma hora de duração, no final aplaudidos de pé por uma plateia atenciosa, jovens atores ribamarenses de novo deram um show de encenação da comédia do bumba-meu-boi do Maranhão, e que é encerrada com a ressureição do boi, após o Nego Chico cortar a língua do novilho mais bonito da fazenda do seu patrão e dar para a sua mulher (Mãe Catirina, grávida), ser preso e reabilitado pelo fazendeiro quando veterinário e pajés fazem o touro voltar à vida, e a festa começa com dança e toadas dos cinco sotaques das brincadeiras. No mesmo espaço, no começo do ano passado, mostrou seu talento e o da sua idealizadora, a professora e dramista Maria da Conceição Paixão Silva (Maria Paixão), sobre O Nascimento de Jesus e Os Reis Magos, e que tem enredo ainda para A Paixão de Cristo. Agora, tenciona apresentar, também no João do Vale, a peça Os Caminhos de São José, em setembro, na coincidência com a secular Festa de Ribamar.


Assim, O Dilema de Pai Francisco, baseado no auto do Bumba-meu-boi, com maior identidade no Maranhão, tem centro na agonia do marido (Pai Francisco ou Nego Chico) diante do desejo da sua mulher grávida (Mãe Catirina) de comer a língua do boi mais estimado do fazendeiro do qual o casal era empregado. O contexto do drama surgiu do cordel escrito pelo poeta Paulo Roberto Paixão Silva, filho de Maria Paixã que adaptou o texto para peça teatral, que, com o engajamento de filhos e netos, foi encenada pela primeira vez em 2003, no quintal da sua residência, na Rua João Alves Carneiro, n.º 260, onde instalaram um arraial junino, e que foi presenciada por familiares e amigos, sob o olhar incentivador do patriarca Nycanor Moraes Silva, também poeta compositor, já de saudosa memória. “A partir daí, passou a receber convites para apresentação em escolas e entidades do município de Ribamar!” — ressaltou a mestra e dramista.


Os personagens: índios e caricatos — Componentes: Léo Alves (Pai Francisco), Mara Daniela (Mãe Catirina), Diego (fazendeiro), Naldo e Nikima (vaqueiros), Cauã (índio), Edilene, Manuele, Juliana, Viviane, Duda, Sofia, Luzia, Lara, Lindy, Mayrlene(índias), Eduardo Malaba (cazumbá), Doquinha (doutor), Rodrigo (miolo do boi), e Maria José (narradora). Comissão técnica: Maria da Conceição Paixão Silva (diretora), Sandro Paixão (diretor de arte), Maria Daniela (figurinista), Paulo Eduardo (confecção do boi), e equipe de apoio: Júlio César, Nycanor Júnior e Núbia Cristina.
Texto: Herbert de Jesus Santos