O maranhense Marcelo Medeiros, da Taguatur Racing Team, reassumiu a ponta da categoria Quadriciclos, na 29ª edição dos Sertões. Com as correções de cronometragem, após a segunda etapa, e conservando a segunda colocação na terceira especial da competição, o maranhense da Taguatur Racing Team, com sua Yamaha YFM 700R #100, acumula 11h28min01seg no tempo geral da prova, pouco mais de um minuto a frente do segundo colocado. Na especial de ontem, segunda-feira, entre Araripina (PE) e São Raimundo Nonato (PI), o piloto completou os 220 quilômetros em 3h30min02seg.


O trajeto cronometrado desta terceira etapa entrou no Parque Nacional da Serra da Capivara, um dos mais antigos sítios arqueológicos das Américas, com pinturas rupestres com mais de 50 mil anos de história. O caminho, por região montanhosa, foi repleto de muitas pedras, passagens por pontes altas e trechos que exigiram alta atenção do piloto. A especial foi muito travada, com pistas mais estreitas. Apenas no final da especial os competidores passaram por trecho de areia de 15 km, chegando a pouco mais de 45 quilômetros da bolha de São Raimundo Nonato (PI).
“O equipamento está tranquilo, chegou bem, só fazer uma revisão de rotina e estará pronto para amanhã. Para próxima etapa tenho que acelerar e aumentar a diferença”, relata Marcelo Medeiros.
“O percurso amanhã deve ser bem parecido com o de hoje. Começa bem rápida e segue por fazendas com trechos bem sinuosos. Depois, por trechos de trial com muitas pedras. Nos últimos quilômetros, a prova volta a ficar rápida até a chegada. Tem muita disputa pela frente”, conclui o piloto.
Nesta terça-feira, 17, a caravana dos Sertões permanece em São Raimundo Nonato e, os competidores, terão uma prévia do que reservam as etapas de maratona. A especial, denominada “Laço do Vaqueiro”, terá 316 quilômetros de especial, que circundará a localidade, ainda dentro da Serra da Capivara, nos quais os competidores não poderão contar com sua equipe de apoio enquanto estiver acontecendo o percurso da prova. Será um trecho inédito em toda história dos Sertões, em que as máquinas percorrerão pelos cânions locais e pela vegetação de caatinga.


O início do percurso intercalará trechos de trial pesado, com pedras grandes, para depois seguir em piso arenoso, com radar e muitas lombas altas. No meio do trajeto, outro trial técnico difícil, com pareces de pedra, caindo em trecho sinuoso com muita vegetação local. Na sequência, pista de alta velocidade. O último quarto da prova reserva outros trechos mais sinuosos, com riachos secos, piso com muitas quebradeiras e buracos, até voltar à Vila Sertões. Será a etapa que exigirá o mais alto nível técnico dos competidores e a que terá as retas de mais alta velocidade de toda competição.
O rali passará ainda por Xique-Xique (BA), Petrolina (PE), Delmiro Gouveia (AL), Arapiraca (AL) e Tamandaré (PE), onde será a chegada no dia 22, e sediará a cerimônia de premiação.
Roteiro
No roteiro dos competidores cerca de 3.524 km de trechos especiais da região Nordeste, num total de 2.164 km – 60% do percurso. A primeira especial adentrou o sertão do Seridó, uma região montanhosa, esquentando os motores e aclimatizando os competidores. A segunda etapa foi uma ligação do sertão mais a Oeste. Vários parques eólicos, e uma ponte com 800 metros de comprimento, são obstáculos dos participantes até um dos mais importantes tesouros da natureza: o entorno da Serra da Capivara, patrimônio mundial da Unesco. Muita pedra, rochas, mas com visual estonteante.


A tão temida etapa Maratona, que não permite apoio mecânico, será no quinto dia de prova e vai estabelecer um novo recorde no Sertões: a maior especial em areia já feita na história. Serão 220 km de areia pesada dentro de uma especial de 330 km. Segundo a direção de prova, “a melhor especial da prova, a mais dura, porém a mais prazerosa”. No sétimo dia: o prazer de andar às margens do Rio São Francisco, ver a caatinga virando verde e a chegada com vista para um cânion deslumbrante. O último dia não terá areia, apesar da proximidade com o litoral de Pernambuco, mas o desafio será a navegação.
Edição: Gutemberg Bogéa