Inspirada nas obras e escritos da poeta, contista e romancista caxiense Lucy Teixeira, a escritora e professora Mestra em Letras, Ceres Costa Fernandes lança na quinta-feira, 23/11, às 18h30, o livro “O essencial de Lucy Teixeira”. A obra enaltece a trajetória de vida da escritora que através de suas crônicas diárias e página literária em jornais da capital, possibilitou um maior entendimento sobre as artes maranhenses, e em consequência a desobstrução da estagnação literária causada pela estética parnasiana, que limitava sonhos e ideais movidos por sentimentos que fazem da arte uma abertura para o novo e tudo que possa ser construído.
Um novo trabalho que chega ao mercado literário apresentando mais um talento da literatura e do jornalismo maranhense dos anos 40, do século passado, exaltando a importância da literatura e da imprensa no cenário social, cultural e histórico, o que possibilita conhecimento e desperta o interesse por novos rumos. O lançamento acontece, no Salão Nobre da Academia Maranhense de Letras, na Rua da Paz, no Centro da capital maranhense, São Luís.
Um breve histórico de Lucy Teixeira
Quando se fala na renovação cultural e literária maranhense dos anos quarenta do século passado, não se pode deixar de falar de Lucy Teixeira. Em 1946, ela chega de Belo Horizonte, onde cursava Direito, na Universidade Federal de Minas Gerais. De 1944 a 1946, engaja-se literariamente com ninguém menos que Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e Murilo Rubião, famosos cronistas e contistas mineiros, pertencentes à chamada terceira geração modernista ou pós-moderna. Durante a sua permanência em Belo Horizonte, ela escreve em jornais e conquista prêmios em âmbito nacional.
De volta a São Luís, trazendo na bagagem as ideias renovadoras, começa a escrever em O Imparcial, publicando crônicas diárias e coordenando a página literária aos domingos. Participa, ativamente, do chamado Grupo da Movelaria Guanabara, por se reunirem nas dependências da loja do mesmo nome, um grupo de jovens que lutava, com as poucas armas à disposição na província, pela renovação das artes e contra a estagnação da literatura maranhense que se encontrava dominada pela e romântica.
A respeito de Lucy, diz José Sarney: não foi preciso muito tempo para que soubéssemos que ela aqui chegara com muitos anos-luz na nossa frente […]Sua poesia já tinha uma forma definida e madura, sua cultura sedimentada se chocava com o nosso atraso daqueles tempos. […] Lia o que escrevíamos e, como não queria avançar lugares comuns, ficava contida no silêncio […] dois grandes polos marcam a vida literária daqueles anos. A importância que iriam ter na nova geração é marcante […] Tribuzi traz os poetas novos portugueses, lança em termos de presente os reencontros da língua portuguesa no Maranhão. E Lucy o acompanha nos caminhos, nas perplexidades dos jovens, numa busca angustiosa de novas formas, novas expressões.
Redação JP Turismo