Surgiu de um texto do jornalista, escritor, professor e mestre do Curso de Comunicação Social da UFMA, Euclides Moreira Neto, como um sinal de alerta, que seria no mínimo sensato, para que as autoridades desarmassem o espírito e sentassem a mesma mesa, para dimensionar se poderíamos realmente se ter o risco da realização de um Festival de Música, em São Luís, principalmente se contemplando categorias: Popular, Gospel e Católica, em plena pandemia do Novo Coronavírus! Sabe-se que, em vários pontos do Mundo, a ameaça da contaminação pela Covid-19 está voltando, como uma segunda onda e infectando milhares de pessoas, e logo esse plano colocaria em perigo, também, medidas cautelares, propostas por todos os governos, dentre os quais, o do Maranhão, quanto protocolo: a segurança, a saúde, o distanciamento e a vida humana.
As redes sociais já estão embalando a repercussão de que o perigo tende a piorar, quando o nosso País está em período pré-eleitoral, para a escolha de novos prefeitos e vereadores, e São Luís teve dois candidatos a prefeito infectados pela Covid-19, sem confirmação de quantos militantes e outros habitantes da nossa terra foram atingidos. Já caiu na boca do povo que o Estado do Maranhão, no dia 11 de outubro, foi a única unidade da Federação que apresentou índices de aumento por contaminação e mortes, numa demonstração de que as evidências são preocupantes.
Enquanto isso, foi observada outra ameaça, além da pandemia: com a preferência, no Festival de Música, para as categorias religiosas gospel e católica, houve a segregação do poder público, no caso, a Prefeitura de São Luís, para a crença existente nas casas de culto de matriz africana, caracterizando preconceito. Contudo, a musicalidade religiosa afro, consoante é consabido, não pode ser algo dispensável, lembrando que a maioria da nossa população é de origem africana, portanto, negra, não cabendo esse privilégio dado às religiões evangélicas e católicas, pois vivemos em um estado laico que deveria acolher todas as manifestações de fé, sem discriminações, especialmente, quando se opera os recursos financeiros de origem pública. Repetindo: Laico, Estado, país ou nação, que não admite a influência religiosa no seu modo de governar ou de conduzir as instituições públicas, não levando em consideração dogmas ou regras seguidas por doutrinas religiosas e/ou igrejas; Estado secular: o Brasil é declaradamente um Estado laico.
Quem tencionar mesmo sentar na mesa da conversação saudável, em benefício da coletividade maranhense, deverá ser mais rápido: foi feito tão às pressas o propósito, que as inscrições do festival começaram em 13 de outubro, com um prazo de 10 dias para a habilitação dos interessados. Há uma corrente crente de que, dispensando todas as precauções pela vida dos nossos conterrâneos, o planejamento visa a conter a tendência popular da candidatura que vem ganhando em todas as pesquisas de intenção de voto, o pleito para a prefeitura de São Luís.


De fato, um festival como esse deveria abranger as demais religiões, inclusive a Doutrina Espírita, onde sabemos que na arte musical ela tem excelentes representantes e compositores.
Sobre o coronavirus influenciar em eventos de grandes aglomerações, creio que o povo mesmo perdeu o freio. E governos não tem posicionamento firme, pois proíbem alguns eventos, mas deixam candidatos e eleitores livres em grandes aglomerações em campanhas
Muito relevante seu comentário. É importante salientarmos que quando se trabalha as questões públicas devemos abranger sua diversidade, pois a musicalidade brasileira tem uma versatilidade indescritível de ritmos e talentos, dai a necessidade de uma abertura competitiva geral.
Na questão do Covid 19 fica evidente a corrida desenfreada de candidatos a cargos públicos sem um compromisso com a realidade social e o futuro da humanidade.