Mais uma sentida perda para a Cultura Popular Maranhense aconteceu com o falecimento do cantador, fundador e presidente do Boi de Zabumba Unidos Venceremos do Bairro São Cristóvão, Antônio Fausto, na manhã de segunda-feira passada (1.º de maio), vítima de acidente de trânsito, no começo da noite de domingo. Ele se achava com sua esposa Izidora Martins, perto da Rodoviária de São Luís, na Avenida dos Franceses, quando foi abalroado por um automóvel, que não teve marca, placa e condutor identificados; jogado ao chão, bateu com o lado direito da cabeça, sendo levado ao Socorrão 2, onde o quadro dele apresentou um coágulo de sangue no crânio, resultando num ataque cardíaco que causou seu óbito, aos 74 anos, nascido ele a 19.12.1949.
Antônio Fausto deu início à sua cantoria no Boi de Lauro (Vila Ivar Saldanha), em 1974, passou umas temporadas no Boi de Antero Viana (Monte Castelo), até criar o seu próprio grupo, sediado na Estrada da Vitória, Km 9, casa 307, no São Cristóvão. Tanto fez de importante, como boieiro e entusiasta do folguedo do bumba, que foi agraciado com o Título de Mestre da Cultura, dentre outros nomes de detentores de conhecimentos e expressões culturais populares e tradicionais que ajudam a preservar a história maranhense.
Esta condecoração se deu, certamente, como criador do Festival dos Bois de Zabumba, que ocorre anualmente, em julho, na Avenida Newton Bello, no Monte Castelo, com companheiros da estatura de Basílio Durans (Boi da Liberdade II) e Pereira (Boi da Vila Saldanha), e que neste ano terá a sua 28.ª edição.
Paulo Salaia Jesus (Paulinho Fera) morreu na noite de domingo (30.4), aos 64 anos, depois de dar entrada na sexta (28.4), em um hospital particular da Capital, com uma crise de diverticulite (inflamação de uma ou mais bolsas do trato digestivo com formato de balão, divertículos), vindo a sofrer uma parada cardiorrespiratória que o levou a óbito. Foi observada uma maré de blocos tradicionais de São Luís conduzindo o corpo do fundador e presidente de Os Feras, percussionista e produtor cultural Paulo Salaia Jesus (Paulinho Fera), para ser sepultado, na tardinha de segunda-feira passada (1.º de maio), e inundou o Cemitério do Gavião, após percorrer ruas do Bairro São Pantaleão, à sua última morada. Era mestre em percussão dos blocos chamados tradicionais e havia recebido do Governo do Estado, na gestão de Roseana Sarney, o Título de Comendador da Cultura.
Com todos estes requisitos dos dois conterrâneos que engrandeceram, em suas atividades do folguedo, no carnaval e no São João, nossa seara cultural, cabe-nos o dever de alertar para que o legado deixado por eles continue a prosperar. É importante que a comunidade local e entusiastas, especialmente, no boi de zabumba, se unam para a sua preservação e fortalecimento. Já estamos sabendo que o Bloco Show Feras surgirá no lugar do Bloco Os Feras. Essa iniciativa, sem dúvida nenhuma, é reconfortante!
Assim, resta-nos desejar, por este meio e agora, que haja muita força e conformação aos familiares de Paulo Salaia e Antônio Fausto, pela sentida perda dos seus entes queridos!

