A cidade de Alcântara é alegre e afetiva, e as comemorações dos eventos religiosos se sucedem ao longo do ano. De todos, porém, a Festa do Divino Espírito Santo é, há muitos anos, a mais importante e concorrida. O festejo, na verdade, tem início logo após o seu término, quando, na Igreja do Carmo, é lido o pelouro, ou seja, a lista dos festeiros do próximo ano. O acontecimento memorável, contudo, começa a crescer com a busca e levantamento dos mastros, que se realiza, sempre, na véspera do Dia da Ascensão do Senhor.
Para haver essa ocasião, nas matas, moradores cortam árvores para prepararem os mastros. Neste ano, carregado pelas ruas centrais, o levantamento do mastro do imperador será no dia 28 vindouro, seguido do mastro do mordomo-régio, no dia 30. Em 2025, coincidiu o Ano do Imperador, que comandará a festa esplendorosa até o 8 de junho.
No festejo de Alcântara, a Imperatriz ou o Imperador, em anos alternados, lideram o ritual, composto por missas, ladainhas, desfiles e procissões, distribuição de esmolas a famílias carentes, visitas do Império aos Mordomos e vice-versa, sempre com o acompanhamento de banda musical e o inebriante toque de música sacra das Caixeiras, com distribuição gratuita de comida e bebida aos participantes.
Essa grande manifestação religiosa e cultural se relaciona à descida do Espírito Santo, em forma de uma pomba, sobre os apóstolos de Cristo Jesus e, segundo reza a tradição, teria surgido na Idade Média, tornando-se popular graças à devoção de Isabel de Aragão, conhecida como a Rainha Santa, que institucionalizou a festa por volta do ano de 1300. Trazida ao Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI, em Alcântara, devido à sua exuberância e beleza, acompanhada pela indispensável ascensão da fé, representa uma das mais importantes expressões culturais de cunho popular do Estado do Maranhão.
A cidade de Alcântara foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, em 1948. O nome da cidade é uma homenagem a Santo Antônio de Lisboa e Pádua e à saudade do primeiro donatário de Alcântara, Antônio Coelho de Carvalho, que elevou o antigo arraial à categoria de Vila de Santo Antônio de Alcântara, em 22 de dezembro de 1648.