O Museu Histórico de Alcântara – MHA, equipamento cultural vinculado à Secretaria de Estado da Cultura – SECMA, reabriu em dezembro de 2021 uma galeria de arte (Diógenes Ribeiro), que dispõe de duas salas equipadas para exposições de artes visuais. Dando continuidade à ocupação permanente da galeria, mais uma exposição estará sendo aberta neste, sábado, dia 17 de maio, intitulada “Divino: a cidade e a Festa: 50 anos depois”, numa promoção da Associação do Divino e da Cultura de Alcântara e do MHA, com produção de Alda Pinheiro, retratando mais de 50 anos de registros fotográficos de Murilo Santos, reunindo importante parcela do acervo particular do artista. A exposição precede o Festejo do Divino deste ano, que acontecerá de 28 de maio a 8 de junho.
Segundo depoimento do fotógrafo Murilo Santos, “em maio de 1973 atravessei a baía de São Marcos e conheci a Festa do Divino Espírito Santo de Alcântara. Na época, integrava o grupo de artistas LABORARTE, criado um ano antes e estruturado por departamentos das diversas expressões artísticas; coordenava também o Departamento de Cinema e Fotografia. Naquele momento, o grupo buscava porem prática o ideário artístico sobre o qual foi fundado, em diálogo com elementos expressivos da cultura popular para a elaboração estética nas áreas das artes cênicas, dança, música, artes plásticas, literatura, cinema e fotografia. Naquela oportunidade, realizei o meu primeiro filme, em película Super-8, bem como uma série de fotos em preto e branco da Festa do Divino. As fotografias de 1973 e dos anos seguintes me renderam, em 1975, minha primeira exposição individual cujo título foi ‘DIVINO: a cidade e a Festa’. Mais tarde, em 1995, voltei a fazer outra exposição individual, com fotos realizadas até então e como forma de homenagem à exposição anterior, intitulada ‘DIVINO: a cidade e a Festa – 20 anos depois’. Desta forma, apresentei uma nova exposição de título homônimo, mudando o subtítulo para ‘50 anos depois’, então (em 2023), uma referência a 1973, ano em que se iniciou o meu envolvimento com Alcântara”. Murilo Santos selecionou do seu arquivo pessoal fotografias seminais ao longo da sua vivência em Alcântara, levando em conta o lado afetivo e memorialístico. O título desta exposição poderia ter como subtítulo “50 anos mais dois”. Já lá se vai mais de meio século de imagens sobre o festejo.
Murilo Santos, maranhense de São Luís, é fotógrafo, cineasta, professor titular pelo Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal do Maranhão – UFMA. Foi um dos fundadores do LABORARTE e do movimento Super-8 no Maranhão. Seus filmes possuem forte conotação política, com nítida feição documental de denúncia social. Dentre seus trabalhos destacam-se “Um boêmio no céu” (1974), “Tambor de Crioula” (1979), “Quem matou Elias Zi” (1982), “Bandeiras verdes” (1988), “Na terra do Caboré” (1986) e “Marisa vai ao cinema” (1995). “Antes de trabalhar com cinema, eu comecei a mexer com fotografia, porque meu pai era fotógrafo amador. Embora fosse amador, era focado assim na coisa, tinha amor pelo que fazia e procurava comprar bons equipamentos, tinha laboratório para revelar em casa mesmo, ainda que não em grandes ampliações. Nesse laboratório, havia uma câmera escura… Eu comecei a fazer fotos. Ele me fez uma espécie de roteiro da cidade, para fotografar o Lítero, Jaguarema, caixa d’água, e ali para mim funcionou como um roteiro. Isso me encaminhou um pouco para o cinema”, declara Murilo Santos.
A galeria de arte Diógenes Ribeiro, do MHA, disponibiliza um regulamento / termo de uso para todos os artistas (alcantarenses, maranhenses, de outros estados da federação ou estrangeiros) que queiram expor seus trabalhos no segmento das artes visuais no MHA, de forma gratuita. “A ideia é fortalecer cada vez mais o uso da galeria, no sentido de que possa facilitar o diálogo entre os artistas locais e os de fora; essa dinâmica é de fundamental importância para movimentar e aquecer o cenário cultural de Alcântara, informa o designer, jornalista, escritor e diretor do Museu Histórico de Alcântara, Paulo Melo Sousa.
Serviço
O quê? Exposição “Divino: a cidade e a Festa / 50 anos depois”.
Fotografias: Murilo Santos.
Produção: Alda Pinheiro.
Promoção: Associação do Divino e da Cultura de Alcântara / MHA,
Onde? Museu Histórico de Alcântara – MHA.
Quando? Abertura da exposição: Dia 17 de maio de 2025, às 19 horas.
Horário de Visitação: das 9 às 13 horas, de terça-feira a domingo.
Entrada Franca.
Edição: Redação JP Turismo