Para escapar das críticas de ano passado, quando anunciou e adiou de 15 para 29 de julho o evento, Basílio Durans, principal organizador do encontro, garantiu, ontem, com todas as letras, que o 29.º Festival dos Bois de Zabumba acontecerá no derradeiro sábado de julho (27), das 20 h ao amanhecer de domingo, na Av. Newton Belo, no Monte Castelo, contando com bois de São Luís e de Guimarães, Pinheiro e Carutapera. De lambuja, passado na casca do alho, assinalou que os homenageados deste ano serão o ex-presidente José Sarney e Dona Zeca, falecida há oito meses, criadora do Boi do Bairro de Fátima e também do Festival dos Bumba-bois de Zabumba. Cá, com meus botões, Basílio Durans velho de guerra, vendo José Sarney reverenciado, constantemente, da última vez, em 19 de junho, pela Assembleia Legislativa, quando recebeu a Medalha Manuel Beckman, sua maior honraria, com a cobertura massiva da TV Mirante, descortinou aí uma repercussão excelente, na mídia eletrônica, para os brinquedos do sotaque que se ressentem mesmo de uma melhor divulgação.


Com exibição, antes, do Cacuriá Rabo de Saia (às 20h) e do Cacuriá Assacana (às 20h30min), ficou assim a programação deste festival: abertura com o Boi do Bairro de Fátima (21h); Brilho de São João/Liberdade 2 (22h); Boi de Carutapera (22h30min); Boi Anjos do Meu Sonho (23h20min); Boi de Pinheiro (12h); Boi de Leonardo/Liberdade (12h30min); Boi da Areinha/Constâncio (1h); Boi da Vila Ivar Saldanha (1h30min); Boi Capricho de Oliveira (2h10min); Boi Orgulho de Pinheiro (2h50min); Boi Unidos pela Fé (3h40min); Boi Novo Capricho (4h30min); Boi Unidos Venceremos/Antônio Fausto (5h10min); Boi de Guimarães (5h40min); e Boi da Fé em Deus (6h30min).
Providências para melhorar o Festival — O evento acontece desde 1994, por iniciativa do Mestre Basílio Durans e tendo a parceria de bons companheiros dos bois de zabumba. Em 2016, ganhou o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na categoria ‘Iniciativas de excelência em técnicas de preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural’. A lei municipal nº 6.599, de 18.12.2019, instituiu o Festival Bumba-meu-boi de Zabumba no calendário oficial das efemérides do munícipio de São Luís. A Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH) e da Secretaria Municipal de Cultural (SECULT), juntamente com o Clube Cultural de Bumba-meu-boi de Zabumba e Tambor de Crioula, realizam as edições do tradicional Festival de Bumba-meu-boi de Zabumba. Todos então com competência para solicitarem patrulha da PM ao movimento cultural, que cresce a cada ano, e banheiros químicos em número suficiente, pois toda vez mandam só dois (um masculino e o outro feminino), e as paredes das casas das ruas da adjacência mais às escuras servem mais de mictório. Estou alertando com tempo para a tomada dessas providências importantes.
Como forma de reconhecimento —- Desde 1994, no nascedouro, acompanho a promoção importante e divulgo no jornal os altos e baixos, estes para melhorar. Foi o legado deixado por Minha Avó paterna (D. Marcela), a primeira zeladora da Capela de São Pedro, e organizadora da tradição cultural e religiosa, dentre pescadores, os criadores, qual Meu Pai, Felipe Nery dos Santos (Felipão). Por isso, vou abraçá-los no Encontro dos Bumba-bois de Zabumba no Monte Castelo. Bem criança, fui com ela algumas vezes convidar os bois de Mizico, Medônio e Lorentino, respectivamente, na Vila Passos, Matadouro (depois, Liberdade) e na Fé em Deus, os primeiros de zabumba que não faltavam um ano, A par disso, esses brinquedos nunca tiveram origem no Monte Castelo, como saiu em 2013 em jornal, num trecho que envolve o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), nem por que a programação deles se dá no bairro. O boi de zabumba nasceu em Guimarães de onde aqueles três legendários boieiros vieram trabalhar na estiva marítima, em São Luís, e começaram aqui suas brincadeiras,
Um só tipo: o boi primordial até 1860 — Bem a propósito, para acabar com os erros de que este ou aquele é o mais antigo, quem beber na fonte dos jornais do séc. 19, como o Semanário Maranhense, na Biblioteca Pública Benedito Leite, verificará que, até 1860, não existia boi de matraca nem de zabumba, ou outro estilo que conhecemos. Era o boi primordial, o Pai da Manada. Eram semelhantes em todas as regiões. Seria impossível mesmo que o boi nascesse, entre nós, de uma vez, com os cinco sotaques. Tenho pesquisa fidedigna e estudo que contam a história da chegada dos conjuntos como eles estão!
Texto: Herbert de Jesus Santos