Considerado o maior sucesso, com repercussão nacional e internacional, foi o leilão realizado na Bolsa de Valores Oficial do Brasil (B3), em São Paulo, na sexta-feira passada para arrendamento de quatro terminais dedicados à movimentação e armazenagem de granéis líquidos no Porto do Itaqui, com a Santos Brasil Participações arrematando três dos quatro lotes disponíveis. Na ocasião, como desaguou nos meios de comunicação nacionais, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, destacou a resiliência do setor portuário, elogiou a gestão do Porto do Itaqui e enfatizou a posição estratégica do porto maranhense. Não havia surgido, ali, melhor horizonte, onde tudo navegava num mar de almirante ou num imenso lado azul.
Tomou-se conhecimento de que as áreas arrematadas integram o planejamento estratégico da EMAP e foram disponibilizadas para exploração de investidores privados por meio de contratos de arrendamento. Ao final do prazo contratado, essas áreas temporariamente cedidas serão devolvidas à administração pública. Nenhuma queixa também, sobre os lucros financeiros: Sob a coordenação da ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários, os leilões resultaram em um total de R$ 216 milhões em outorgas e R$ 600 milhões de investimentos, totalizando mais de R$ 800 milhões.
As cifras também foram excelentes: O governo arrecadou R$ 216,3 milhões com a concessão de terminais portuários. Foram oferecidas para a iniciativa privada quatro áreas no Porto de Itaqui (MA) e uma no Porto de Pelotas (RS).. Ficou senso comum que os projetos devem gerar investimentos de R$ 600 milhões, segundo o Ministério da Infraestrutura. Ao todo, foram contratados R$ 10 bilhões em investimentos e 28 ativos passaram para a mão da iniciativa privada.
Sua história é nossa velha conhecida: A área onde atualmente está localizado o Porto do Itaqui já era ponto de fundeio de embarcações antes do séc. 19. [A primeira tentativa de construir um grande porto na área do Itaqui foi em 1918, quando o Governo do Maranhão deu concessão de obras à companhia inglesa C.H. Walker & Co. Limited, porém a companhia não obteve êxito e a concessão foi extinta. Em 1939, o Departamento Nacional dos Portos e Vias Navegáveis realizou um estudo na área e a apontou como um potencial para a construção de um grande porto. Com base nessas conclusões, em 1966, as obras do porto foram definitivamente iniciadas pela empresa brasileira Serveng-Civilsan, com um cais de extensão inicial de 367 metros, concluído em 1972, com a construção de mais dois trechos de 270 metros e outro de 80 metros.. Em 28 de dezembro de 1973, foi então criada Companhia Docas do Maranhão – Codomar, para administrar as novas instalações, isto é, um cais com 637m de extensão, entregue ao tráfego em 4 de julho de 1974.
Não podemos, com toda esta empolgação empresarial, funcionando a todo vapor, ficar a ver navios, expressão que é ter uma expectativa frustrada, esperar por algo que não vem; decepcionar-se. Desejamos, sim, o nosso Porto do Itaqui, se não todo tempo na tranquilidade de mar de almirante, quando menos fazer o Maranhão ver no horizonte mais chances de um vaivém de riquezas e prosperidade em que ele merece mais sair ganhando!