A segunda obra ficcional de Penaforte Dias é uma continuação do primeiro livro do autor, intitulado Feche os Olhos. Autor além do seu tempo, Dias costura na sua nova obra – Enquanto as Folhas Caem – realidade e ficção, compondo ondas de suspenses e mistérios, numa batalha que utiliza armas silenciosas, orgânicas e letais.
Dividido em três partes, o romance se desenvolve na Floresta Amazônica, desencadeando uma trama que prende a atenção do leitor logo de início, quando os personagens movimentam-se na busca por ideais contraditórios. Poder, riqueza, conhecimento, sabedoria e paz são alguns deles.


Pesquisa
O trabalho de pesquisa do autor é bem amplo e diversificado. Encontra embasamento em conhecimentos adquiridos por ele em leituras, experiências pessoais, viagens… “Baseiam-se em matérias publicadas na Revista Veja, histórias ocorridas no Império Inca, conhecimentos xamânicos, em substâncias psicoativas e na metafísica, que discute filosoficamente o sentido da realidade e as forças da natureza”, revela Dias.
Mistério, esoterismo, espiritualidade e amor compõem o caldeirão de sentimentos que remetem o leitor a uma viagem que não é apenas para o Vale do Javari ou a um canto remoto da floresta, onde a estória se desenrola. Vai muito, muito mais além.
Mundo interior
Na opinião da jornalista e advogada Janete Monteiro, Enquanto as Folhas Caem contagia desde a primeira página. “É uma viagem ao mundo interior? Pelo sim, pelo não, tem um ponto de virada impactante, quando toda a raiva e desejo de poder de um dos personagens se esvai diante da amizade e lealdade”, revela.
Ainda segundo ela, o livro nos leva a pensar no quão subjetiva é a alma humana: repleta de medos, desejos ocultos e dúvidas. ”Por isso oferece perguntas como: A sacerdotisa realmente apareceu? Foi apenas fruto da imaginação? Que armas silenciosas são essas? De onde vêm? Poder e controle sobre o quê?”, adianta Janete.
Animais e Plantas
As plantas e os animais de poder têm destaque na obra e destacam-se como elementos que movimentam a trama. “As plantas que contêm substâncias psicoativas são usadas dentro de cerimônias que, quando utilizadas com a devida orientação, funcionam como instrumentos de expansão da consciência”, explica Penaforte.
“Os animais de poder aparecem para alertar sobre as forças sutis da natureza. Apesar de muitas vezes serem negligenciadas pelos humanos, elas nos despertam para uma melhor percepção do ambiente em que vivemos”, complementa o autor.
“Na floresta não existe ignorante ou sábio. Quando os ramos se agitam a ninguém reverenciam. O saber humano é ilusório (…) a vontade humana é apenas uma sombra que vagueia no pensamento.”. O texto de Khalil Gibran abre a primeira parte do livro, premeditando os mistérios do capítulo.
De maneira sutil o livro alerta sobre tristes realidades atuais, como o desmatamento na Floresta Amazônica, a contaminação dos rios e a extinção dos animais, consequências das atividades ilegais. Vai além, ao mencionar sobre os crimes decorrentes dessas práticas, especialmente com a atuação dos biopiratas e narcotraficantes.
Sobre o autor


Natural de São Raimundo Nonato (PI), Penaforte Dias é formado em jornalismo pela Universidade Federal do Piauí. Adotou a capital tocantinense, Palmas, como sua nova residência, em 1991, quando veio atuar como jornalista.
Foi um dos sócios proprietários da Agência de Publicidade Dimensão e do Tins&Tais, primeiro jornal com segmentação direcionada à Educação, Cultura e ao Turismo, juntamente com as jornalistas Maria Arienar e Suzana Barros.
Esteve à frente de dezenas de assessorias de Comunicação e ocupou o cargo de diretor da área de Comunicação da Assembleia Legislativa do Tocantins, onde hoje atua como jornalista concursado.
Lançamento


Realizado no sábado, 29 de abril, o lançamento reuniu dezenas de amigos, familiares e representantes da classe cultural, no restaurante 4zero2, em Palmas.
A ambientação sonora ficou por conta do cantor Nando Cruz, que apresentou músicas do seu novo disco “Muçurana”, lançado no final de março deste ano.
Durante sua fala, Penaforte Dias fez questão de anunciar nomes que fizeram a diferença nesta edição, a exemplo da jornalista Janete Monteiro, que fez o release de divulgação da obra; do arte finalista Rêmulo Resende e do advogado Fernando, autor do trecho de uma poesia usada no livro.
Mestre Ancelmo, xamânico que inspirou o autor na escrita do livro, esteve presente no lançamento. Foi chamado ao palco para compartilhar sua experiência na selva amazônica, quando foi aprisionado como escravo branco.
O lançamento em Palmas é apenas o início de uma trajetória que pretende dar repercussão à obra. A ideia é realizar outros lançamentos em outras cidades. “Já temos convites para algumas cidades aqui no Tocantins, Goiânia e no Piauí”, adiantou Penaforte.
Texto: Suzana Barros
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Ficha técnica
Livro: Enquanto as Folhas Caem
Autor: Penaforte Dias
Editora: Kelps
Diagramação: Marcos Diegues e Rêmulo Resende
Capa: Rêmulo Resende
Revisão: Luciana Duailibe e Antônio Lopes
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