Benjamim é uma criança de 9 anos de idade, que tem os atributos naturais, inerentes aos seres humanos que vivem a bela quadra da infância. Tem sido assim desde o princípio de sua existência. Porém, o diferencial de uma criança para outra está na maneira peculiar de cada uma exercitar e exercer sua curiosidade e consequente criatividade, armas fantásticas que os guris usam, espontaneamente, para a descoberta de seu mundo ou universo particular.


No caso específico de Benjamim, cedo afloraram-lhe ao espírito duas predileções, que interessaram a sua curiosidade: aos 3 anos de idade, começou a descobrir a pintura e a arte culinária.
Benjamim cursou o Maternal, até 3 anos de idade, no Colégio Educare. Aos 4 anos, ingressa no Dom Bosco, onde se inicia na Educação Infantil. Hoje, aos 9 anos, cursa o 4º. Ano Fundamental.
Benjamim tem predileção pela pintura a lápis. Usa tintas aquarela, com predileção a pastel. E, em termos das disciplinas do currículo educacional, pela ordem, opta por história e, depois, por geografia, daí chega, também, ao interesse pela ecologia, pela pintura e pela arte culinária. Esta página contém um depoimento dos pais, ferramenta enriquecedora da biografia de nosso artista.
Como acontece com todas as pessoas em que se manifestam os dons das artes, com Benjamim não poderia ser diferente: cedo descobriu, percebeu os talentos com que nasceu, já que ser artista não é uma determinação de fábrica, não se produz, nem se reproduz, como se fazem com as obras de reprodutibilidade em série. A vocação nasce com a pessoa, que se torna instrumento de uma ordem da sensibilidade, da percepção e, depois, da consciência de ser uma criatura que nasceu para a arte da criação. Não há exceção à regra, quando o ser é possuído pelo chamando interior, para que faça o que o realiza em plenitude. E, embora, na maioria, o talento se manifeste mais tarde, há uma pequena parcela de seres precoces, em que os dons afloram na infância. Assim, a criação artística é fruto de vocação. Conforme já disse: você não se fabrica artista, sob pena de se tornar uma fraude, um equívoco.


Situamos Benjamim, no segundo grupo de artistas, os em que, na tenra idade, a descoberta do dom para a criação acontece. E essa curiosidade precoce atrai os adultos, mobiliza atenções, desperta um público interessado pela presença do incomum, do invulgar, do raro. Assim aconteceu em relação a Gonçalves Dias, Mozart, Rimbaud, para citar só alguns. Porém, Benjamim não tem a pretensão de gênio. Navega pelas águas da infância com a necessária educação oferecida pelos pais e pelo colégio. E, onde quer que já tenha chegado, ele sabe que o que faz tem como finalidade servir de exemplo, estimular e inspirar outras crianças a se desinibirem e a desenvolverem seus talentos. Caso chegue mais longe, o que é possível, terá o devido reconhecimento pelo que se houver de acréscimo a seus próprios méritos.
Benjamim tem como um dos inspiradores de sua pintura, o escultor, gravador, fotógrafo, artista plástico, pintor Frans Krajcberg, que nasceu na Polônia, Kozience, em 12 de abril de 1921 e morreu, no Rio de Janeiro, em 15 de novembro de 2017. Ele veio para o Brasil, em 1948. Em 1957, naturalizou-se brasileiro. Seus trabalhos artísticos são fruto do contato direto com a natureza, refletindo sua obra uma preocupação com a preservação do meio ambiente, tanto é que sua matéria-prima são folhas, raízes e troncos calcinados que recolheu na Amazônia e no Pantanal de Mato Grosso, onde os recolheu pessoalmente.


Admirador de Frans Krajcberg, Benjamim, sob a inspiração desse gênio, após estudar sua obra pictórica, ocorreu-lhe um insight ou estalo, e produziu uma tela a partir do processo de pintura com uso de material calcinado, basicamente folhas. Evocando a técnica daquele que o inspirou, chegou ao que se pode chamar de arte da modernidade: a invenção paródica, ou seja, a criação a partir da recriação, da reinvenção ou da ressignificação de um arquétipo. Na literatura, por exemplo, o romance genial Ulisses, do irlandês James Joyce, 1922, é uma ressignificação da Odisseia, de Homero, obra escrita há quase três mil anos. Há inúmeros exemplos desses insights.
Recentemente, Benjamim passou a ser notícia nos meios de comunicação de massa, ou seja, na mídia, e sua obra até extrapolou as fronteiras do Brasil, pois foi elogiada, em Paris, França.
Em silêncio, Benjamim continua a construir sua obra, sabedor de que o artista cria a partir do despertencimento geográfico, ao reinventar e ressignificar os eternos temas, por onde toca a alma das pessoas, para que não percam de vista a convicção de que são seres humanos.
Texto: Alberico Carneiro
Texto sobre Benjamim e suas experiências
Benjamim tem 09 anos, nasceu em São Luís e é uma criança que gosta de brincar, jogar bola, andar de bicicleta, jogar videogame, desenhar… também gosta muito de cozinhar, conhecer novos lugares e é muito curioso: gosta de aprender!
As artes em geral sempre estiveram presentes em sua vida desde pequeno. A primeira escola que frequentou, bem como a atual, em especial, tem a arte como porta de entrada para o pensamento. Ademais, sempre o estimulamos e o incentivamos para estas novas descobertas, já que, também, apreciamos e valorizamos as artes, a cultura, a história. Assim, sempre o levamos a exposições, galerias, casas de cultura, museus, igrejas, monumentos históricos, apresentações culturais não só em São Luís, mas, também, em viagens para outras cidades do Brasil e do exterior nas férias em família.
Oportunizar experiências diferentes é enriquecedor. Além de ampliar a visão de mundo da criança (e para quem a aprecia, independente da idade), a arte, especificamente, sensibiliza o olhar para tudo aquilo que está ao seu redor e torna os seus observadores mais críticos.
Benjamim sempre gostou de desenhar e de se expressar através do desenho. Cozinhar também é uma atividade que o acompanha desde os 2 anos e meio. Acreditamos que, em casa, essas duas o ajudam muito na concentração, organização, criatividade, além de serem desafiadoras.
As atividades da atual escola dão um plus às experiências: desde óperas, recitais de poesia até releituras de obras de artistas renomados ou não, a arte faz parte do dia a dia dos alunos. Especificamente esta última releitura feita pelo Benjamim após estudo, nas aulas de Artes, sobre o trabalho do artista e ativista ambiental polonês, erradicado no Brasil, Frans Krajcberg, deu a ele um incentivo enorme: a galeria de arte em Paris que expõe obras do artista, repostou em uma de suas redes sociais a foto do seu trabalho, uma colagem com elementos da natureza, parabenizando-o.
Assim, fazemos com que as experiências vividas pelo Benjamim durante sua infância sejam leves, lúdicas, divertidas, sem peso, sem cobrança, porém ricas em aprendizado.
Texto escrito pelos pais