

Numa noite emocionante, marcada pela falação de figuras tarimbadas no assunto, na Casa das Minas, ontem, foi relançado o livro Agontimé e Sua Lenda, da escritora norte-americana Judith Gleason. Agontimé foi a fundadora da Casa das Minas, a primeira entidade de culto de matriz africana, no Maranhão (a outra, é a Casa de Nagô), numa história fascinante, por ser ela rainha, na África, e mãe de santo, em nosso Estado, após ser escravizada, no Daomé, hoje, Benim, chegando a São Luís, com leais seguidores, escapando de perseguidores erguendo, na Casa das Minas, o Querebentan de Zomadonu, com que professou sua crença.
Organizada por Euzébio Pinto, encarregado, atualmente, do espaço secular, a mesa dos trabalhos ficou assim constituída, entre historiadores, antropólogos, estudiosos, e jornalistas e escritores: Mundicarmo Ferreti (mestra em terreiros de mina jeje e ioruba), Henrique Borralho (pela FAPEMA, patrocinadora da reedição), Iramir Alves (prestigiador há muito tempo do recinto religioso), Gerson Lindoso (representante da Fundação Palmares), Sebastião Cardoso Júnior (religioso experiente e autor de tratados a respeito) e Herbert de Jesus Santos (jornalista, poeta, prosador e pesquisador). Na ocasião, foram levantados a importância da obra (revista e ampliada) para a memória maranhense, o monumento erguido para a Cultura Maranhense, a via-crúcis por que Agontimé passou até poder regressar para o seu trono e país natal e o seu legado no Brasil (Maranhão) e na África (Daomé, atual Benim).
“Devemos à fundação da Casa das Minas, por Agontimé, o fortalecimento também do bumba-boi e do tambor-de-crioula!” —- apontou Henrique Borralho, professou do Curso de História da Uema.
Mundicarmo Ferreti: “Fui a Benim e percebi bem o respeito sentido por Agontimé, como nas casas de culto”! Gerson Lindoso assinalou da sua da sua satisfação por estar participando daquele instante grandioso, que levaria para alta direção da Fundação Palmares. “A Casa das Minas foi procurado quilombo urbano, abrigando escravos fugidos, bem como o Terreiro de Turquia, no Sacavém”! —- acentuou Herbert de Jesus Santos. Em seguida, ocorreu a sessão de autógrafos ao título que poderá ser adquirido, via PIX, ao preço de R$ 60,00.


Apelo ao IPHAN
Na noite brilhante de anteontem, no recinto centenário, foi manifestado pelos participantes, por unanimidade, um apelo à superintendência do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a fim de que não demore com obras de restauro das partes afetadas com a derrubada da cajazeira do quintal, no mês retrasado: “Temos datas importantes para celebrar, como a do Divino Espírito Santo, esse ano de 25 de maio a 10 de junho, já com 163 anos de realização! “—- assinalou Euzébio Pinto. “Logo a seguir, o Dia de São Pedro, com muitas pessoas se fazendo presentes, na Casa das Minas!” —- ressaltou Sebastião Caridoso Júnior.
Texto: Herbert de Jesus Santos