Quando os portugueses chegaram ao Brasil, para colonizá-lo, encontraram por aqui os índios, pertencentes a várias etnias. Os donos da terra foram destronados, e sua cultura desprezada e sufocada. Submetidos à dizimação e à submissão, os índios ainda sobrevivem em alguns lugares do Maranhão.
A presença indígena permanece em nossa cultura. Basta que nos lembremos de nomes de logradouros públicos da nossa cidade, como Avenida Guajajara, localidades do Itapiracó, Maracanã, Mocajituba, Mojó, dentre outros. O próprio nome da Ilha de São Luís, Upaon-Açu, que significa Ilha Grande, é herança indígena. Palavras que estão incluídas no nosso vocabulário cotidiano também nos remetem aos povos indígenas, tais como objetos, peixes, nomes de animais e de seres lendários, tais como pote, cofo, tacuruba, chamató, maniva, mandubé, gurijuba, currupira, Iara, piroga. A nossa culinária está repleta de contribuições da cultura indígena, tais como o cuxá, o beiju com carne de caça, a tiquara, o chibé, a juçara com camarão seco e farinha branca, dentre outras iguarias.
Dois séculos após a descoberta do Brasil, a população indígena do Maranhão era estimada em aproximadamente 250 mil índios, formada por cerca de 30 etnias diferentes, a maioria delas extintas. Povos como os Tupinambás, que habitavam a cidade de São Luís, os Barbados, os Amanajós, os Tremembés, os Araioses, os Kapiekrã, entre outros, foram eliminados ou dissolvidos social e culturalmente.
Outras etnias dessa época, como os Krikatis, Canelas, Guajajaras-Teneteharas e Gavião continuam presentes até hoje, são sobreviventes do massacre cultural que lhes foi imposto pelo homem branco. Dentre as causas da extinção de tantas etnias no Maranhão, basta citar as guerras de expedição para escravizar, as doenças importadas, a miscigenação forçada, a imposição de novos modelos culturais, a presença daninha das madeireiras, dos garimpeiros, dos latifundiários, das mineradoras, das hidrelétricas e das rodovias nas terras indígenas, trazendo as pragas do desmatamento, assoreamento de rios, poluição da diversidade local, o que gerou enfermidades, a fome e o empobrecimento dos índios. Os órgãos federais e estaduais ligados ao segmento são atendem às demandas indígenas, e o cenário tende a se agravar.
Os povos indígenas presentes no Maranhão encontram-se distribuídos em dois grandes grupos, os Tupi-Guarani e os Macro-Jê, distribuição baseada na classificação linguístico-cultural utilizada para identificar e caracterizar as línguas e culturas indígenas presentes no Brasil. É necessário que haja uma política séria do governo federal não apenas para manter a cultura desses povos, mas, para lhes dar condições de sobrevivência em suas próprias terras, hoje demarcadas, porém, sempre invadidas e cada vez mais destruídas.