Os mais velhos se lembram do auge do movimento na Estação Ferroviária João Pessoa, localizada na Avenida Beira-Mar, no Centro de São Luís, como a principal do Estado até 1986, quando foi desativada, atualmente, abrigando um complexo cultural, com um museu ferroviário e portuário. Ali, chegavam contingentes de cearenses, fugindo da seca inclemente; eram ditos flagelados, e seguiam para o Vale do Pindaré, para o seu trabalho de lavradores, que não era permitido em seu chão de nascimento, e. sim, no Maranhão, com rios perenes, e, portanto, água em abundância!
Lá no Ceará, hoje Terra do Sol, em favorecimento do Turismo em ascensão, fizeram uma Revolução política, e mandaram os coronéis e suas viúvas para o espaço, e com a modernidade da irrigação aconteceu o fenômeno da inversão: Nós estamos comendo do que vem importado do Ceará, tudo mais caro, principalmente, produtos hortifrutigranjeiros, com a Ceasa, no Cohafuma, abastecida da sorte de um povo que teve em seus dirigentes a grandeza de planejar as coisas boas para todos, não com a maldita politicagem exclusivista.
Na contramão da história, nós continuamos com os mesmos rios em que não faltam água nem na estiagem; os flagelados agora são nossos irmãos, que vão tentar a sorte em fazendas de café e cana-de-açúcar, em São Paulo, e até mesmo em outras plantações, no Ceará, e. amiúde, estão inclusos na faixa de trabalhadores em situação semelhante à escravidão!
Já tivemos dias mais bonançosos, neste setor, quando agrônomos conterrâneos fizeram mestrado e doutorado em universidades paulistas, como em Araraquara, para fazer a grande Revolução no campo que o Maranhão precisava. Parece que não passamos do Governo João Castelo, quando o Maranhão se vangloriou de ser o segundo maior produtor de arroz, perdendo só para o Rio Grande do Sul.
É o que fica na lembrança dos nossos mais vividos, na observação de que está chovendo bem até no mês de agosto, e que ainda temos os rios, e menos terras, para a pretensão de Celeiro do Nordeste, pois não somos nem de nós mesmos!