Sabemos as dificuldades existentes no mundo de hoje, onde a política partidária alavanca os entusiastas no sentido de tirar proveitos, seja na compra de um alfinete ou na maior das hipóteses no aluguel de prédios ou casas de amigos para servirem de órgãos públicos: hospitais, institutos, escolas, repartições, postos de saúde, como uma espécie de gambiarra, alternativas descabidas para com os gastos públicos, de forma vergonhosa, condizente com suas vontades, sem a mínima preocupação com leis, com o aparelhamento público que muitas vezes são adaptados para imóveis particulares privados, com total desrespeito a população.
Alertamos, tentamos, suplicamos em matérias, notas, notícias a possibilidade da cidade de São Luís ter um Museu da Comunicação, na Rua Formosa (Rua Afonso Pena), no Centro da cidade, no antigo Palacete onde funcionou o jornal O Imparcial – não para beneficiar jornalistas e comunicólogos, mas para tentar juntar fatos marcantes, pitorescos, peças, maquinários, nomes na reconstrução da história, em um lugar que respira jornalismo, imprensa, onde até hoje se sente o cheiro de tintas, onde até hoje se tem lembranças de pessoas que na comunicação fizeram história. Um espaço que reuniria jornal, tv, rádio, relações públicas e agências, tudo isso servindo de inspiração para os futuros comunicólogos que viriam a se profissionalizar adentrando esse mercado da comunicação de poder imensurável para a coletividade.
Mas parece realmente estarmos perdendo o bonde da história. Um montante no valor de R$ 9,5 milhões serão investidos, no Programa Resgatando a História, mas para outra finalidade, a de um polo cultural e turístico como tantos outros já existentes na cidade como: o da RFFSA, o Convento das Mercês, o Parque Folclórico da Vila Palmeira (hoje Praça da Família) e que tem o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e o Instituto Pedra, a frente de um novo projeto para o Palacete, o que poderia ser o tão sonhado Museu da Imprensa.
Ao prefeito Eduardo Braide cabe uma análise mais profundo do verdadeiro sentido que o prédio merecia ter, afinal ao município pertence o local onde será realizado os investimentos. A ideia de um memorial nos remete aos inúmeros, jornalistas, radialistas, impressores, linotipistas, repórteres, tipógrafos, clicheiristas, a toda uma história do jornalismo. Nomes como: Bandeira Tribuzzi, Assis Chateaubriand, Humberto Campos, Ferreira Goulart, José Ribamar Bogéa, Othelino Nova Alves, Walber Martins (Canarinho), Maria Inês Sabóia, Flor de Liz, Maria Aragão, Nascimento Moraes Filho, Carlos Cunha, Fernando Borges, Salazar, Roberto Fernandes, Lauro Leite, Diquinho, Salvador, Edvaldo de Assis, Herbert Fontenelle, Guioberto Alves, Aldionor Salgado, Cunha Santos (pai e filho), Jairo Rodrigues, Alteré Bernardino, Rui Barbosa, entre tantos outros memoráveis, e de centenas ainda atuando no mercado, assim como o escritor e presidenciável José Sarney que como jornalista ali teve um pouco de sua trajetória. Um presidente que parece manter um amor platônico pelo Jornal Pequeno desde as décadas de 60 e 70, quando de suas primeiras campanhas políticas, e que hoje resolve como num passe de mágica coroar sua brilhante carreira, escrevendo para este jornal a partir do próximo domingo (17/07), como mais um fato histórico da imprensa local, mas um tanto curioso para os leitores maranhenses. Que venha a tão próxima edição.